O Retrato

O Retrato Erico Verissimo




Resenhas - O Tempo e o Vento: O Retrato - Vol. 2


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Michela Wakami 18/06/2024

Bom
Embora aqui eu venha repetir as mesmas queixas, do rumo que alguns personagens são levados a tomar, e do desaparecimento de outros, que te deixam a ver navios, gostei mais desse do que da primeira parte do Retrato.
Teve mais enredo, mesmo ainda deixando a desejar.
Fui surpreendida com um acontecimento, triste e revoltante.
Inesquecível pelo seu peso.
Vanessa.Castilhos 18/06/2024minha estante
????? ??




murilzj 17/06/2024

E passou o tempo e o vento levou...
O Retrato nos apresenta a trajetória de Dr. Rodrigo Cambará, homônimo de seu bisavô, figura muito famosa do primeiro livro. Por mais que tenham o mesmo nome, são muito diferentes. Rodrigo, doutor, mostra o avanço provinciano, e o desejo de manter-se na alta sociedade e trazer o avanço para a cidade interiorana de Santa Fé.
O Retrato de Rodrigo Cambará, Erico brinca com a pintura de um retrato a maneira inversa da obra O Retrato de Dorian Gray, onde, na última, quem envelhece é o quadro, no quarto livro da série O Tempo e o Vento, nosso personagem principal é quem é dilacerado pelo tempo e assombrado pelo vento. Ele vê sua mente entrando em colapso, envelhecendo, pecando, enquanto o Rodrigo do retrato está lá, sob as cochilhas, no seu triunfo de vinte e poucos anos.
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Clio0 03/06/2024

A segunda parte de O Retrato regride no tempo e mostra o início da figura do Dr. Rodrigo Cambará, quando ainda era um jovem médico sonhando em transformar sua cidade-natal e se tornar, ou melhor dizendo, retomar o posto de novo potentado da cidade.

A forma como Rodrigo tenta mudar hábitos antigos de forma inicialmente democrática para depois utilizar-se da violência faz um paralelo com a própria História do Brasil, onde o sistema de saúde e sanitário teve que muitas vezes se valer de armas para realizar os seus intentos.

Igualmente reveladora, é a forma como Rodrigo enxerga a si mesmo como um "pai de família", mas costumeiramente se apaixona, seduz e arruína mulheres em seu caminho, afinal, é coisa de "macho". Tal interpretação é bem mais recente do que gostam de admitir os críticos do livro, mas o fato é que Veríssimo não poupou os políticos interioranos na construção de sua personagem.

O carisma, o clientelismo, a corrupção, tudo está dolorosamente lá, como diria Floriano, o personagem principal de O Arquipélago que faz uma breve aparição nesse volume.

Recomendo.
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Gab 23/04/2024

?Poupa a Flora, é o que te digo. Ela merece outra sina.?
Não avalio esse livro com 5 estrelas porque foi o que, da série, menos me prendeu até agora. Demorei muito pra terminar a leitura, lia um pouco e largava por dias a fio. O ego do Dr. Rodrigo foi difícil de aguentar em muitos momentos mas ainda assim, o livro não merece menos que um 4.5, pois o Érico é surreal como escritor.

?Desde o princípio sabias que um dia havia de ser tarde, mas quiseste criar o inevitável.?

Aqui temos um Dr. Rodrigo ainda mais parecido com seu bisavô, o capitão. Eu sei que é um personagem humano, que temos acesso à mente e coração dele, mas ainda assim foi difícil revisitar as mesmas traições, a mesma hipocrisia, o mesmo sofrimento da Bibiana (agora na Flora). Parece que como chefe de família, com exceção do Pedro Terra e do Bolívar, só os homens ruins tem o protagonismo e as personagens femininas até agora nada podem fazer pra se livrar desses maridos infiéis, e no caso do Dr., também hipócrita, egoísta, soberbo e explorador.

Embora tudo isso tenha me entristecido, a segunda parte de O Retrato nos deixa mais uma vez uma imensidão de conhecimento sobre o cenário político, sobre as inovações que dominaram o mundo e que chegaram à Santa Fé como a eletricidade, as indústrias, o cinema. Como musicista eu me senti muito feliz anotando e ouvindo cada referência de música clássica, romântica e popular. As óperas apresentadas, as sonatas tocadas pela jovem Toni, a realidade dos músicos nesse período. Tudo foi de grande valor artístico pra mim.

Os debates filosóficos apresentaram também muitos cenários novos pra quem quer se inteirar sobre o que se discutia naquelas décadas e o que chegava de fora, da Europa. Mesmo maçantes por vezes, os diálogos de Rubim, do coronel Jairo, do padre Astolfo, nos despertam a curiosidade sobre correntes filosóficas importantes para a história. Pepe García me fez rir com sua teoria e amor inflamado pela causa e pelos pobres, enquanto era sustentado pela mulher e pelas esmolas alheias. Os personagens secundários sempre tem algo a ensinar, ainda que indiretamente, sobre a vida no interior influenciada pelas relações de poder entre os burgueses e os homens do campo.

