Bea 23/06/2024
"Como descrever a realização de um sonho?" Pra mim foi o exato momento em que esse livro, que pensei que nunca leria, foi lançado. Quem acompanha a Agatha sabe, inclusive a própria diz na nota da autora, esse livro estava engavetado. É difícil para uma leitora saber que um personagem que ela ama muito talvez nunca ganhe um livro.
Impossível explicar a conexão com alguns personagens, mas que é tamanha que a perspectiva de nunca lê-lo te causa um enorme sofrimento. Então, durante algum tempo, eu me permiti deixar que a esperança, não ironicamente, desaparecesse.
Desde a primeira aparição do Tommy eu desejei ler o que ele tinha para contar. E sofri por cada vez que ele foi um grande "não".
Mas agora eles chegaram.
E é impossível não endorfinar Olívia e Thomas. Mais maduros, finalmente aceitando que eles merecem esse amor. Sem subterfúgios, sem mais correr ou se magoarem, sem deixar que seus traumas e passado afetem o que eles podem ser.
Durante todos esses meses a constante foi defender eles dois, quando, na verdade, eles não precisam de defesa. Ambos são adolescentes, com atitudes que são, ao mesmo tempo, de adolescentes e contaminadas pelas feiuras que a vida jogou neles, mesmo tão novos.
Eu amei as intenções do livro, a irmandade do Tommy e do Ivan, que estaria ali pra ele a distância de uma ligação. A Ollie com sua família, todo amor que ela recebeu, me derreti sempre com o Dylan chamando ela de "minha Ollie". A relação dos irmãos Hawkins é ótimo de se ler também, mas amei principalmente que ele se permitiu viver os últimos dias do Hunter ao lado dele.
Não é segredo o quanto eu gosto da escrita da Agatha, ela tem um jeito muito fluido de escrever e quando você percebe já está finalizando, é simplesmente impossível para de ler.
Eu estou muito feliz pela oportunidade de ler esse livro, ele é um presente, embora não especificamente para mim, que foi muito aguardado. Cenas importantes de Tomillie acontecem no "topo do mundo", ler esse livro me traz a mesma sensação.
É sempre um prazer, Mooncity. Volte sempre.