Jessie 20/01/2024Simplesmente ser você mesmo pode ser a coisa mais difícilEste romance proporciona os clássicos tropes literários, como "friends to lovers", "childrood friends to lovers" e "slow burn", mas também tenho que ressaltar que a leitura proporciona conscientização sobre os tópicos de homofobia, xenofobia e até racismo. Nesta história, temos de um lado a Nishat que é de origem bengalesa e que após participar de um casamento tradicional de sua cultura, decide contar aos pais que é lésbica e, do outro, Flávia, brasileira, ao qual ainda está se descobrindo, apesar de se considerar bissexual, contudo, não se assume para todos por medo dos familiares por parte de pai e até dos amigos. O enredo é desenvolvido através dos detalhes da vida de Nishat, ao qual mostra a relação com a irmã, os pais, as amigas do colégio católico e, não menos importante, a criação de um empreendimento para o ano de transição (parte do ensino na Irlanda), ao qual une as duas garotas, fazendo com que o leitor fique envolvido emocionalmente com os personagens, ressaltando o sentimento da paixão adolescente. Confesso que é o primeiro livro que utilizo flags para marcar frases, pois foram considerações intensas para o assunto, como a situação em que a Nishat é exposta na escola sobre sua sexualidade, contra sua vontade e ela expõe: "O que eu quero mais do que qualquer outra coisa neste mundo é sentir que ser eu mesma não é algo que deva ser escondido, um segredo. O que eu quero é que meus pais se sintam ultrajados por alguém ter me traído, e não envergonhados por minha identidade.". Tenho que dizer que a única coisa que mudaria/acrescentaria na história seria o desenvolvimento da Flávia, pois não fora contado sua trajetória, apenas narrado algumas atitudes, ao qual inicialmente irritaram, mas que pequenas falas demonstraram obstáculos/situações que poderiam ter sido explorados.
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Desafio semana 3