Diário Íntimo

Diário Íntimo Lima Barreto




Resenhas - Diário Íntimo


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Diego 07/09/2021

Leitura interessantíssima
O livro não é um romance, mas um diário íntimo mesmo, como o nome diz.
Notas tomadas por Lima Barreto em diversos momentos de sua vida indicam a forma como preparava seus livros, suas impressões sobre a vida no RJ e sobre a sua própria vida e problemas pessoais.
Ao final ainda somos premiados com uma versão preliminar e incompleta de ?Clara dos Anjos?, bastante diferente do livro publicado.
Gostei muito de ler!
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TalesVR 27/09/2020

Diário íntimo para íntimos
Lima Barreto é, indiscutivelmente, um dos grandes autores da literatura brasileira. Aqui está o seu diário íntimo com anotações de sua vida e de livros que posteriormente seriam publicados (Clara dos Anjos é o maior exemplo). Penso fortemente que só irá se interessar por esses escritos quem realmente for fã do autor, visto que os escritos são desordenados, bem íntimos mesmo, somente o pensamento dele seria capaz de revelar todos os segredos de todas as notas, que assim soltas não possuem sentido nenhum para quem lê.

O maior impacto vem das anotações sobre os episódios racistas que Lima Barreto vivenciou, são recordações revoltantes.
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Joachin 02/12/2012

Acredito que Gilberto Freyre foi imensamente feliz ao classificar Lima Barreto como uma espécie de russo dos trópicos nesta edição da década de 1950 do Diário Ìntimo. Porém, a dispensável falta de modéstia do sociólogo pernambucano o leva a dizer que faltou ao escritor carioca formação acadêmica suficiente para que ele conseguisse escrever a história da importância dos escravos na formação da história brasileira. Sendo assim, coube a Freyre, com toda sua sapiência acadêmica, cumprir tal missão com Casa grande & Senzala. Deixando de lado a autopromoção de Freyre ao prefaciar essa obra, é no Diário Íntimo que temos registradas a face mais humana desse quixotesco literato brasileiro. Seus dramas pessoais, as internações, suas andanças pelos botequins do Rio de Janeiro da Belle Époque, observações e rabiscos que mais tarde originariam romances como Clara dos Anjos e Policarpo Quaresma, reflexões sobre filosofia, folclore, seus desejos sensuais... Todos esses temas podem ser encontrados nessa obra que é, sem dúvidas, obrigatória para qualquer pessoa que queira conhecer melhor o perfil intelectual e literário de Lima Barreto.
Aurélio prof Literatura 14/12/2019minha estante
Muito boa a resenha. Parabéns!!




João Ks 27/11/2020

Diário íntimo - Lima Barreto.

Os manuscritos de Lima Barreto reunidos sob o título “Diário íntimo” dão o tom do seu temperamento, de suas aspirações e de suas angústias, confirmando as impressões de caráter pessoal que estão contidas em toda a sua obra ficcional.

Encontra-se de tudo um pouco no “Diário” do escritor carioca. São frequentes as curiosas notas registradas acerca dos acontecimentos sociais, políticos, culturais e até familiares que cercam a vida do autor de “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Muitas dessas notas parecem atuar como mecanismo catártico, cumprindo com um processo terapêutico mediante desabafos e protestos contra os acontecimentos que inspiraram a revolta do autor.

Dentre as notas tomadas por Lima Barreto, não são raras aquelas de caráter eminentemente literário, onde vemos um escritor interessado na contemplação do cenário natural que o cerca, descrevendo-o cheio de cores e de movimento, num verdadeiro exercício literário.
Residem aí observações sobre o clima, as ruas, o casario e a paisagem natural do Rio de Janeiro, com suas manifestações quotidianas e o vaivém das gentes.

Alguns escritos assumem o caráter de autênticas confissões, com impressões pessoais bastante lúcidas, mas sinceras e agressivas demais para serem publicadas à guisa de crônicas jornalísticas.

Por meio das confissões, o escritor nos coloca a par de suas angústias e mágoas, sobretudo dando-nos conta de sua infeliz vida familiar, que constitui para ele uma eterna fonte de desgostos. Com isso, o “Diário íntimo” se reveste naturalmente de importante fonte autobiográfica a respeito do escritor carioca.

No “Diário íntimo” também estão reunidas anotações quotidianas a respeito de questões bastante comezinhas, tais como dívidas a serem pagas, livros a serem lidos, compromissos agendados etc.

Mais ou menos intercaladas aos escritos literários são encontrados citações e pensamentos de outros autores, sobretudo franceses, que mereceram a atenção de Lima Barreto.

Por fim, encontramos no “Diário” alguns contos folclóricos escritos por Lima Barreto, alguns dos quais estão igualmente presentes em antologias do autor. Também estão presentes, de maneira esparsa, fragmentos de contos e de romances, de que sãos exemplos “Vida e Morte de M.J Gonzaga de Sá” e “Clara dos Anjos”.

É curioso topar com os esboços do escritor sobre a construção de seus personagens, dos enredos e das cronologias narrativas, deixando-nos ver assim um pouco do seu processo de criação literária.

Alguns dos projetos literários planejados pelo autor infelizmente nunca saíram do papel. Tal sucedeu com o “Curso de Filosofia” e a “História da Escravidão Negra no Brasil”, ambições literárias manifestadas por Lima Barreto no seu “Diário”, que, no entanto, nunca foram realizadas.

O "Diário íntimo" de Lima Barreto permite conhecer um pouco da vida deste escritor pré-modernista, revelando aquilo que não sai nos livros, seja porque está contido nos bastidores da escrita e do pensamento, seja porque o seu conteúdo pessoal exige a privacidade própria de um diário.

Boas leituras!
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Lindsey.Pohlmann 31/10/2022

Eu achei bem ok, é literalmente um diário do autor Lima Barreto que fala do dia a dia dele e afins, li pela escola e não leria dnv.
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Tatiane 26/09/2021

Percepções de mundo; dores e dissabores por que passou na vida; anotações sobre suas leituras, conversas, idas e vindas, suas produções e escritos. Ler "Diário íntimo" é mergulhar um pouco mais no mundo real de Lima Barreto, autor que sofreu na pele o preconceito, o silenciamento e o alcoolismo.

"Quarta-feira última, chegando a secretaria, deram-me um convite para assistir à saída da esquadra de bordo de um navio do Lloyd. Fui, depois de hesitar muito.
Fui à bordo ver a esquadra partir. Multidão. Contato pleno com meninas aristocráticas. Na prancha, ao embarcar, a ninguém pediam convite; mas a mim pediram. Aborreci-me. Encontrei Juca Floresta. Fiquei tomando cerveja na barca e saltei.
É triste não ser branco."
(Na obra completa da Editora Nova Fronteira, está no volume II, p. 545.)

Os anos passam e o preconceito e o sofrimento se repetem...
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Oliveira1189 13/11/2024

Um mergulho nas memórias de Lima Barreto, escritas entre 1900 e 1921. As primeiras edições trazem ainda a versão incompleta de Clara dos Anjos. Impossível não sentir a amargura do escritor, que só foi crescendo e crescendo. Quanta injustiça, quanta incompreensão! O mal-estar psicológico, a bebida... a solidão! Este livro-memória é cru como poucos. É sim arrogante, prepotente, mas é tão humano que chega a doer! Sua luta pela literatura valeu, Afonso!
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