Kath 22/01/2024
Amei cada página!
Esse é o segundo livro da MAME que eu leio, o primeiro foi Love By Chance cuja série eu vi antes de ler. Por aqui, comentei ano passado que Love in The Air foi um dos meus dramas favoritos dos que vi, então é claro que eu fui atrás da novel. Negócio é que a MAME é bem problemática, ela cria muito bem seus personagens, mas não se responsabiliza por eles como aconteceu com o Type, o Thecno e o Tar. Contudo, embora tenha alguns problemas, ela não se saiu de todo horrível nesse drama. A coisa é que parece que o sistema policial tailandês não funciona em dramas BL, em alguns como Manner of Death tem uma explicação que era a corrupção do órgão, mas no mameverso ela parece nem existir! Corrupta ou não. Penso que, ou ela não se interessa em saber mais sobre o sistema penal do pais dela e tudo bem, eu mesma não me interesso, ou ela é só irresponsável mesmo.
Mas vamos lá. Love Sky é o segundo volume dessa série, focado no casal Sky e Prapai (não sei porque esse monte de 'h', mas ok), o bacana é que não precisa necessariamente ter lido o primeiro livro pra entender esse, ambos são relacionados, mas independentes. Após Rain ter sido pego por Payu ao entrar de penetra na corrida, Sky acaba ficando para trás e é perseguido pelos guardas, mas acaba sendo ajudado por Prapai que se oferece para tirá-lo de lá se ele dormir com ele. De início ele estava brincando, mas passada a surpresa de Sky ter aceitado, bom galinha que é, ele topa.
Após essa noite, a última coisa que Sky quer é encontrar aquele homem de novo. Parece que sua sorte só coloca idiotas no seu caminho. Agora ele quer apenas esquecer e ler seus mangás. Porém, seu azar acaba recolocando o estranho no seu caminho e ele está disposto a persegui-lo não importa quantas vezes Sky o recuse ou o ignore. Isso começa a trazer à tona memórias que o garoto quer esquecer, porém, quanto mais próximo fica de Prapai, mais percebe que embora seja um galinha ele tem um coração bom.
Por sua vez, Prapai está cada minuto mais louco por esse garoto gelado. Não importa o quanto tente, Sky se recusa a cair na sua rede e isso só o instiga mais, não apenas a conquistá-lo, mas a descobrir o que aconteceu no passado que machucou tanto esse garoto ao ponto de ele não ter consciência do próprio charme e se recusar com tanta garra a acreditar no amor. Sobretudo, convencê-lo que ele está mesmo falando sério sobre seus sentimentos se mostra tão ou mais desafiador que permanecer cinco minutos no dormitório sem uma ameaça de estilete.
Quando Sky fica muito doente por causa da exaustão, Prapai se prontifica a cuidar dele e o faz com tal dedicação que surpreende até a si mesmo. Esse evento acaba aproximando-os um pouco mais, embora Sky permaneça relutante em deixá-lo se aproximar. Por fim, numa tentativa desesperada de deixá-lo logo cansado, o garoto decide dar o que ele quer e se percebe realmente apaixonado pelo homem narcisista e sem vergonha. Mesmo tentando com todo afinco proteger seu coração de um novo trauma, Sky percebe que o entregou para Prapai e teme não se recuperar disso quando ele finalmente for embora.
Aos poucos, as coisas que Prapai tinha por prioridade começam a ser substituídas por Sky. Sua mente não consegue desconectar do garoto e cada vez mais seus sentimentos estão aumentando. Ele quer provar que é capaz de ser fiel e se dedicar a uma única pessoa, mas será capaz de salvar Sky do medo do seu passado? O que ele esconde? Os fantasmas de um trauma doloroso estão prestes a colocar seus sentimentos à prova, os dois conseguirão superar isso juntos?
Olha, eu sei que cada pessoa reage e lida de maneira diferente de um trauma. Isso depende de centenas de fatores e muito da personalidade de cada um. Aceito. Porém não posso deixar de mencionar a forma irresponsável como a Mame lida com isso. Em TharnType o trauma do Type é usado só como um recurso narrativo para aproximá-lo do Tharn, não tem nenhum tipo de impacto ou consequência real na vida do personagem que, poucos capítulos depois, já está na cama de um homem para pagar uma dívida. Quer dizer, não faz o menor sentido. Ela acha que colocar um único pesadelo é capaz de criar empatia com a condição do personagem? E eu nem vou comentar a questão do Thecno ou a do Tar.
O que aconteceu com o Sky é semelhante ao que houve com o Tar. Nesse ponto, eu dou um voto de aprovação porque o Tar realmente era a personificação de uma pessoa que sofreu uma violência hedionda como essa e, à sua maneira, pela própria personalidade que construiu para lidar com isso, o Sky é igualmente retratado assim. Ele criou uma espécie de barreira para protegê-lo das pessoas e ele tem medo de relacionamentos, mas, mais do que isso, o evento impactou de forma brutal sua autoestima. Aqui, na construção do personagem faz muito mais sentido. O que não me convenceu muito foi a maneira leviana como ele trata o sexo casual logo no primeiro capítulo depois de um trauma semelhante, não soa muito verossimil, mas até certo ponto dá pra engolir.
Se for para comparar, nessa novel ela tratou a questão psicológica do personagem de maneira muito melhor. Já a resolução do problema, bem, não foi o viés mais aceitável. Não tenho ideia se a justiça tailandesa é frustrante como a brasileira em casos como esse, mas confesso que por mais errado que seja foi até certo ponto bem satisfatório ver o Gun pagar uma ínfima parcela do seu crime nos punhos do Prapai. E, a novel é um pouco mais clara que o drama que o Chai, a pedido do Pai, vai torturar o Gun, contudo não tem a certeza que o piloto encomendou mesmo a morte do lixo escroto embora fique ali a ideia nas entrelinhas. De todo modo, ainda fica o jeito errado de lidar com a situação.
Outra coisa foi a solução "curado pelo amor" que ela escolheu no final para a superação do Sky depois de quase passar o mesmo pesadelo de novo (e a novel não deixa claro se aconteceu mesmo ou o Prapai chegou a tempo). De certo ponto, podemos tirar alguns vestígios que tornaria isso acreditável? Poderíamos. O primeiro deles é a própria personalidade do Sky desde o acontecido e a maneira como ele lidou com isso. A segunda é a certeza de ter encontrado alguém que não vai fazer a mesma coisa. Ainda assim, não soa muito crível essa escolha dada a cadeia de acontecimentos. Porém, admito que ela foi muito mais responsável que no caso do Tar, por exemplo, que foi apenas esquecido no churrasco sem qualquer tipo de punição. Inaceitável é pouco (isso falando do drama, porque eu não li a novel).
Entretanto, embora esses pontinhos despertem alguns pensamentos, passei pano pra essa novel? Passei. Amei cada página, vibrei, shipei desesperadamente e torci muito pelo casal Prapai e Sky. Foi o arco do drama que eu mais gostei e com o livro não foi diferente. Aliás, a novel é muito bem adaptada, praticamente tudo que a gente lê foi pra tela, alguns eventos foi mudado em detalhes pequenos e as cenas NC que, obviamente, não entratam na íntegra. A única coisa que não mostrou no drama e quem lê a novel vê é a família do Prapai. Ela aparece um pouco mais na novel e é bem legal ver essa interação deles e do Sky também. Amei? Amei. Fazia muito tempo que eu não lia algo pra me deixar tão viciada.