Resenhas - Traficantes evangélicos

Katia Góes 14/05/2024

Conhecer para saber argumentar...
? Li, gostei e resolvi indicar, também!

"Em junho de 2017, a pesquisadora Viviane Costa, que também é pastora da Assembleia de Deus em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, teve uma surpresa ao dar uma aula de teologia em uma comunidade na região de Parada de Lucas, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Depois que um dos alunos contou ter deixado o tráfico de drogas e se tornado pastor, um tipo de história de redenção a que Viviane estava acostumada a ouvir. Um segundo aluno reagiu à história contada pelo primeiro, de uma forma que ela não esperava... O segundo aluno disse que não só continuava a atuar no tráfico de drogas, como se considerava evangélico e recebia a intervenção de Deus no combate aos inimigos. Sem saber o que fazer, Viviane encerrou com uma oração para não ter que dizer algo, percebendo que não tinha respostas a dar para aquela realidade desconhecida.

Começava aí, para a pesquisadora, uma trajetória de busca por entendimento que levou a pesquisadora, formada em história pela Fiar, a estudar o fenômeno em um mestrado em ciências da religião pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), que deu origem ao livro Traficantes Evangélicos: quem são e a quem servem os novos bandidos de Deus, recém-lançado pela Thomas Nelson Brasil.

Para a pesquisadora, a teologia dos traficantes evangélicos não é muito diferente da ?teologia perigosa, intolerante, de cerceamento de direitos e de liberdades? de grupos fundamentalistas que formam as ?bancadas da Bíblia? nos parlamentos. ?Conter o crescimento do fundamentalismo religioso é essencial para a garantia da liberdade de ser, existir e crer?, afirma. "

Uma leitura informativa, esclarecedora e muito interessante...

? Obrigada pela indicação de leitura @leiturasdabiaprado ?????

Até a próxima! ?

?? Texto de uma Entrevista encontrada na internet.

Toshiko.Pri 18/06/2023

Interessante
Um livro muito interessante, com muitas informações sobre como se relacionava a comunidade de Acari. E como os traficantes comandam até mesmo a religião lá dentro.

A autora vem relatando desde os anos 1990 mais ou menos, de quando a religião que mais havia era a de matriz africana/catolicismo.
E de alguns anos para cá, isso se transformou, e a maioria são as igrejas evangélicas.

Eu sendo cristã, por um lado fico feliz, pois o evangelho tem sido espalhado até mesmo onde o crime reina, e por outro, preocupada, pois ser cristão não é apenas dizer e crer, mas viver mudanças reais de vida.

Mas tirando isso, livro interessante, mas que deixou um pouco a desejar

Demes0 21/08/2023

Senti falta de envolver mais tramas e histórias (reais ou fictícia) alternando com a dissertação exposta! Daria mais atração a obra, como o Ulisses Campbell faz.

Enfim, é uma livro com vários dados interessantes, mas tem hora que fica um pouco cansativo isso tudo!

Anderson Menezes 14/08/2023

Como o Próprio Livro já Diz.
Um livro através de uma pesquisa muito boa de Vivia Costa, no qual ela demosntrados dados e fatos do trafico nas comunidades cariocas e quem está por trás. As religiões de matrizes afriana sempre sofreram preoconceito, e racismo diante da nossa sociedade e sempre colcoada como o motivo principal do crime e tráfico nas favelas, mas o retrato sempre foi outro.Sugiro a leitura deste livro e a relidade do retrato de que os pentecostais (religiões evangelicas) fazem parte. Isto é, como o tráfico e a fé sestão juntos nas vertentes pentecostais e cada vez mais presentes e dominantes nas instituições criminosas. E essa união limitam, restringem o cotidiano nas favelas, e a fé de todos que moram.

Karoline67 20/07/2024

Trabalho incrível
O livro, apesar de curto, é extremamente rico e um trabalho de pesquisa fortíssimo sobre a narcoreligiosidade e o Complexo de Israel no RJ. A autora trouxe fontes muito bem embasadas, com linguagem fluida e muito objetiva. Eu amei!

Viviane.Oliveira 14/06/2024

Evangelho pentecostal e tráfico: narcoreligião
A autora é pastora da a
Assembleia de Deus e acadêmica na área das humanidades. Sempre em contato direto com a realidade das favelas e seus sujeitos, realizou pesquisa de campo e desenvolveu estudos sobre o tema envolvendo mudanças de religiosidade e o tráfico de drogas no Rio de Janeiro.