Aqui eu dei risada mas os apertos no coração não foram poucos. Espero que o desfecho da série traga um pouquinho de esperança e felicidade para as personagens femininas, mesmo sabendo que no fim, o autor só contou a realidade do que se passava em sua época. ??
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Camila Felicio 09/04/2024

Um bocado abaixo de O Continente e de O Retrato volume 1, no entanto é uma leitura incrível!
Rodrigo vai cada vez aumentando sua busca por prazer e por reconhecimento, se na primeira parte era de forma mais ingênua e transloucada, aqui Rodrigo age de forma racional mesmo que não perceba, inclusive quando envolve-se com Toni terminando tudo de forma trágica.
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Carolina.Gomes 31/08/2023

Dorian Gray é vc?
Nesse segundo tomo, Érico traz um pouco de O. Wilde e eu fiquei mais apaixonada ainda.
A trama segue fluida, história, política, intrigas e ah! O presunçoso Rodrigo Cambará.
Sigo empolgada com a narrativa maravilhosa de Érico.
Fico deslumbrada com a capacidade de captar o leitor, envolver e nos fazer amar, odiar e depois amar de novo, o protagonista absoluto da trama.
Para mim, será difícil esquecer o Dr. Rodrigo: extremamente vaidoso, bonito, presunçoso, cosmopolita, machista, safado, envolvente e coitada da mulher que se apaixona pelos olhos de ébano do doutor.

Eu me lasquei ?
Eliza.Beth 01/09/2023minha estante
???????
Brotei aqui? pq será? Kkkkkkkkkkk
Explica esse babado direito
Dorian? Hahahahah


Carolina.Gomes 01/09/2023minha estante
Amiga, o pintor faz um retrato do personagem q é tão vaidoso quando Dorian. E bonito?




Paula.Steffens 17/08/2023

Sobre o Retrato
O Retrato II segue a mesma linha do primeiro tomo, mostrando ao público as nuances de personalidade de Rodrigo Cambará, um grande apaixonado (por quem mesmo?) pelo bom e melhor, coração infantil sem pureza, generoso e perdulário, sempre com fogo na cabeça. Muitas partes do livro namoram com O retrato de Dorian Gray. Um bom livro, trouxe discussões muito interessantes junto ao grupo Taquicardia Literária.
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Andrea.Rodrigues 22/07/2023

O Retrato de Rodrigo Cambará
É preciso muito talento pra deixar esse livro interessante mesmo tendo um protagonista tão pedante.

Dr Rodrigo tem traços do pai Licurgo, que lutava pela causa abolicionista, mas queria distância das pessoas pretas; Dr Rodrigo luta pelos pobres, mas quando perto deles se sente até enjoado, pois segundo ele cheiram mal e são de uma fealdade...

Também tem traços da avó Luzia, figura nebulosa para ele, já que não se fala muito dela na família, mas quem leu sabe que ela era pura vaidade.

Dr Rodrigo em aparência lembra o Capitão Rodrigo, mas lhe falta o carisma do último.

Ao longo dos anos retratados no livro são citados: a passagem do cometa Halley, a morte de Tosltoi, estouro da 1a guerra, naufrágio do Titanic.

O retrato de Rodrigo tem um toque wildeano, uma.vez que lhe causa certa inveja por ver que o quadro conserva a juventude que o protagonista vê esvaindo-se a cada dia.

Ao final são citadas a queda de Getúlio Vargas e do próprio Rodrigo, em seu terceiro infarto.
Começamos a ser apresentados aos filhos de Rodrigo: Florêncio,escritor, Eduardo, revolucionário e que leva na cintura o punhal de Pedro missionário lá do primeiro livro.
Que venha o Arquipélago!
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Antonio.Brito 15/07/2023

Ascensão e queda de um colosso
Erico consegue narrar a subida do Dr. Rodrigo Cambará, expoente da elite rural rio grandense. Entretanto, Rodrigo não é apenas mais um filho de fazendeiro que vai a cidade em busca do status, o Dr exprime a efervescência de sua época, o apreço pelo conhecimento, pelo cultismo, luxos e o ethos burgues que timidamente aflorava entre a elite brasileira. Além disso, Rodrigo reflexe acerca da vida, papéis sociais, desigualdades - grande parte delas perpetuadas por si e seus confrades - e a constante dúvida que permeava a bússola moral que carregava em seu âmago. Além do que, as personagens são ricas e muito bem exploradas dentro de seus arcos temáticos. Uma leitura necessária!
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Thalita Souza 29/05/2023

É uma leitura indispensável para os amantes da literatura brasileira.
Neste segundo volume, Verissimo nos apresenta um panorama histórico e social do Brasil no final do século XIX e início do século XX, abordando vários temas. A narrativa é densa (o faz ficar um pouco cansativo)e rica em detalhes, mergulhando o leitor em um mundo de intrigas, paixões e conflitos.

