Resenhas - A Saga do Demolidor - Volume 15

Murillo Bertolini 13/07/2024

Boa leitura depois de dois volumes de qualidade duvidosa
O volume 15 da Saga do Demolidor traz em metade do seu conteúdo histórias antigas do personagem, que foram publicadas durante a fase de Ann Nocenti por outros escritores durante o run da roteirista. A outra metade, traz a continuação da cronologia do Homem sem Medo pelas mãos de Chichester.

Bem, diferente do último volume onde os roteiros claramente confusos e mal elaborados levaram a qualidade do encadernado lá pra baixo, aqui temos boas histórias, tanto no passado quando na atual cronologia.

Dentre as três primeiras histórias, temos a mais fraca sendo a primeira, com o encontro de Demolidor, Viúva Negra e o Garra Sônica. História passável e pouco desenvolvida. Loog após vamos para uma história interessante, onde um ex-presidiário é pego em um fogo cruzado e acusado de um assassinato que não cometeu, e cabe ao herói inocentá-lo e defendê-lo de mercenários que estão em seu pé. Trama legal e interessante. Por fim, a melhor das três, temos uma história que envolve trauma de guerra e vingança, tema esse bem comum em história dos anos 80/90, muito pela política bélica e intervencionista dos norte-americanos. A trama é interessante, involvente e com um belo final que me agradou, visto que gosto bastante de discussões e temas políticos inseridos nas tramas contadas.

Ao retomar à cronologia principal, vemos Chichester e Scott McDaniel ainda muito reféns da estética noventista e trazer tudo como extremo demais e violento demais. No entanto, aqui funciona. O arco do incêndio criminoso faz com que Matt tenda que desvender um mistério ao mesmo tempo que age como advogado para defender a vítima injustamente investigada. A história permite o artista a desenhar seus quadros com diagramações interessantes e incomuns que já haviam sido utilizadas no volume anterior, mas aqui se encaixa de maneira muito mais natural e interessante na trama incendiária. Gostei da história, do desenvolvimento e do roteiro.

Por fim, Chichester começa um novo arco sobre a "Sra. Medo" que parece interessante com belos enquadramentos e um roteiro que apesar de nada inovador, não é confuso e cheio de fatos mirabolantes como anteriormente citado.

Esse encadernado voltou meu interesse para a coleção depois de dois volumes sofríveis. Tanto as histórias antigas deram um fôlego para a publicação, quanto as tramas de Chichester aqui parecem mais maduras e interessantes, permitindo também McDaniel usar suas experimentações gráficas de maneira agora satisfatória. Boa leitura