Aryta 13/04/2022
Romance clichê em um suspense realmente muito bom.
Todas as vezes que falamos de Sidney Sheldon inegavelmente esperamos pela história de uma mulher que é ou se torna forte e dona do seu próprio destino.
Porém, eu reparei em duas coisas ao ler esse livro e que já vi em outros do autor, mas, não tinha feito a conexão:
A primeira é que ele sabe muito bem como criar dinâmicas familiares e desenvolvê-las. Isso vale tanto para relações próximas e núcleos familiares bem pequenos, quanto para os graus de parentesco distantes e cheio de ramificações.
A segunda (que pode estar relacionada à primeira, em algumas obras), é a forma completamente envolvente como o autor consegue voltar no tempo, anos e anos, até gerações e mais gerações sem que a gente se perca da história presente.
Uma observação de algo que eu achei engraçado nessa obra: Fiz a leitura e terminei com a certeza de que era um livro pequeno, com poucas páginas, até chegar, ir atualizar o histórico de leitura e ver que tinha mais de 300 páginas. Assim, eu percebi que ele não era tão pequeno quanto eu imaginava, já que na minha cabeça deveria ter por volta de 200 páginas.
Mas, em relação à história, temos a herdeira, única filha do super poderoso de um complexo empresarial bilionário, que após a morte prematura do pai se vê em uma posição delicada entre seguir com a empresa da família ou ceder às pressões e se desvincular de tudo.
Nessa narrativa, temos a ligação com relações familiares e a possibilidade de regressar para fatos ocorridos há muitos anos, que ainda servem de guia para os personagens do presente.
Também temos um jovem ambicioso e, lógico, o foco na mulher que irá quebrar paradigmas e surpreender a todos com a sua força inabalável (escrevi essa parte com um fundinho de ironia - que percebi enquanto redigia a resenha -, porque nos dias de hoje, eu já vejo as mulheres retratadas por Sidney Sheldon de uma forma diferente de como via há alguns anos. Mas, isso é um outro assunto, talvez para outra hora ou outra obra).
Há ainda, aquele romance típico do autor (extremamente clichê, nesse caso) e mini histórias paralelas, em que a maioria vai ter seu fim junto com a trama principal.
Ressalvas feitas, eu gostei muito do livro (de verdade!). Li praticamente em uma pegada só. Tem um aspecto de suspense muito bom e após uns 15 anos da primeira vez que eu li, achei que envelheceu bem no que se refere à narrativa.