Arien 23/10/2022
Tóxico
Acho interessante como uma história pode refletir na gente.
Nunca me irritei tanto com um personagem, como me irritei com a Eva. Através da leitura descobri que tenho uma verdadeira aversão a personalidade como a dela. Permissiva e Submissa. No meu ponto de vista, são duas palavras que a definem.
Pensei que a dor fosse fazê-la crescer. Desejei que no decorrer dos capítulos, que ela amadurecesse, e mostrasse o quão forte ela pode ser. Contudo, não vi nada que uma constante submissão. A submissão que aqui me refiro é ao sentimento que ela sente pela esposa. Eva passou os diabos, afinal, ser abandonada do jeito que foi não é fácil. Pois, não houve nem ao menos meias verdades. Quando finalmente chegou o momento do X da questão, onde está a firmeza? Pra mim o perdão veio fácil demais para a Renata. E não estou dizendo que deveria ter mais drama, não se trata disso. Se trata da Eva mostrar que ela não é uma boneca descartável ou uma mulher que não saberia lidar com as coisas. Porque foi exatamente isso que a personagem da Renata fez parecer do início ao fim. Fez a Eva parecer uma mulher fraca. Literalmente fraca. Tem pessoas que quando amam, sente a necessidade de atender a todas as necessidades do ser amado, Renata é a materialização disso, ela não faz por mal. O que ela não percebe, é que ao fazer isso, ela tirou da Eva a oportunidade de brilhar, de ser protagonista da sua própria história. Em muitas passagens, essa super proteção era tão exagerada, que ela parecia mais mãe do que esposa. Isso tudo tirou o encanto da história. Pra mim, se tratou de uma relação abusiva romantizada. Mas pelo amor de Deus, isso não é uma crítica a autora, que por sinal, fez um trabalho excelente, mas foi o sentimento que essas duas personagem me gerou. Volto a repetir, é interessante como uma história pode refletir na gente. No mais, indico a leitura para você tirar suas próprias impressões.