Corrida Literária 24/01/2023
Quando a vida nos pede estoques de coragem.
Na região de Cevenas na França, num ano não tão distante, num vilarejo, com pradarias e torrentes nasce um menino, inadaptado.
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Os pais compreenderam que o menino seria um recém nascido para sempre e tiveram que usar seus estoques de coragem para não sucumbir totalmente.
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O irmão mais velho, se afeiçoa ao menino, apresenta a ele, o mundo sussurrando em seus ouvidos sons, cores, sabores e paisagens. Aprende a lidar com as necessidades do menino. Para ele, o irmão era uma experiência preciosa de amor.
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Para a irmã do meio, o menino havia tomado a alegria dos seus pais, transformado sua infância e confiscado seu irmão mais velho. Sentia-se esquecida, teve nojo e raiva do menino.
Raiva que se transformou em rebeldia. Mas a menina do meio, tinha uma vó que tudo via, olhava e percebia. Com os manejos dessa avó e com seu amadurecer ao longo da narrativa ela aprende que um laço pode assumir diferentes formas e com isso luta para recompor os laços desfeitos em sua família.
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Para o último, que veio depois da dor, dos dramas, dos laços interrompidos, do luto contínuo, ficou o peso do renascimento de uma família machucada mas corajosa.
Ele chamava o inadaptado de "meu quase eu".
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Está história contada pelas pedras do muro da casa, trazem uma narrativa genuína, leve, profunda e cheia de amor, dessa família que não é perfeita, que vive uma experiência que os machuca e precisam se fortalecer em sua própria essência.
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Nesta história os personagens não tem um nome são apenas: o pai, a mãe, o mais velho, a do meio, o indaptado, o último e a avó.
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Um livro lindo demais!