Evguiêni Oniéguin

Evguiêni Oniéguin Alexander Púchkin




Resenhas - Eugênio Oneguin


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tati_loverock 06/07/2017

Foi uma grata surpresa o livro Eugênio Oneguin, realmente tenho que admitir que no inicio tive um pouco de dificuldade para me acostumar com o estilo da escrita do autor, mas depois que me acostumei ficou difícil largar o livro. Sempre tive uma grande paixão por literatura russa e tenho meus autores favoritos e Pushkin agora faz parte dessa lista. Resolvi ler Eugênio Oneguin porque fiquei curiosa por um dos personagens principais ter o meu nome, e Tatiana se tornou agora uma das minhas personagens favoritas da literatura, e me deixou ainda mais feliz por ter esse nome.
Achei a história maravilhosa, fiquei encantada com as descrições, personagens e a forma poética que Pushkin relata a vida e costumes do povo russo no século XIX. É um livro encantador que merecia ser mais conhecido aqui no Brasil.
comentários(0)comente



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Aline 03/11/2022minha estante
Gostei da resenha. Eu apenas vi o filme e estava procurando o livro.




Arsenio Meira 29/09/2013

Quem sabe um dia. Por enquanto, não.




Raramente abandono a leitura de um livro. É raríssimo. Persisto, brigo, mas vou até o fim. No entanto, exceções existem para dar vida à regra. Sabemos todos que o mundo da literatura é repleto de belezas, descobertas, mas também de chavões. Um deles se refere aos clássicos. Regra geral, não é nada recomendável renegar a leitura de um grande autor. Pior: se ele for um autor russo.

Após a terceira tentativa, acabo de deixar Eugênio Oneguin, do Alexander Pushkin (tradução de Dário Moreira Sales de Castro), no meio do caminho.

Trata-se de um “romance em verso”, como diz o tradutor. São mais de 390 estrofes, 5,523 versículos, espalhados por oito capítulos. O tradutor não deixou por menos.

“É amplamente reconhecido que Pushkin, nascido em Moscou, em 1799, e falecido em duelo, em São Petesburgo, en 1837, é o maior poeta da Rússia de todos os tempos”.

Dário Moreira esqueceu de dois nomes gigantescos, só para começar: Vladimir Maiakovski e Annah Akhmatova.

O livro não me encantou, não me despertou o espanto de que falou o poeta Ferreira Gullar como elemento de impacto, não me levou a lugar algum. À página 85, pensei: “Desisto!”. Todos os poemas que jà li do Pushkin, na Internet, eram muito bons. Mas uma coisa é escrever poemas, outra é um “romance em verso”. Há gigantes que erram na mão, e tradutores que também caem do cavalo.

Há tempos não vejo uma tradução com tantas “notas do tradutor”, atravancando a leitura todo o tempo. Somente no verso XVIII (página 34), temos um exagero. Em 14 versículos, são 7 notas. Algumas, por sinal, bem patéticas. O poema fala de “Limburgo”, o leitor sabe do que se trata (ou imagina, que é melhor), mas o tradutor precisa traduzir isso também. Vamos à pérola:

“O queijo chamado Limburgo, feito de leite de vaca, massa mole e costa lavada, que varia de amarelo-avermelhado a vermelho-tijolo e tem a forma de um paralelepípedo retangular”.

Queijo amarelo-avermelhado não seria o suficiente?

Mas a nota prossegue, e vira um cardápio.

“Forte no sabor e no odor, encorpado. É comum associar o nome Limburgo a queijo para se comer com cerveja. Limburgo era também uma antiga província dos países baixos, um ducado dividido entre a Holanda e a Bélgica”.

Há notas para tudo. O poeta fala em ananás, o reles abacaxi, temos que ver a nota. São nove linhas explicando o que é ananás. É difícil se concentrar num poema em que o tradutor dedica uma longa explicação sobre o que é o abacaxi.

O leitor (eu, no caso) vai tentando viajar com o Pushkin, mas falta algo. A cada página eu fracassava com o autor.

Aos poucos, o que vai ocupando o maior espaço é mesmo o tradutor. Sai da cozinha e vai para a sala. Quer sentar ao lado do autor, para dizer, vomitar sua jactância, algo do tipo “trabalhei muito nesta tradução”.

A “introdução ao autor”, feita por Dário, tem 10 páginas. Ao citar a morte do poeta, após um duelo, diz que ele, ainda hoje, “ocupas lugar cimeiro na história literária e sentimental da vida russa”. Em seguida, mais duas páginas de “agradecimentos e reconhecimentos”. Novamente, diz que o poeta está no “lugar cimeiro em que deve estar”.

Às favas o politicamente correto na literatura. Eugênio Oneguin, de Pushkin, deixei no meio do caminho. Um dia, quem sabe, eu volte.

