Vitória 24/09/2023
Eu sou uma grande cadelinha da editora Charme, e falo isso no exato momento em que, apesar de já ter quase todo o catálogo deles na minha casa, estou esperando uma caixinha rosa com mais 6 volumes das bonitas. A Ella Maise foi uma das autoras que eu já tinha todos os romances publicados antes mesmo de ler o primeiro, e ainda bem por isso, porque a kinga sabe escrever história de amor. Como todo mundo dizia que Casamento para Um era o melhor, eu decidi começar por outro e peguei Atração em Jogo, que só não foi perfeito porque fui enganada pela capa (Charme, a culpa é de vocês) e entrei num new adult pensando que estava começando um romance adulto, mas aqui finalmente a bonita mostrou a que veio.
Primeiramente gostaria de agradecer à Ella por não ir na onda de grande maioria das autoras gringas e escrever um livro inteiro só com capítulos pelo ponto de vista da mocinha. Ter a narração dos dois personagens principais ajuda demais na imersão na história e no apego a eles, e tenho que dizer que eu me apaixonei perdidamente pelos dois aqui justamente por isso. A Rose é uma protagonista sunshine, mas foge ao estereótipo de mocinha feliz e saltitante que, tal qual a Poliana, só vê o lado bom de tudo. Pelo contrário, ela é o meu tipo de sunshine. Como eu, ela foi abençoada com a alma de vereadora, e isso faz com que ela fale com todo mundo no meio da rua e seja amiga de várias dessas pessoas. Ela tem seus momentos ruins, os dias em que não quer nem colocar a cabeça pra fora de casa, mas acaba guardando isso muito dentro de si e não desabafando com ninguém pelo simples medo de estar atrapalhando, e foi aqui onde ela bateu comigo de novo. A determinação dela de abrir a cafeteria, o fato de ser leitora, o rancor que às vezes ela sentia do Jack e todos os trechos em que ela exaltava o quão gostoso ele era me fizeram cair aos pés dessa mulher. É difícil encontrar uma protagonista sunshine que me agrade de verdade, mas essa aqui foi um tiro certeiro.
O Jack demorou um pouquinho mais pra cair nas minhas graças, e confesso que se não fosse pelos capítulos pelo ponto de vista dele isso talvez nunca tivesse acontecido. A gente já percebe desde o início que ele tem uma história prévia com a Rose, da qual ela parece não ter conhecimento algum, e até digo que, quando o plot do instalove chegou e ele contou tudo, a Vitória que vê defeito em tudo poderia ter criticado e dito o quão fraco esse arranjo narrativo é, mas a autora solta isso tão lá pra frente, em um momento no qual eu já estava tão cadelinha deles, que eu só ignorei e segui em frente. Amo romances em que os protagonistas são muito diferentes um do outro, e aqui isso me fez cair de amores. Jack é o fechadão cotação de gelo, mas é lindo ver como a Rose vai quebrando as paredes que ele criou em volta de si, e cada mínima ação dele em relação a ela me fez gritar sozinha dentro do meu quarto. As flores que ele leva "pra cafeteria" toda segunda feira, a conversa com as menininhas no evento beneficente (nessa aqui eu chorei real), as ameaças que ele faz a qualquer um que pense em tratá-la mal, a forma como ele a carrega quando ela torce o pé e como cuida dela quando ela fica doente (falarei disso mais pra frente), tudo isso me fez ver o quão incrível o Jack era desde o início da história, e o quão melhor ele ficou depois da convivência com a Rose. As mudanças que eles fazem por causa do outro, as coisas que eles aprendem, é tudo lindo demais.
Além de tudo, a autora soube dosar bem o humor e o drama durante todo o livro. O plot da doença da Rose acabou comigo. Até esse ponto a gente já vê alguns momentos em que ela se sente fragilizada ou com medo, mas nada é tão forte como aqui, e quebrou o meu coração ver uma pessoa tão alegre como ela destruída dessa forma. As inseguranças que ela tem em relação à doença são reais demais, e a autora não nos poupa de nada. Acho que aqui também é quando o sentimento dos dois finalmente se consolida, porque ainda que a Rose seja a personagem sunshine, ela não se permite desabar na frente de ninguém, muito menos do Jack, então o momento em que ela faz o exame com ele segurando o tornozelo dela, e depois se permite chorar nos braços dele, me quebrou por inteiro. Ainda que não seja tão slow burn como a Mariana Zapata, acho que a autora soube escolher bem o momento pros dois se envolverem fisicamente, ainda que eles dessem beijinhos de mentira desde o início por causa do fake dating. Tudo acontece na hora certa, tudo condiz com o que eles sentem naquele momento, e tudo conspira pra que a leitora aqui chore sozinha no quarto até que as lágrimas manchem as páginas do livro.
A contagem dos sorrisos do Jack ao final dos capítulos da Rose é outro detalhe que deixa esse livro incrível. A gente aprende com ela a ter a mesma expectativa que ela tem pra que esse momento aconteça, e quando ele chega é recompensador demais. Acho que o livro inteiro é feito desses pequenos detalhes, e que uma resenha na qual eu fale apenas dos aspectos mais gerais da narrativa não vai conseguir passar pra quem está lendo isso tudo o que eu senti durante essa leitura, mas infelizmente eu não tenho tempo (e acho que o skoob iria me parar em algum momento) de contar tudo isso pra vocês. Já tinha falado o quão boa era a escrita dessa autora quando li Atração em Jogo, e aqui eu preciso ressaltar isso. A leitura é muito fluida, eu tinha vontade de permanecer com os personagens o tempo inteiro, então os dias em que realizei essa leitura foram dedicados quase que completamente a eles. Mas não foram só Rose e Jack que roubaram meu coração. Eu amei a Sally desde a primeira cena em que ela apareceu na cafeteria, o jeitinho doido dela é encantador demais, e é impossível não cair de amores pelo Owen quando o seu padrão de protagonista perfeito é o cara turrão sem sentimentos. A própria Rose fala que os dois são muito parecidos com o Jack e ela e eu concordo, mas não estou nem aí pra isso, porque eu exijo que a Ella Maise me entregue o livro dos dois o mais rápido possível. Já consigo imaginar um romance se passando quase que totalmente dentro da cafeteria, com ele fazendo doces pensando nela, isso é a perfeição. Vou abrir uma petição pra isso na Internet já.