spoiler visualizarBrunaCeotto 15/01/2024
Do you ever wonder if maybe it?s supposed to be us?
geralmente faço resenha sem spoilers, mas como essa é uma das minhas séries favoritas então? eu preciso falar um pouco mais no detalhe sobre a conclusão. então vou dividir em duas partes, uma sem e uma com spoilers.
vamos ser honestos aqui? esse livro tem problemas. está na cara que a olivie blake não esperava o sucesso que teve com TAS e não sabia o que fazer com o restante da série. enquanto temos um livro 2 meio arrastado e mal explicado (não me incomodou, é apenas um fato e algo que li em várias resenhas), aqui temos uma série de introduções que já são tardias e prejuízos ao desenvolvimento de personagens que, sinto muito, no livro 3/3 de uma série, os leitores já estão apegados e existem certas expectativas a serem cumpridas. não estou falando de ship, embora eu tenha sido roubada. eu só queria finais satisfatórios para personagens que me conquistaram, e senti que isso foi um pouco sacrificado só para ter um efeito mais chocante.
também fica claro que esse livro foi escrito por uma autora de fanfic. o plot é meio solto... é do tipo que você vai lendo sem saber se vai ter uma conclusão, esperando que tenha sabe? aquela fanfic que ficou 3 meses sem ser atualizada e veio com um capítulo nada a ver depois? então.
o ponto forte desse livro é o mesmo dos outros: a escrita. tem gente que reclama, acha pretensioso e confuso, mas eu acho um alívio quando eu encontro um livro que é para ser lido aos poucos, aproveitando cada palavra, e não pensando em bater meta.
como a história é muito baseada em desenvolvimento de personagem, decido emitir minhas opiniões sobre eles e seus desfechos individualmente:
libby
- a personagem libby rhodes foi escrita para mim. ninguém vai me convencer do contrário;
- confesso que esperava por um arco de corrupção considerando o final do livro 2;
- o relacionamento dela com o tristan vocês ME DESCULPEM mas não rolou, prefiro qualquer interação mínima com nico do que isso. eu estava só passando as páginas e esperando acabar, torcendo para que acabasse;
- na grande conversa que libby e nico têm, meu coração se partiu por ela. eu chorei lágrimas de verdade, porque foi doloroso de testemunhar o desserviço, o ROUBO que era para esses personagens esse papo escroto de relacionamento platônico. desculpa, não é. pode não ser monogâmico (o nico diz com todas as palavras), mas ele dizer a ela que não seria nesse universo, mas talvez em três outros? me poupe. ME POUPE, não acredito, e acho que não passa nenhuma mensagem interessante também. entendo que nico precisava morrer. entendo que era por isso que, nesse universo em específico, eles não ficariam juntos. mas em termos de sacrifício eu preciava pelo menos do arco de corrupção da libby ou de um grande sacrifício para fazer sentido. como a personagem vai sacrificar o que ela nunca teve?
- em geral, gostei do final da libby e sempre vou ter carinho por essa personagem.
callum
- cada mensagem/interação de callum com tristan fez tudo valer a pena para mim. ele tem uma energia meio connor cobalt que me agrada tanto, mesmo quando ele não tem o melhor material para trabalhar.
- dito isto, é um personagem que merecia mais do que o desenvolvimento porco que ele teve nesse final, bem como sua conclusão.
nico
- nico de varona se consagra como um dos personagens favoritos que eu já li na minha vida.
- EU ME JOGARIA NA FRENTE DE UM TREM EM MOVIMENTO PELA RELAÇÃO DO NICO COM A LIBBY. a conversa que eles tiveram bebendo vinho, embora dolorosa e inconclusiva para quem espera um romance, me alimentará por muitos anos que estão por vir.
- ao contrário da maioria dos leitores, eu não dou muita bola para a relação do nico com o gideon. acho que muito esforço foi colocado em uma amizade literariamente convincente, e pouco em um interesse romântico. gostei de frase em que ele explica os sentimentos que tem em relação ao gideon, mas fiquei com uma sensação que era pouco recíproco, e eu não gosto disso. preciso que o casal me entregue um nível maior de cadelagem.
- lá pelos 30% ficou bem claro, dito com todas as letras, que o relacionamento do nico e da libby é platônico. que ele não tinha interesse nela, e que ele tem "um gideon", palavras dele. eu soltei um longo e sonoro não porque a justificativa foi ridícula. "ai um relacionamento complicado, pipipi" NÃO SENHOR. tanto é que, mais para frente, por volta dos 55%, ele admite que sente algo por ela, mas é tudo tão complicado que sei lá. eu senti algo. fiquei mal, desesperada, querendo que desse certo, e acho que a intenção era essa mesmo.
- como disse lá em cima falando da libby, eu entendo que esse personagem precisava morrer. meu coração se partiu um pouco com a identificação da "morte" que a libby carregava consigo, que era a perda do nico. pqp, sei lá. eu amo tanto eles, sem condições.
tristan
- só gosto dele nas interações com o callum. fora isso acho ele chorão demais? não sei, eu preferia ele em um contexto de dilema moral. sinto que ele contribuiu com isso no primeiro livro e meio que ?fez sua parte? do ponto de vista da autora. aqui ficou meio largado?
- por volta dos 50~55% tem uma conversa insana entre callum e tristan que honestamente eu não sei se vou me recuperar nunca. que relação foda!
parisa
- agora que já li os 3 livros e posso falar com propriedade que ela não é uma personagem necessária para a história.
- me incomoda que nesse livro parece que eu estou lendo uma personagem diferente da que eu já li nos livros anteriores. o ?trauma? que mudou ela não foi convincente. lugar de desenvolvimento é nos livros 1 e 2, aqui era para fechar tudo.
reina
- não sei se fui muito fã o arco dela não... acho que foi um grande potencial desperdiçado. esperava mais da relação dela com callum, que foi fascinante no segundo livro.
- não acho que ela foi desenvolvida para ser do jeito que ela foi retratada e o final dela não foi satisfatório. eu era fissurada na reina no livro 1, e meio que foi se perdendo.
em conclusão, é seguro dizer que eu gostei da trilogia, mas considero TAC um livro mais fraco em termos de estrutura. eu gostei da série, mas não gostei da conclusão. os pontos fortes ainda estão fortes, que é a narrativa e as belíssimas reflexões que esses livros trazem. por isso, eles sempre estarão no meu coração e serão relidos no futuro.
contudo, essa é uma resenha altamente subjetiva e eu acredito que esse livro não será para todo mundo. muita gente vai achar esse livro ruim, pode escrever.