Por enquanto, não.
jota 30/09/2013minha estante
Arsenio. Não li a obra nem faz parte da minha lista de leituras pois sei que ela é bastante complexa. Você tocou na tradução e há uma briga célebre no mundo das letras, que acabou com a amizade de cerca de trinta anos entre o autor e crítico literário Edmund Wilson (de Rumo à Estação Finlândia) e o conhecido Vladimir Nabakov. Tudo por conta da tradução para o inglês (também em versos) que Nabokov fez do livro de Aleksandr Pushkin. Trabalho que desagradou profundamente Wilson. Agora é por minha conta: teria então Wilson chamado Nabokov de babakov ou coisa pior, mandado que enfiasse a tradução no rabokov, algo assim? Ou teria sido o contrário, Nakobov a ofender o americanov Wilson? Briga entre autores (ainda que somente através de palavras) pode render até livro, não? Depois de ler Fogo Pálido (do próprio Nabokov) que é, até bem digerível, passo longe do Pushkin. Embora, como você, ache a literatura russa preciosa quase sempre.


Arsenio Meira 30/09/2013minha estante
Oi Jota,

Pois é. E, embora dificílimo, louvável e fundamental para monoglotas irremediáveis como eu, aqui pareceu-me presunção a excessiva conduta do tradutor, a toda hora soltando mil e um notas de rodapé...

Sabemos que 99% escritores, poetas, atores, atrizes e etc são vaidosos contumazes... Alias, o ser humano em geral.

Edmund Wilson, por muitos considerado um Schollar da crítica literária, autor do fenomenal "Rumo à Estação Filândia", de fato, atacou seu amigo Vladimir, e o fez com de forma consistente; dura, mas bem fundamentada.

E o nosso Vladimir não gostou nem um pouco. Ficou uma fera, e 25 anos de amizade terminaram com tais diatribes.

A briga entre os bambas, como você citou, pode render, sim, um livro, e rendeu um capitulo do magistral exemplar do new jounarlism Dentro da Floresta (Companhia das Letras, 575 páginas, tradução de Alvaro Hattnher, Celso Nogueira e Ivo Korytowski), do David Remnick, editor da New Yorker, que escreveu um excelente livro do gênero imortalizado por Capote. Nele há um capitulo voltado para o tema: As guerras da tradução.

Embora com fundo amargo, pois a amizade de Nakobov e Wilson foi definitivamente para o ralo, Remnick narrou a contenda de ambos de modo justo, sutil e sem estardalhaço.

Remnick não toma partido, mas fiquei com a impressão de que a crítica de Wilson era pertinente, e os pruridos literários terminaram por arrasar o afeto que um sentia pelo outro.

Houve palavras acirradas, Wilson não deixou pedra sobre pedra, mas não foi leviano, fundamentou o ataque. O nosso querido Nabakov é que perdeu as estribeiras...

Não tem jeito... A vaidade falou mais alto e o afeto que os unia foi sepultado.

Grande Abraço


jota 30/09/2013minha estante
Então, Arsenio: os quase trinta anos de amizade entre Wilson e Nabokov que de fato somaram apenas cerca de 25 - foram por conta de uma artigo lido no Estadão vários anos passados. Só pra encerrar: teve um crítico que ficou do lado do Wilson e escreveu que enquanto o livro de Pushkin era um puro-sangue, a tradução do Nabokov não passava de um pangaré. E pensar que esses assuntos de estrebaria se aplicavam melhor a políticos, não tanto a intelectuais...


Arsenio Meira 30/09/2013minha estante

Jota, concordo integralmente. E vinte e cinco anos ou trinta dá no mesmo...
Boa sacada a alusão à estrebaria e políticos, KKKKKK...
E só uma curiosidade: Nelson Rodrigues (de quem sou fã de carteira) passou a amolar o juízo do Poeta Maior Carlos Drummond de Andrade (este, um dos meus ídolos.) Lá pelas tantas (anos 60, acho), Drummond se encheu do cabotinismo de Nelson e falou a ele que não escreveria nada favorável ou desfavorável à peça dele (não me lembro qual.)

Pronto, foi o que bastou: a partir daí, Nelson volta e meia referia ao Poeta como um ser gélido, kkkk... Ele escrevia obsessivamente: "Carlos Drummond de Andrade possui a aridez de três desertos..." E Drummond passava recibo, pois pedia a Otto Lara Resende interceder e etc e tal, para Nelson parar de encher o saco.

KKKKK, é dose...
Abração


jota 01/10/2013minha estante
Se não for politicamente incorreto, vamos chamar essa tradução de "Oneguinho", então e encerrar esse assunto. Briga graúda essa de Nelson & Carlos; não dá para ficar contra um ou o outro, mas a favor dos dois: não temos mais escritores com essa estatura no Brasil de hoje, tá tudo muito imbecilizado ou infantilizado, ou pelo menos, grande parte. Então leio mais os estrangeiros - um imbecil falando (ou lendo ou arranhando) inglês ou espanhol vale mais, não?


Arsenio Meira 01/10/2013minha estante
kkkkkk, gostei Jota.

A gente tem mais é que aprender a rir (de nós mesmos) e dos outros também, sem ofender e sem vulgaridade.

No mais, é por aí. Concordo com vc, infelizmente. Gostaria que fosse o contrário, mas não é (o fato de nosso cenário literário andar pobre, lento, cheio de panelas, com poucos escritores promissores. É muito pouco para um país-continente.)
Abraços


Thiago 02/01/2019minha estante
Rindo muito dos comentários feito por vocês. Que saudades do Arsenio. A peça do Nelson, que o Drummond, ficou impassível, devia ser "Álbum de Família", e o curioso é que depois o Nelson, para se vingar do Drummond, fez uma peça com uma família disfuncional, e deu o nome de Drummond a essa família.




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