@EuLeioNoraRoberts 10/09/2023
Sempre que vejo um livro com a frase "Sucesso do tiktok" já me dá um nervoso e um pressentimento de que vou me decepcionar. Como eu sei disso? Simples! Todos que li com essa propaganda foram ruins: A hipótese do amor, Uma farsa de amor na Espanha, Amor corrompido (o pior até agora), Amor nas entrelinhas... e por aí vai.
As coisas que nunca superamos até parecia ser um livro que sairia um pouco disso, mas acabou sendo a mesma coisa dos outros que li.
A sinopse vende uma ideia de um bom drama, com uma mulher - enganada pela irmã - que se descobre sozinha numa cidade do interior, na companhia de uma criança cuja existência ela desconhecia até aquele momento. Mas não foi bem assim. Ao invés disso temos mais de 500 páginas de um casal que se comporta como adolescentes exalando hormônios e imaturidade.
Naomi e Tina são iguais apenas na aparência. A personalidade de ambas difere em tudo: no comportamento, na forma de se vestir e principalmente no caráter. Enquanto o maior defeito da Naomi é ser boazinha demais, Tina não está nem aí pra ninguém e, no seu ranking de se importar com alguém, ela está em primeiro, segundo e terceiro lugar. Mas Naomi é boazinha demais para ignorar (mais) um pedido de ajuda da irmã e, como já estava querendo uma desculpa para fugir do seu casamento, fazer uma boa ação parece ser a saída perfeita. Porém Tina, surpreendendo um total de 0 pessoas, sacaneia com a irmã e rouba seu carro, dinheiro e deixa sua filha de 11 anos aos cuidados da tia que ela nem sabia que tinha. A partir daí vemos Naomi tendo que se virar e cuidar dessa garotinha, enquanto tenta arrumar a própria vida, certo? Errado! Pois, ao mesmo tempo que é uma pessoa extremamente azarada no início do livro, Naomi tem uma sorte invejável. Ela não tem onde morar com a sobrinha? Relaxa, tem uma casa perto. Ah mas ela vai trabalhar onde? Não se preocupa, ela acabou de arrumar um emprego! É tudo conveniente demais pra ela. Fácil desse jeito, não é mesmo? É tudo muito irreal demais.
A relação dela com a sobrinha, que deveria ser o ponto alto da história, fica em segundo plano. Ao invés disso a autora resolve focar no romance entre Naomi e Knox que, convenhamos, se não existisse seria melhor. Eu nunca vi dois adultos tão infantis e imaturos na minha vida e isso fica pior quando descobrimos a idade deles: Naomi tem 36 e Knox tá na casa dos 40!!! Ao mesmo tempo que ela infantiliza os adultos da história (e eu me refiro à TODOS. Desde o irmão do Knox brigando com ele por causa da Naomi, como se ela fosse um mero pedaço de carne, passando pelas garçonetes do bar que usam a tpm pra se comportarem de forma idiota e reforçando o estereótipo da mulher "instável mentalmente" quando tá no ciclo menstrual) , coloca uma criança no papel de adulta. A sobrinha, Wayley, tem só 11 anos, mas age como se fosse muito mais velha. Ok, ela teve que rebolar pra conviver com a mãe instável, mas pelo amor de deus, ela é uma criança ainda!!
Desenvolvimento? Não temos! A autora insere, de forma rasa, uma situação bem séria e - infelizmente - corriqueira para muitas mulheres, o final tentou ser um suspense bem bacana, mas foi meia boca e o epílogo, tão ruim quanto todo o resto.
Enfim, eu poderia passar mais tempo falando do quão ruim foi esse livro, mas ele nem vale meu tempo de escrita. Se eu posso tirar algo de bom dele é a certeza de que devo me manter longe dos famosinhos do tiktok!