Gabyh 28/10/2024
Fofo, super divertido e reflexivo!
Sinceramente, não sabia que precisava de uma comédia arromântica até ler uma!
A escrita da Izzy é uma coisa boa de se apreciar, e como eu sou defensora de uma escrita que se equilibra com o enredo esse livro acertou em cheio em ambos os aspectos, além de outros. Adoro um livro bobinho que não se prende a muitas coisas, não se leva tanto à sério e ainda sim é gostosinho de ler. É claro que o maior ponto forte é a cultura brasileira! Mesmo que tenhamos em maioria personagens podres de ricos, ainda há uma familiaridade para nós, pobres meros mortais: idas à praia, tomar uma caipirinha em um bar, costumes de afeto e, principalmente, palavrões! Definitivamente eu amei esse aspecto!
Íris pode ser uma pessoa difícil de se sentir empatia no início, ela me passou muito um ar de patricinha com seu incrível Iphone 15, um ar meio infantil até e nojento de gente rica, sabe? Mas com o tempo eu fui entendendo que ela não era só isso. Pessoas tem seus lados não tão agradáveis, tá tudo bem. Eu achei ela bem engraçada, principalmente quando falava palavrão, e indo mais para o final eu apreciei muito a maturidade dela em alguns diálogos, além de, mesmo tendo um toque de drama da parte dela, compreender seu temor em relação à sua sexualidade e seus pais. Íris tem uma boa construção de personagem, e eu apreciei bastante isso.
Oliver é o gringo mais brasileiro que eu já tive o prazer de ler. Pensem num personagem divertido, carismático, meio dramático, extrovertido, engraçado e com uma pitadinha de mistério: é ele. Foi muito divertido ver ele se abrindo, sentindo-se confortável no Brasil e com a família da Íris, mas é claro que a sua pessoa não se resume a um país. Toda sua jornada, desde transfobia familiar até se tornar um CLT e viver do que gosta não é super hiper ultra mega explorada, mas profundidade demais para uma arromcom seria muito paia, então eu achei que ficou equilibrado. Toda sua personalidade me cativou de primeira, e eu apreciava cada segundo que ele fazia algo, seja reproduzir um palavrão brasileiro, beber uma caipirinha, falar em sotaque fofo; literalmente tudo kkkkkkk.
Íris e Oliver tem uma boa dinâmica juntos. A protagonista pesa a mão demais no drama em alguns aspectos e o portagonista é um desligado na mesma proporção, e isso torna tudo um pouco mais engraçado. Chega uma hora que, assim como a Íris, não dá para ficar emburrado com as trapalhadas de Oliver, deixando o livro com uma constante vibe leve e divertida.
"Não é esse tipo de amor" é um livro que se abre muito a assuntos como sexualidade e identidade de gênero, como as pessoas vão recepcionar tal aspecto humano e, acima de tudo, o amor em seus diversos aspectos. Trazendo um protagonismo e representatividade LGBTIQAP+, negra e gorda, além de abordar assuntos como a linguagem neutra, o livro abre o leque sobre pensar no amor não-romântico, em relacionamentos queerplatônicos e em como o amor pode ser o que o ser humano quiser, em qualquer aspecto que ele puder e quiser sentir. Como pessoa aroace, admito que em algumas partes me senti meio peixe fora d'água, mas tudo bem, porque a aroacedade é muito ampla, e isso é lindo demais.
Foi uma ótima leitura, eu recomendo demais!