Ela aponta a mudança do perfil religioso das populações das favelas do catolicismo e das religiões de matriz africana para as evangélicas, sobretudo as pentecostais e neopentecostais.

Nesta dinâmica, as representações simbólicas do tráfico também transitaram para as religiões evangélicas, realizando demarcação territorias com símbolos como: bandeiras de Israel, versículos bíblicos e destruição de símbolos de religiões de matriz africana.

A guerra do tráfico, é como uma batalha santa, e seus envolvidos são como os soldados de Cristo contra o mal. Chegando ao ponto de termos um pastor da Assembleia de Deus como traficante e líder da principal facção rival do Comando Vermelho, o TCP - Terceiro Comando Puro. Seu nome é Álvaro Malaquias Santa Rosa, ou mano Arão.

O lema é: 'Jesus é o dono desse lugar', dentro de toda uma lógica da teologia do domínio e a serviço do Capital. Pois o maior Deus aqui é o dinheiro, circulando no tráfico e chegando às igrejas.

VS06 07/07/2023

Viviane Costa, teóloga e pesquisadora escreve sobre o domínio do Terceiro Comando Puro do Complexo do Acari e favelas vizinhas, no Rio de Janeiro, e como isso mudou a dinâmica religiosa do lugar.
“As ações evangelísticas pentecostais voltadas ao ambiente familiar, inclusive do traficante (...) a relativização de fronteiras, outrora bem estabelecidas, possibilita a aproximação dos traficantes - que tradicionalmente se identificavam com religiões afro-brasileiras sincretizadas com o catolicismo - aos evangélicos”. (p. 49).
Vale ressaltar que não se trata de uma apologia ao crime mas uma constatação dos fatos, a “religião vernacular”: “a religião como ela é vivida: como os humanos se encontram com ela, a entendem, a interpretam, e a praticam, e que se constitui fora dos padrões da ‘religião oficial’, como resultado de experiências do próprio sujeito” (p. 90)

Carol Luques 23/11/2023

"Traficantes evangélicos", escrito pela Viviane Costa, foi uma indicação do Pr. Ed René. O título do livro logo me chamou a atenção e quis entender "quem são e a quem servem os novos bandidos de Deus".

“Aquilo que as pessoas pensam a respeito de Deus não pode ser separado de seu lugar e tempo numa história e cultura particulares.”

A autora, cuja pesquisa se centra na análise do domínio do narcotráfico em favelas do TCP, especialmente na região do Complexo de Acari, no Rio de Janeiro, apresenta dados interessantíssimos sobre como denominações protestantes estão bastante presentes e dominantes dentro das instituições criminosas. Além disso, mostra como o Estado é ineficiente em propor políticas públicas efetivas para as comunidades periféricas, afinal "a religião não imuniza contra o sofrimento, tampouco o elimina, mas o ressignifica e torna suportáve".

Como eu mencionei, a pesquisa da Viviane Costa é de alto nível, pois ela traz dados de diversas fontes para embasar a análise que faz. No entanto, senti muita falta de ouvir mais a voz da autora no debate. Vale destacar que, em nenhum momento, há a defesa do crime no livro!

Samara 12/07/2024

Faltou aprofundamento
Confesso que no final estava lendo apenas pela conclusão. O livro começa bem, demonstra que houve realmente muita pesquisa e entendimento da autora, mas no final, temos apenas conclusões pré-concebidas e que são, na realidade, senso comum. Talvez pra alguém que não viva em comunidade o livro funcione. Mas para nós, meros MORADORES, acaba não trazendo muito enriquecimento é mais do mesmo, do que a gente já observa.
Talvez o que eu pontuo aqui, seja justamente o que tornaria esse livro bom, uma vez que é fiel a realidade, mas não me pareceu bem explorado. Para um pesquisa de campo, a autora ficou muito na superfície. O tráfico é muito mais complexo e enraizado do que ela gostaria de mostrar. Acaba que fica uma visão romântica do que é a favela e do que Deus representa para os que fazem parte do "movimento".

