Yasmin O. 12/05/2024Assombroso! O livro acompanha por gerações, em um único dia, da madrugada à noite, com saltos temporais e também concomitantemente, a família de Mas Clavell, especialmente o seu amaldiçoado e carismático clã feminino, que se prepara para uma "recepção" e ao mesmo tempo despedida na casa da família, numa espera que se alarga. A casa é um local que parece respirar, abrigo e prisão, dentro e nos arredores da qual se passa todo o livro. Uma obra permeada de lendas, fantasmas, demônios, bruxas, bestas, saqueadores, todo tipo de criaturas que habitam as montanhas, que me levou mais uma vez para as colinas e bosques da Catalunha, com um tom de fábula, onírico, poético, e ainda com um insólito senso de humor no meio de toda essa gente condenada. Sempre que eu for usar tomilho eu vou lembrar desse livro rs. Desenvolvi um afeto enorme por essas mulheres, unidas, ainda que tão diferentes entre si! A autora transforma o bizarro, o violento e o macabro em beleza, um encantamento indescritível o talento dessa mulher, parece que ela encarna algo mágico quando escreve, não é possível essa bruxaria. Ele já está sendo traduzido pela Mundaréu, que já tem no catálogo o maravilhoso "Canto eu e a montanha dança" ❤️. Entrou para os favoritos assim como o anterior, e Irene Solà se consolidou como uma de minhas autoras favoritas.