virgostarz 17/04/2023
Jurídico judas iscariotes
Tive que mudar minha resenha porque o skoob estava cortando, continua a mesma opinião, só adicionei/tirei trechos do livro.
esse livro é intragável, simples. é tanta coisa errada, é tanta imbecilidade por parte da jezebel, que se ela fosse personagem de filme de terror morreria logo na abertura. primeiro ponto que mais me incomodou: a mãe da jezebel, violência doméstica e masoquismo. ocorre alguns momentos de flashbacks de quando a jezebel era criança, entre 10/12 anos. a mãe ela apanhava do padrasto e, até então, parecia um cenário de violência doméstica.
porém, a mãe da jezebel é/era masoquista. ela simplesmente provocava essas situações porque? gostava de apanhar? é dito isso no capítulo 9, página 144. isso é de extremo, extremo mau tom e se a autora queria abordar o masoquismo da mãe dela (que não era nem masoquismo, era espancamento) acredita que deveria ter feito isso de mil e uma maneiras diferentes. mas o que mais me chocou foi a seguinte cena, capítulo 15 página 241:
Sinto uma pulsação breve no meio de minhas pernas e à medida que a consciência se esvai, ele então percebe, me joga contra a mesa ao lado da janela, ainda na cozinha, meu peito bate contra a quina, e meu corpo cai sobre o carpete da cozinha, dormente. [...] Não tenho forças para ir até ela, mas se ela viu o que acabou de acontecer, sabe que sou muito mais filha dela do que imaginou.
jezebel, 12 anos, depois de levar uma surra do padrasto porque trocou o sal pelo açúcar na hora de adoçar o café. não vou dizer o que realmente penso disso porque não tenho assessoria jurídica, mas tinha muitas, muitas maneiras melhores de abordar esse assunto absurdo que simplesmente foi jogado. segundo ponto; jezebel é burra. ela vê as coisas acontecendo na frente dela, tem fragmentos das informações e, se ela juntar 1+1 vai perceber que é igual a 2, mas não, ela não consegue nem fazer isso. toda essa hora essa menina estúpida fica fazendo perguntas mais estúpidas ainda e não vê o que tá na frente dela.
outra coisa que me incomodou foi uma cena de estupro entre a merina (freira) e o bispo. a jezebel viu essa cena. ela viu que foi um estupro, estava MUITO claro ali. passa alguns dias, a merina se suicida e a burra da jezebel fica toda hora "aí, por que ela fez isso?" "ai, ela foi punida pelos pescados". estúpida. ela encontra o diário da falecida, vê que ela tinha escrito "deus está morto" e o que ela faz? junta 1+1? não, muito pelo contrário.
O que aconteceu para que Merida mudasse tanto sua opinião? O que fez a freira pensar dessa forma? De onde partiu a semente plantada para acreditar em algo tão ruim como a morte de um Deus que ela se seguia? Acreditei ter visto fé em Merida, mas notavelmente não era isso.
é sério isso? ela viu a menina sendo abusada, e gosto muito de pensar que a jezebel sabe o que é consentimento, ao invés de juntar 1+1 fica DE NOVO fazendo questionamento estúpido.
terceiro ponto: jezebel pagando de moralista depois que transou com o daemon, dizendo que tinha sido ingrata com a própria fé e pipipi popopo. sério isso? isso foi o mais me deixou puta nesse livro, TODA HORA essa praga de menina enchendo o saco com a mesma história de moralismo, que "ai eu sou uma freira". SÉRIO? na hora de ter sonho erótico ela não lembrou disso não, nem quando foi punida e gostou, nem quando recebeu um oral, nem quando se masturbou pensando nele, né? tudo isso pode, mas sexo anal AI NÃO.
considerações finais:
daemon é igual todo e qualquer personagem de livro de dark romance; maxilar definido, passado sombrio e uma pose de webdom. tem a personalidade intragável de uma coca-cola quente e sem gás, não tem como você criar nenhum tipo de emoção com ele (e com qualquer personagem) que não seja o NADA. simplesmente NADA.
me vi num momento que eu quase agradeci a charlotte pelo apavoro que ela deu na jezebel.
nem preciso falar dos erros bobos porque todo mundo já comentou. se esse livro tivesse 500 páginas ia ser muito.
dropei logo depois que ela começou a pagar de moralista depois de transar com o cara.
não tem nada de masoquismo nisso aí. isso é uma vertente do BDSM e quem discordar tá mentindo, resumir masoquismo em trauma, mordidinha por cima da calcinha e sexo violento é demais pra mim.
se fosse no wattpad seria melhor.
judas iscariotes não deveria ter o nome atrelado a esse livro.
isso não é tabu romance já que o daemon não é padre de verdade.
solange, a freira da cantina, tem mais carisma que os dois juntos.
não tem como criar conexão com nenhum personagem. a única que tive empatia foi a merida, só.
rezei pra que o apocalipse chegasse no meio da história e levasse todo mundo.