Maharishi.Marcilio 09/08/2024

Ainda em busca de respostas para esse fenômeno
Já havia um tempo que eu queria ler sobre esse tema devido ao protagonismo que os traficantes evangélicos vem ganhando recentemente. E em minha cabeça era difícil entender como conseguem louvar a Deus e ao mesmo tempo ordenar assassinatos por motivos torpes.
Embora a autora, que é pastora, tenha feito um trabalho de pesquisa brilhante, o livro ainda assim não me trouxe as respostas que eu esperava.
A autora trouxe outras referências e bebeu bastante da fonte de livros que descreveram como foi a mudança na religiosidade da população e dos traficantes de Acari, algo que eu não fazia ideia e também contextualizou com traficantes mexicanos, que inclusive veneram um santo, não oficializado pela Igrea Católica, que era traficante. E apesar de citar como é o cotidiano no Complexo de Israel e trazer à luz uma rotina desconhecida por muitos, não ficou claro, para mim, como os neopentecostais aceitam/apoiam esse movimento.

Fabinho 01/07/2023

Um belo estudo sobre a narcorreligiao
Um estudo não muito conclusivo sobre a narcorreligiao nas comunidades cariocas. Não consegue concluir mas é um belo expositor sobre a história do "complexo de Israel". Confesso que nunca tinha lido nada a respeito já que a maioria da literatura conta sobre o comando vermelho e quase nada sobre o TCP.

leiturasdabiaprado 18/03/2024

Antes de começar a falar sobre Traficantes Evangélicos eu quero deixar claro que respeito todas as religiões, sou partidária do culto livre e do estado laico, sou espírita kardecista e reconheço o papel ressocializador que as igrejas evangélicas desempenham.
Passado esse preâmbulo, vou analisar a obra.
Um livro técnico, de leitura densa, não indico para o grande público, mas que deve ser lido por agentes de segurança pública e líderes religiosos.
O livro trata da missão narcorreligiosa, da expansão do TCP (Terceiro Comando Puro) utilizando a fé como pano de fundo, inclusive com donos de morro pastores, traficantes a serviço de Deus.
Vemos claramente como a falência das políticas públicas nas comunidades deixou espaço para o avanço da criminalidade nos espaços, o tráfico e a milícia ocuparam o espaço deixado pelo Estado com medidas populistas paralelas à violência imposta.
O livro ainda aborda a perda de fiéis da Igreja Católica e o consequente crescimento dos evangélicos, mostrando a disseminação e proliferação de igrejas angariando cada vez mais fiéis, aborda ainda as conversões em presídios com a consequência de pastores evangélicos.
Trás pra gente facções dentro do TCP que se intitulam Exército do Deus Vivo, Bonde dos Taca Bala e os seus pertencimentos ao Complexo de Israel, a defesa e expansão da "terra prometida".
Aborda ainda a diminuição dos terreiros de matrizes africanas dentro das comunidades como uma expansão e migração da narcorreligiosidade para as igrejas evangélicas.
Dentre as pregações desses pastores temos a derrubada do Comando Vermelho, a não comercialização do crack e a proteção da comunidade inocente, mas na prática continuamos vendo guerras e derramamento de sangue inocente.
É um paradoxo e uma nova realidade que a segurança pública precisa lidar, pois a expansão dessa fé torta angaria adeptos e simpatizantes dentre trabalhadores, que buscam proteção e alcançam essa proteção 'divina' armada.

Rssbnw 03/07/2024

Bom
A autora é Pastora evangélica e acho que esse fator da um maior verniz de credibilidade. Livro rápido porém passa de forma bastante clara o intuito da autora!!!

Comenta Livros 28/07/2023

Bom
Bom livro, porém faltou muito a opinião da escritora que somente colocou dados e opiniões de pesquisadores e sociólogos. O assunto é interessante e polêmico. em certos trechos ficou bem cansativo.

site: https://comentalivros.com/traficantes-evangelicos-viviane-costa/

Juliane72 26/06/2023

Traficantes evangélicos ...
Perfeito, sem defeitos. A autora apresenta e discute dados que não deixam dúvidas, acerca da ineficiência do Estado e como o tráfico e a fé sempre andaram juntos, e como nos últimos anos as vertentes pentecostais estão cada vez mais presentes e dominantes dentro das instituições criminosas. E como a união tráfico e pentecostais limitam e restringem não só o cotidiano nas favelas, como determinam que somente a fé deles pode existir naquele local.