_pag.24 20/03/2023
A realidade à flor da pele.
Esse livro é assustador. E não, o gênero dele não é terror, suspense, ou qualquer gênero parecido. É assustador o fato desse livro estar tão próximo da realidade.
Não porque é baseados em fatos verídicos, mas porque os personagens são os mais humanos possíveis. Todos, sem exceção alguma, em algum momento se mostraram humanos: falharam.
Quando você lê um livro, de certa forma, você espera um vilão e um mocinho, personagens perfeitos em seus papéis. Aqui, todos são vilões, e todos são vítimas. Agem no impulso, falam na raiva e arcam com suas consequências.
São tantos acontecimentos que não estavam no controle de ninguém, e que acabou atingindo todo mundo. Ninguém podia impedir nada, e é isso que faz com que tudo seja mais assustador; você tenta se colocar no lugar ? como pai, o que faria? Como filho, o que faria? E como aquele que caiu de paraquedas em tudo, o que faria? E você não faz ideia. Você não consegue imaginar qual seria suas decisões no meio da briga, e por causa disso, você se impressiona a cada página que lê, constantemente.
Tudo acontece muito rápido, ao mesmo tempo que você sente o peso de como tudo demora a se resolver.
É literalmente tensão e problemas até o último capítulo. E nos últimos segundos, você sente o alívio que não sentiu durante 650 páginas. No fim, tudo vale a pena, e você vê a evolução dos personagens de forma orgulhosa. E uma hora você entende: tudo aconteceu como deveria acontecer. Todos os erros e brigas, mentiras, palavras duras, foram necessárias, porque no fim, eles são tão humanos quanto nós, tão sujeitos a erros e aprender com estes erros quanto nós.
E, apesar da música ser animada, acho que a letra de "Happier" do Marshmello combina muito aqui.
É sempre um prazer reler essa obra, não é atoa que ela é a minha favorita.