Poesia reunida

Poesia reunida Sylvia Plath




Resenhas - Poesia Reunida


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acaciox_ 10/12/2023

Querida Sylvia, você me detonou, me humilhou, me transformou, me deixou triste, feliz, esperançoso, humilhado, sentido, em choque, entusiasmado,e revoltado. ler esse livro foi um processo de transformação total, acompanhar os versos da vida dessa mulher transforma e muda a visão de qualquer um, e eu não falo do tipo " ah foi só um poema que eu me identifiquei ou eu senti o peso dele" NÃO, o livro completo ( no caso os dois [Ariel e o Colosso + os poemas esparsos]) é completamente revelador, ele te acolhe, te mostra verdades, te faz mudar sentimentos, te faz se identificar e o mais importante de tudo ele te faz bem. Por isso, esse foi definitivamente um dos melhores livros que eu já li e sem sombra de dúvidas todo amante de poesia um dia deveria pelo menos tentar ler esse livro e entrar em contato com os poemas da Plath com o coração e a mente totalmente aberta.
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Ray 10/11/2023

10/11/2023

Acho que vou ter que comprar essa versão em livro físico...
que livro bom, certamente aqueles livros que dá vontade de marcar coisas importantes.
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stopmakingsense 27/10/2023

"Você veio pelo mar, veio até mim,
Imensa placenta vermelha
Que paralisa os amantes exaltados.
Brilho de cobra
Que asfixia os sininhos rubros
Dos brincos-de-princesa"

Sylvia Plath é um sopro de brisa fresca, que por vezes se transforma em um vendaval. É como estar tranquilamente colhendo amoras e encontrar, escondido entre os arbustos, um inseto horrível e perigoso. Ela toca em pontos dolorosos e nos conforta na mesma medida. Suas palavras brilham em espaços insuspeitos e dilaceram pequenas partes do coração.

Eu destaquei muitos trechos e muitas poesias que me marcaram e trouxeram sensações um pouco difíceis de explicar. Apesar de minha ressalva com a tradução, gostei bastante do trabalho feito no poema Medusa, achei bastante inventivo e fresco.

"Mirrors can kill and talk, they are terrible rooms"

Sempre fico fascinada com a desenvoltura da linguagem da Sylvia, de como ela parecia possuir um conhecimento profundo das palavras, de como ela conseguia colocar cada coisa em seu lugar, e tudo soar exuberante e potente.

Acho que poetas como a Sylvia fazem uma imensa falta, a Sylvia faz uma imensa falta neste mundo que ficou um pouco mais magro e triste com sua partida precoce.
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Jade 28/08/2023

Death & co
Apesar de amar poesia não sou do tipo de leitora que consegue desvendar o significado de cada estrofe, eu leio e releio apenas para sentir, portanto vou tentar colocar as sensações que tive ao ler essa coletânea. a sylvia, para mim, é a explosão de tudo aquilo que tento reprimir, desde quando a li pela primeira vez me senti completamente exposta pelas palavras dela, parecia um mergulho dentro dos lugares da minha alma que não consigo alcançar. A partir daí tentei ler tudo dela que estava disponível para mim: seu único romance, seus diários, um pouco de suas cartas, seus contos, ariel e agora estes poemas reunidos; em todas essas obras os temas morte e a experiência feminina são pontos destaque. ao ler esses poemas senti:

- o último dia de verão em uma praia deserta
- a visão de um belo jarro com rosas brancas murchando e o odor que uma vez já foi belo mas que então remetia a coisas mortas
- o grito de uma cigarra perto a explodir
- a despedida de alguém que você não voltará a ver
- o encontro de frutas jogadas ao chão que, apesar de parecerem perfeitas, não servem para consumir
acho que tudo isso significa a finitude das coisas, algo que está perto de acabar e que não há nada a fazer a respeito disso. eu suuuuuper recomendo ler sylvia plath, mas com um aviso: você se sentirá extremamente mórbido após a leitura.

agora falando da edição em si: gosto muito quando a editora traz uma edição bilíngue e isso só ressaltou como a tradução é ruim. a escrita da sylvia é incrível, ela tem uma forma muito única de construir os versos criando mundos com atmosferas indescritíveis no entanto a tradução não conseguiu entregar isso. eu sei que é impossível recriar um poema trazendo todos os elementos que foram criados originalmente, porém com uma língua rica como o português não acredito que a tradutora tenha feito jus ao trabalho da sylvia e não explorou as possibilidades. me incomodou também a falta de notas do tradutor, do editor e notas de rodapé, coisas que enriquecem a experiência de leitura e que foram deixadas de lado. Se tratando de uma autora como a Sylvia, que a história pessoal afetou diretamente a obra produzida, a falta de contexto dificulta a compreensão de muita coisa. Por exemplo, o poema Talidomida retrata um desastre que ocorreu nos anos 60, causando diversos abortos e o nascimento de bebês deformados; a própria Sylvia sofreu um aborto em 61 portanto falar o que é a talidomida e suas consequências traz uma nova dimensão ao poema.

nem vou comentar a capa ridícula a la novela da globo de 2008.

por fim, recomendo a obra e, se possível, leia em inglês.
Yasmin 15/02/2024minha estante
hahahahhaha

Eu tive que rir da capa de novela da globo de 2008. Pior que eu gostei da capa quando vi na livraria e agora eu só consigo pensar em "por amor".

Realmente a tradução é sofrível e as notas de rodapé fazem abstante falta no livro. Poderia ser melhor.




Michele Soares 13/07/2023

Os versos da colossal Sylvia Plath
Colossal. É uma boa palavra pra sintetizar esse monumento poético erigido pela Sylvia Plath, que acaba de desembarcar no Brasil em tradução da também poeta (maravilhosa!) Marília Garcia. É uma dádiva ter uma edição desse porte acessível ao público brasileiro - pelo menos Ariel já circulava entre nós por uma editora menor e em tiragem esgotada. Agora o livro volta a circular com roupagem nova, ao lado d'O colosso (livro de poemas inédito) e duma última seção de poemas selecionados, alguns que entrariam em Ariel e outros não.

A Poesia Reunida é um livrasso, as que exige fôlego para o mergulho. Plath constrói e reconstrói a cada poema um universo imagético rico e ao mesmo tempo com cara de monstruoso - uma atmosfera de pesadelo parece atravessar a tudo. A morte em todas as suas facetas (de animais, de humanos, de plantas) atravessa toda a obra, o que pode ser um problema se você se propor a ler tudo de uma vez. Você pode acabar se sentindo meio mórbido depois de ler tantos poemas que falem na morte de algo ou alguém. Mas isso não deve afastar ninguém da leitura de Plath, isso não. Ela escreve poesia como um médico faz uma cirúrgica: você manuseia e acessa locais inacessíveis no corpo do outro, partes desagradáveis, e no entanto os dois fazem arte. Você vê a técnica por trás dos feitos, o medico com bisturi, Plath faz isso com palavras. É maravilhoso de ver - e de ler em voz alta, por favor. O monumento de Plath não é só imagético, mas sonoro. É lindo. Recomendo muito a leitura.
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