Resenhas - Sobre o mal

Mariana Dal Chico 21/05/2023

Meu segundo contato com Terry Eagleton foi com o livro “Sobre o Mal”, tema que tenho bastante interesse, principalmente quando associado à grandes clássicos da literatura.

Aqui o autor não vai dar uma resposta simples e objetiva da definição de mal. Ele vai levantar muitos questionamentos sobre o mal em si, manifestações da maldade, influência social no desenvolvimento das personalidades, tudo isso, mesclando filosofia, fatos históricos e análises literárias.

“O senhor das Moscas” de Golding é um livro que estava na minha lista de leituras há tempo, mas depois de ler o capítulo Ficções a respeito do Mal, precisei pegá-lo imediatamente. Nesse mesmo capítulo, o autor também faz uma análise incrível sobre Pinkie do romance “O Condenado” de Graham Greene. Outras obras citadas: Doutor Fausto (outro livro que tive vontade de correr tirar da estante), Otelo, Macbeth, Pincher Martin…

Schopenhauer, Nietzsche, Kierkegaard, Arend, Freud, Aristóteles, Tomás de Aquino, Santo Agostinho, são alguns nomes que frequentemente aparecem como referência nos textos e argumentos apresentados.

É uma leitura de não-ficção de certa forma fluida e acessível para não especialistas na área, ao mesmo tempo que exige atenção do leitor, já que Eagleton entrelaça teorias de diferentes filósofos e análises de romances (cuidado que há spoilers por todos os cantos).

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Icaro 03/04/2023

Muito interessante
Gostei muito do livro, a análise sobre o mal é bastante interessante. O seu significado estético como intolerância ao diverso, o senso de destruição completa e o vazio de significado ou razão são bem interessantes. O autor também analisa em várias obras literárias a visão criativa do mal.

Ana Luiza 22/11/2023

Sobre o Mal
É comum utilizarmos de formas, muitas vezes, equivocadas a palavra ?mal? e seu verdadeiro significado para justificar ações e comportamentos invariavelmente humanos. Também seria impossível dizer que algumas atitudes não podem ser explicadas pela maldade simples em sua essência.

Em sua obra, Terry Eagleton nos propõe algumas reflexões a respeito da existência do mal como fim em si mesmo; isto é, algo que não possui um fim externo ou uma justificativa. Também compara o conceito humano de liberdade com a finitude e o nada infinito.

Em seu capítulo ?Ficções a respeito do mal? evoca obras como Dr. Fausto de Thomas Mann e ?O Paraíso Perdido? de Milton para exemplificar conceitos e crenças conflitantes e complementares sobre a moralidade e a existência do bem e do mal enquanto justificativas de si mesmos pelo outro.

Para Eagleton, caracterizar o ?mal? como algo sobrenatural é, muitas vezes, uma forma de retirar a responsabilidade humana sobre suas ações. Por outro lado e, ao mesmo tempo, é necessário entender o fato de que nenhum ser humano é livre de influência.

Se o mal tem um fim em si mesmo, as ações humanas/indivíduos considerados maus, na verdade, não o são; em outras palavras, o mal não pode justificar os fins que tais atitudes anseiam.
Ao considerar o mal como algo metafísico, o autor o projeta e exprime como um contraponto direto e complementar ao seu igual, o ?bem?.

Ao longo do texto, são levantadas diversas discussões e pontos de reflexão quanto a acontecimentos históricos como, por exemplo, o Holocausto e as atitudes do agentes envolvidos; além de diversos outros que abordam o desejo humano pelo infinito enquanto busca, e, contrário, o fim de suas angústias e dessabores.

Vinder 26/11/2023

Livro muito bom sobre um tema pesado? com muitas referências filosóficas e históricas, Terry Eagleton consegue fazer uma reflexão abrangente sobre o mal.

Gabriela Gonçalves 22/06/2023

Esse livro é muito interessante e eu gostei bastante de fazer a leitura. Estou cada dia mais gostando dos escritos do Eagleton. Nesse livro ele aborda várias questões sobre o mal e analisa algumas obras literárias famosas. Não achei uma leitura fácil, é preciso estar bem atento porque o autor encadeia várias ideia ao mesmo tempo e algumas são um pouco complicadas de assimilar. Fiz várias anotações e algumas percepções sobre o mal dialogam muito com as aulas de filosofia que estou tendo esse semestre. O autor não define o mal, mas trabalha bastante com a ideia de pulsão de morte para abordar o assunto. Com certeza lerei novamente depois, deve ter muitas coisas que deixei passar.