carolmureb 31/01/2024
Os livros do Tomás Halík são sempre "robustos" no sentido de densidade e ideias. Ele procura fazer uma interlocução com o mundo da cultura e dos não crentes, desafiando os católicos, a começar por ele mesmo, a uma fé mais profunda, desprovida de "adereços", enraizada na tradição teológica da Igreja. A intelectualidade de Halík caminha lado a lado com sua reverência ao Mistério de Deus feito de escuta e silêncio. Sempre vale a leitura.
"Deus vem até nós não apenas como uma resposta, mas também como uma pergunta. [...] Deus confere um caráter peregrino à nossa existência. O único a quem foi permitido dizer: Eu sou a verdade, disse também que é o caminho e a vida. A verdade que deixa de ser um caminho está morta" p. 53.
"Se quisermos procurar alguma medida da autenticidade da fé, não procuremos naquilo que as pessoas professam em palavras, mas no que a fé penetrou e transformou em suas existências e seus corações" p. 35.
"Nenhuma experiência religiosa isolada, nenhuma compreensão e expressão de fé no curso da história pode esgotar a plenitude do mistério de Deus" p. 33.
"A verdadeira renovação da Igreja requer poderosos impulsos espirituais, profunda reflexão teológica e coragem para experimentar" p. 105
"O tradicionalismo é uma "desordem infantil" temporária ou um disfarce para pessoas psicologicamente desequilibradas que criarão sérios problemas para as estruturas da Igreja" p. 32.
"A dúvida que é um corolário saudável da fé e a torna humilde não é a dúvida sobre Deus, nem a dúvida sobre a existência de Deus, mas a dúvida sobre si mesmo, sobre até que ponto, a pessoa como crente, compreendeu bem o que Deus disse" p. 219.