Cast 24/09/2024
"E se eu tivesse descoberto mais cedo um amor que me fizesse querer dar meu sangue..."
Capa: No inicio, admito que não curti muito, mas dado o contexto desse volume, e após observar bem, passei a gostar mais. O conjunto do trio, com as cores no fundo e o destaque do dourado. Bem bonita mesmo, apesar de não saltar aos olhos como outras capas.
Nota da capa: 8/10
Volume 39 corresponde aos capítulos de 387 ao 398.
Alguns contextos:
Primeiro, quando estou escrevendo essa resenha, o mangá já terminou no Japão. Ainda não foram lançados todos os volumes no Brasil. Não pretendo ler on-line e estou buscando fugir de spoilers, apesar de já ter visto sem querer uma imagem ou outra.
Segundo, faz uns meses desde que terminei a maratona dos volumes até o 38, então não estou com acontecimentos tão frescos na cabeça como foi nas outras resenhas.
Enfim, vamos lá.
Eu acho esse volume um belo exemplo do meu problema com o Horikoshi nessa reta final. E o depoimento do mesmo ao final, sobre a dificuldade de cumprir prazos e entregar mais páginas por capítulos, só valida meus pontos. Deveria ter tido uma pausa, um time skip, um tempo maior não só pro universo crescer de forma mais natural como pro próprio autor se preparar melhor e descansar pra entregar o melhor que pode. Porque o que eu sinto aqui é que são alguns ótimas ideias, mas apressadas ao máximo pra chegar ao ponto que o autor queria.
Usando a luta final da Uraraka e Himiko. As ideias, o painel final, a noção do valor do sangue, a influência do Izuku e etc. Tudo isso é muito bem pensado. Acho fascinante essa relação criada entre as duas, a forma como o Deku influenciou a Ochaco a ver os vilões mais do que apenas a caricatura. O uso das imagens das personagens como crianças em meio ao conflito, o próprio texto eu acho bem feito. As questões de amor e ódio, de reclusão e aceitação. A necessidade pura, de certa forma, de ser amada por quem ela é da Togata. Tudo que pode gerar discussões e reflexões. Mas, tudo extremamente apressado. Eu não consigo levar a sério a forma como a personagem da Uraraka ficou tão forte ao ponto de encarar sozinha a Togata com o poder de duplicata ao máximo, pensando que faz 1 ano dentro do universo que esse mangá começou, isso ainda me tira muito da história. Também acho um pouco fraco a heroína gritando os segredos mais íntimos do seu coração (ela admite que é apaixonada pelo Deku(!!!)) em meio a luta.
No fim, as cenas finais da Himiko são muito bem desenhadas e eu genuinamente achei tocante a frase que coloquei de título. Uma ótima ideia e uma amostra do quão bom o Horikoshi pode ser, bastava ter tido mais TEMPO e feito as coisas com mais calma.
Falando dos outros núcleos. Temos a resolução final da família Todoroki. E veja bem, esse núcleo é um dos mais bem trabalhados ao longo desse mangá, um dos maiores focos de atenção em determinado momento e com muitas camadas para discutir. E a resolução foi, ok. Não sei muito bem o que pensar. Não achei ruim, mas não teve nada muito catártico que já não tenha acontecido antes (o momento da revelação do Dabi na tv foi bem mais impactante, por exemplo). Gosto da ideia de que o Dabi tinha um poder de gelo adormecido (pena que surgiu nos 49 do segundo tempo). E não sei se curto muito a familia toda no momento final. Tematicamente faz sentido, mas ficou com muito cara de: "putz, preciso de todo mundo aqui nesse momento, qual a forma mais fácil de levar eles? ah, um robo..." Sei lá, novamente é meu ponto, parece tudo MUITO apressado e corrido. Gosto também da figura das crianças do teste de licença provisória reagindo (apesar que seria MUITO melhor eles crescidos, tipo, uns 2 ou 3 anos depois, aspirantes a heróis e talz).
E a última parte é só um deleite mesmo, ai eu não reclamo. O All Might com armadura completa é muito legal, não tem outra forma de falar. Não sei se eu curto muito o Horikoshi usando canon de filmes no final da história pra justificar, mas ok. Os flashbacks dele são sempre ótimos também e essa luta final dos maiores inimigos é uma ótima forma de terminar a história do herói nº 1, um sem dom, lutando como sem dom (apesar de estar nível Hulk Buster, mas ok).
No fim, eu vou me repetir apenas, eu fico apenas triste da forma como o mangá correu nessa arco final, eu senti que quando o Deku sai da escola poderia ser tipo um ponto de virada, um meio caminho da história que teria mais uma metade com coisas absurdas e mais impactante ao longo de mais uns 30 volumes, mas não, e isso nunca vai deixar de ser só ruim pra mim, não importa como acabe o mangá, que já acabou mesmo...
Não consigo diminuir muito a nota porque eu amo muito esse universo e personagens.
Nota: 7/10