Tico Menezes 12/10/2022
Conflitos internos, romance e pancadaria desenfreada
Em mais um volume emocionante dos X-Men de Chris Claremont, as interações entre os mutantes e as jornadas individuais fazem do encadernado algo memoravel. Mas, mais do que isso, torna toda essa fase grandiosa.
Vampira é uma das duas protagonistas desse volume. Temos aqui um arco que explica um pouco mais de seus poderes, a extensão de seu "dom" e a intensidade das consequências. O emocional da jovem mutante é forçado a suportar dores e crises de identidade que muito adulto teria medo de enfrentar. E numa belíssima metáfora sobre o crescimento, a auto-aceitação, a humildade de reconhecer não só o que você precisa aprender, mas no que é bom também, o crescimento da personagem é um presente para o leitor.
A outra protagonista é Tempestade, que também enfrenta uma crise de identidade, mas aqui tudo é intensificado devido a uma intervenção triste e delicada. Seu arco com Forge é uma maravilhosa crítica ao discurso armamentista e como não há nada de bom que possa sair de uma arma. O texto crítico e poético de Claremont dá força à troca de diálogos tanto nos momentos de romance quanto nos conflitos. E a arte é aquela maravilha que nos engole e joga no meio da ação.
No meio e no final temos edições de pura e simples pancadaria desenfreada. Mas elas não têm o mesmo nível de qualidade. Enquanto a pancadaria do Colossus contra o Fanático desenvolve o drama do russo e contribui para a sensação de imersão na história, as porradas de Hércules e Wolverine são só para encher página, bem bobinhas.
Ótima como sempre e cada vez mais merecedora do belíssimo tratamento que a Panini vem dando à coleção.