A história é centrada no personagem Rodrigo Terra Cambará, através da vida de dele, o autor retrata as transformações sociais e políticas que ocorreram no Rio Grande do Sul durante o período. O protagonista, assim como os demais personagens, é complexo e com muitas facetas, com suas virtudes e defeitos, o que torna a narrativa cativante.

A escrita de Verissimo não é tão fluida mas é envolvente, com descrições vívidas (até de mais) e diálogos bem construídos. O autor utiliza uma linguagem acessível, o que facilita a imersão do leitor na trama e na atmosfera do período histórico retratado. Além disso, Verissimo apresenta um domínio impressionante da história do Rio Grande do Sul, mesclando fatos reais com a ficção de forma habilidosa.

É uma leitura profunda e instigante, que oferece uma reflexão sobre os desafios e contradições da sociedade brasileira na que lá época. Através da saga da família Terra Cambará, o autor nos convida a refletir sobre questões como poder, amor, lealdade e as consequências de nossas escolhas.
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Fernanda2407 07/05/2023

Eu vinha gostando de todos os livros da coleção. Mas O Retrato II foi mais difícil de ler, pois não consegui me identificar com o personagem principal. Rodrigo Cambará é extremamente egocêntrico e com um discurso que não coaduna com suas atitudes.
Isso tornou a leitura muito mais lenta e truncada.
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Darlane 06/03/2023

Continua igual o volume 1
No volume 1 reclamei muito sobre o Rodrigo não ser uma pessoa agradável e do fato de que os outros personagens do livro não têm personalidade, nesse volume continua tudo igual.
Na verdade nem tudo, Rodrigo fica ainda mais detestável.
No começo do livro eu tive esperança de que outros personagens tivessem mais destaque nessa parte, dado que tivemos um salto de tempo desde o primeiro e agora teríamos a Flora. Mas não rolou, a Flora é amável, porém sem muita participação e o restante dos personagens continua exatamente igual: Rubim só existe para falar sobre os ideais de super homem; Jairo só existe para falar sobre o positivismo; Neco, Saturnino e Chiru continuam parecendo a mesma pessoa (exceto pelo falo de que o Chiru é um folgado gigantesco)...
Nessa parte tem alguns personagens novos, mas no geral tudo continua o mesmo.
No final do livro você passa a odiar o Rodrigo muito mais do que no início dele e depois disso a história volta pro momento de onde parte o primeiro volume, so que agora narrado por Floriano (filho do Rodrigo). A história fica tão maçante contada apenas pelo ponto de vista de um personagem que não sei se quero continuar a ler O Tempo e o Vento, mesmo sabendo que os próximos livros alternam entrem Rodrigo e Floriano.
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Jadna.Rocha 31/10/2022

Confesso que em muitos momentos foi torturante ler esse livro. O personagem do Rodrigo Cambará conseguiu ser mais detestável que o bisavó dele, que pelo menos tinha a vantagem de ter carisma.

Rodrigo não é um personagem extraordinário, na verdade ele é um homem típico dos anos 1900. Se por um lado, o fato dele ter se formado em medicina trouxe uma bagagem intelectual pra história, por outro, ele ainda era aquele homem que cresceu no campo, apegado a ideias tradicionais de honra e propriedade.

Acho que essas duas concepções lutam dentro dele o tempo todo, por isso ele soa muitas vezes como um hipócrita. Ao mesmo tempo que ele fala sobre democracia e liberdade, em muitos momentos age como um coronel.

No geral a história foi muito boa como uma panorama político do Brasil de 1900. As discussões sobre diversas teorias políticas dos pontos de vista de cada personagem foram enriquecedoras. É uma pena que elas não tenham como base um drama mais denso, com personagens cativantes e que realmente façam o leitor torcer por eles.
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Agostinho 23/10/2022

Erico Verissimo - O Retrato Vol II
Nessa continuação da história da família Terra Cambará tem-se o prosseguimento dos passos de Rodrigo na cidade de Santa Fé, personagem este que se torna mais complexo (e mais humano) com suas contradições cada vez mais acentuadas. Ao mesmo tempo que representa o futuro, com suas ideias de progresso científico e democracia plena também representa o mais arraigado preconceito elitista, tem o sonho de ajudar os mais pobres, porém em contato direto com o povo não lhe suporta a fedentina e a fealdade sem classe. Aspira a santidade e a bela caridade dos livros, os quais se emociona profundamente, não a realidade feia e crua da pobreza e miséria.
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