spoiler visualizarMr.Sandman 01/11/2023
BOSS RUSH
"Copra: Round 6" de Michel Fiffe utiliza-se do bom e do melhor que esse título já propôs para finalizar em grande estilo uma das maiores sagas da revista. Infelizmente, a execução me pareceu meio irregular e um tanto apressada.
"A Saga Ochizon" representa uma das maiores tramas apresentadas por Fiffe desde o início da história. Sendo extremamente influenciada pelo Quarto Mundo de Jack Kirby, tanto pelo estilo da arte quanto pela similaridade de vários personagens, é uma saga que busca se encerrar de forma épica e em grande escala. Foi sendo construída por meio de eventos específicos aqui e ali (como a batalha contra um dos empregadores da Sônia no governo e a intervenção na dimensão do Rax) e chegou ao seu ápice no Round 6, que começa retomando o gancho deixado no Round 5 envolvendo o Castillo e os pombinhos que aprendemos a amar (Guthie e Patrick).
Obs: Antes disso, existe uma mega retomada para relembrar todo mundo da série de acontecimentos dos volumes anteriores (gostei bastante disso, porque não queria reler novamente todos os outros Rounds).
O arco inicial envolvendo a "traição" de Castillo é até legal mas achei meio deslocado. Eles se envolvem com um outro grupo que já tivemos o desprazer de conhecer alguns de seus integrantes, que basicamente fazem parte de uma corporação maluca que gosta de cibernética, próteses e ciborgues: a A.R.M. Gosto de várias ideias aqui, principalmente do Castillo ter sido possuído pelo Klaus por ter usado a cabeça dele no peito por muito tempo (por mais que tenha ficado triste porque gostava muito do Castillo e achei muito brusco essa escolha de roteiro e também queria ver mais do relacionamento dele com a Zoë). Além disso, acho o visual dos integrantes da A.R.M bem legal, mas todo esse arco não chega nem perto do que vem por aí.
Basicamente a personagem central desse arco é a Guthie, que além de ser minha personagem favorita é uma deusa cósmica alienígena de um mundo maluco. Só que ela fugiu seguindo o exemplo do tio (Sr. Milagre, cof cof) e acabou chegando na terra com amnésia e foi aceita pela Copra. E claro que os pais e irmãos dela não deixariam barato e iriam pra cima da Terra, justamente porque a Guthie faz parte de um ritual maluco deles. O que se segue é uma mega batalha com a grande maioria dos membros da Copra contra o pessoal Ochizon liderados pelo Fornax (que é a versão do Órion desse mundo). A coisa vai escalando, a realidade se distorce e todo mundo começa a ficar alienígena bombado e é porrada pra lá, magia pra cá, drama pra todo canto e acontece que eles ganham de papai e mamãe da Guthie impedindo o que quer que eles estavam tentando fazer (creio eu que era uma junção de todo mundo e criar uma mega consciência cósmica a la Evangelion).
A coisa toda acaba sendo divertida mas meio confusa. Gostei mas poderia ter sido melhor construído esse mega clímax (principalmente desenvolvendo melhor as personagens Ochizon, como o Fornax). Meio que alguns personagens funcionam como arquétipos de suas inspirações e não curto muito isso. O final deixa algumas pontas soltas interessantes e funciona até como um recomeço da Copra, com a Sonia sendo readmitida com honrarias pelo governo. Espero que venha coisa boa por aí!
Resumindo, a obra não deixa a peteca cair mas depende muito mais de um BOSS RUSH literal do que de uma construção mais sólida desse caos todo. Funciona, mas eu esperava mais. Não deixa de ter ótimos layouts e criativas composições e nem deixa de trabalhar a dinâmica gostosa entre as personagens. Copra é copra por causa disso. A edição da Pipoca e Nanquim segue como as outras mas com um volume um pouco maior agora. Gosto do formato da publicação e agora estou feliz por ter em mãos um bookplate autografado pelo Fiffe. No mais é isso, Ochizon se foi e eu continuo ansiando por mais Copra!