Eu, Inútil

Eu, Inútil Cibele Laurentino




Resenhas - Eu, Inútil


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Gabriela.Dhein 16/02/2024

Realidades
Pura, profunda e realista de uma forma reflexiva. Trazer sua visão, fundada através da vivência, fez com que a obra chegasse mais fundo, desencravando lembranças e traumas que muitas vezes achamos ser traços de nossa personalidade.
Nos obriga a olhar pro fundo e abraçar nossa criança interior.
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Pâm 20/05/2024

Eu...
Considero essa leitura de inúmeras facetas como necessária. Embora trate-se de uma ficção é inegável que existam situações semelhantes a de Madalena. Ao iniciar a leitura fiquei totalmente envolvida com a personagem, me emocionei com ela e gostaria de ter cuidado da menina. Alguns aspectos do livro são de extrema relevância, mas podem ativar gatilhos psicológicos e emocionais. Outra dimensão totalmente importante da leitura é o formato da escrita. Me senti muito a vontade lendo um dialeto/sotaque que é o meu. Além do mais, antes de serem reveladas alguns cenários, já sabia de onde eram. Sentimento de pertença por meio da leitura. Incrível!!
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Evy 26/03/2024

Triste e difícil, mas necessário!
Meu segundo contato com a narrativa de Cibele Laurentino e posso dizer que gosto muito da maneira como ela constrói as histórias. Esse livro em especial, retrata um tema importantíssimo que é a maternidade e de uma forma real e dolorosa, mas que acontece e a sociedade tem dificuldades para aceitar. Nem toda mulher nasce para ser mãe, como já dizia Lya Luft e complementa: "e nem toda mãe é mártir. Muitas são algozes, aliás.“.

Dito isso, vamos à essa narrativa importante. O livro é um mergulho profundo na psique de Madalena, marcada por uma infância permeada por abandono emocional e violências verbais e físicas. A autora Cibele Laurentino constrói habilmente a narrativa, explorando as cicatrizes deixadas pela mãe narcisista de Madalena e como essas feridas moldaram sua jornada de autodescoberta e busca por amor e aceitação.

Desde a tenra idade, Madalena é confrontada com a cruel realidade de ser chamada de "inútil" por sua própria mãe, um rótulo que se torna uma sombra sobre sua vida. Crescendo distante do pai e enfrentando a solidão e a falta de apoio emocional, ela entra tardiamente no mundo da educação formal aos oito anos, carregando consigo uma bagagem emocional pesada que afeta sua capacidade de se relacionar e construir uma autoestima saudável.

O cerne da narrativa reside na jornada de Madalena para superar as amarras emocionais impostas por sua mãe narcisista. À medida que ela enfrenta seus demônios internos, confrontando as memórias dolorosas e os padrões disfuncionais de relacionamento, o leitor é levado a muitas reflexões importantes, pois aborda questões universais de identidade, pertencimento e redenção. A luta de Madalena para se libertar das correntes do passado e encontrar sua própria voz e identidade é comovente e inspiradora.

A autora consegue entrelaçar temas complexos como abandono emocional, autoestima, relacionamentos disfuncionais e busca por amor e aceitação, através de uma prosa sensível e introspectiva, dando vida aos dilemas internos de Madalena e nos levando a várias reflexões importantes. O que me leva a ressaltar um ponto que muitas vezes é negligenciado: a presença de uma voz poderosa de culpabilidade em relação à mãe. É comum, quando algo dá errado, atribuir à mãe o papel de maior vilã da história. Entretanto, é importante reconhecer que Madalena tem um pai, um pai que durante anos não tomou medidas para protegê-la, deixando-a à mercê das crueldades perpetradas pela mãe. Somente mais tarde é que ele decide se envolver, oferecendo ajuda significativa. Contudo, não podemos deixar de considerar como a situação poderia ter sido diferente desde o início se ele tivesse assumido seu papel de pai de forma mais ativa.

Sempre que leio algo sobre maternidade busco refletir sobre esse ponto, pois é crucial reconhecer que ambos os pais têm responsabilidades iguais na criação e no bem-estar dos filhos. Nesta história, é verdade que o pai repensou suas ações e buscou corrigir seus erros do passado, desempenhando um papel importante e necessário no futuro de Madalena. No entanto, vale lembrar que essa realidade nem sempre é tão otimista.

Essa história também nos ajuda a refletir sobre como as expectativas de gênero moldam nossa percepção das responsabilidades parentais e como isso pode afetar diretamente a vida e o desenvolvimento das crianças. Em suma, "Eu, Inútil" é uma obra necessária que mergulha fundo nas complexidades da alma humana, oferecendo uma narrativa emocionante e envolvente que ecoa muito além das páginas do livro.

Super recomendo a leitura!
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Guitourinho 06/07/2024

Porrada!
Comecei ler despretensiosamente, procurando algum romance dramático no Kindle e acabei encontrando "Eu, Inútil" da Cibele Laurentno. E preciso dizer de imediato, uma porrada. Gosto de pensar nas sensações que as artes me causam, neste caso os livros, e me trouxe muitas vezes uma sensação de incomodo, não somente pela maneira nociva e tóxica do relacionamento de mãe e filha, mas também por tocar em um imaginário tão importante na vida de um(a) filho (a) que é a nossa mãe e acabar nos fazendo refletir em nossas relações; O livro é fantástico, mas em muitas cenas tem que ter um estomago forte para seguir em frente com a leitura. Muito bem escrito, pensado e articulado. Super recomendo.
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Cris Moraes 24/07/2024

Tenso.
O que é a narrativa deste livro, por favor?!
Imaginar um relacionamento tóxico entre mãe e filha no nível que é contado nesta história já é algo cabuloso. E narrar com detalhes e com uma verdade tão impressionantes e tão marcantes é pra lá de chocante e de tenso!
É uma história forte e, por incrível que pareça, é rápida de ser lida e muito envolvente. Tem de querer fazer a leitura até o fim e aguentar as barras pesadas muito bem descritas e contadas ao longo do enredo. Mas, no final, vale demais a leitura! Recomendo!
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