Tortura branca

Tortura branca Narges Mohammadi




Resenhas - Tortura branca


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Carol 21/07/2024

Impressões da Carol
Livro: Tortura Branca {2020}
Autora: Narges Mohammadi {Irã, 1972-}
Tradução: Gisele Eberspächer
Editora: Instante
208p.

"A tortura branca é infligida por meio da arquitetura da prisão, da conduta da equipe e das perguntas dos interrogadores. O controle da luz na cela elimina a capacidade de distinguir a noite do dia e interrompe os padrões de sono. Os prisioneiros são vendados para sair da cela, seja para o que for. A falta de contato humano no confinamento solitário e nos interrogatórios causa dor, e isso é agravado pelo fato de poderem sentir apenas o piso, as paredes de concreto e os cobertores grosseiros. O único cheiro costuma ser o de um banheiro imundo, mantido nesse estado justamente para agredir o olfato dos encarcerados." p. 18

Narges Mohammadi recebeu o Nobel da Paz, em 2023, por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela promoção dos direitos humanos. Entre idas e vindas, ela tem estado na prisão desde 1998. Desde 2014, não tem contato com seu marido e filhos, exilados políticos, sem autorização para retornar ao país.

Em "Tortura Branca", Mohammadi dá seu próprio testemunho e reúne os de outras 13 mulheres, prisioneiras políticas da República Islâmica do Irã.

O sistema carcerário brasileiro é um descalabro e, isso, ninguém sério contesta. Porém, temos uma Constituição Federal e um Código de Processo Penal vigentes, que nos servem de norte, ainda que nem sempre sejam cumpridos. Na teocracia iraniana, não há garantia legal alguma.

Pessoas são presas sem saberem o porquê. Ficam isoladas em solitárias durante dias, sem ter acesso à defesa e incomunicáveis. Sofrem todo tipo de tortura psicológica, em especial, a tortura branca, descrita, com pormenores, em todos os depoimentos presentes no livro. Torturam mulheres, torturam mães.

É um livro duro, aviltante. Dessas leituras que nos alertam: mulheres, estejam atentas! Direito adquirido não é garantia de nada. Basta um golpe, uma mudança política (ou uma revolução, como no Irã), para tudo virar conto de areia. Apesar dos gatilhos, um livro essencial. Fica minha recomendação.
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Juandrade97 14/08/2024

Bom livro
Um livro que conta as torturas pesadas que mulheres passam num país em que mulher é considerada quase um objeto.
São varios relatos, mas todos muito semelhantes.
Acho que o mais interessante é a autora ter sido premiada enquanto estava na prisão e sofrendo com aquilo que publicizou: as torturas.
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Fernanda 12/11/2024

Clube do livro Põe na Estante - Nov 24
Livro de não ficção. Trata de relatos de prisioneiras iranianas, o termo "prisioneiras de consciência" foi novidade para mim.
O livro é pesado, nos faz refletir como a questão de gênero está presente em todas as relações.
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