Luiz 20/08/2021
"Inquérito do fim do mundo sem limites" Marco Aurélio Mello
Um dos livros mais importantes dos últimos anos! Mostra o futuro sombrio do Brasil e o fim do Direito e da liberdade de expressão como se conhecia, marca o início do fim do Sistema de Freios e Contrapesos.
O mais aterrador é o silêncio da grande "classe falante", dos juristas, professores, "(supostos) defensores da democracia e etc... enquanto boa parte "luta" contra um fascismo imaginário, nasce pelas mãos do STF o verdadeiro sistema totalitário.
"O 'Processo Esseteefiano' (à falta de um termo melhor) é, ao mesmo tempo, líquido e orwelliano.
Orwelliano porque passa a impressão de que todos estão sendo observados pelo 'Grande Irmão Supremo' e que podem, a qualquer momento, ser objeto do exercício desse poder censor cuja maior preocupação é a polícia do pensamento
Líquido porque ninguém sabe como ele será exercido. Escolhido um alvo por algum ministro do STF, ele comunica ao 'presidente do Inquérito' e este poderá tomar qualquer medida que pareça ser jurídica. O inquérito, que por definição deveria ser um procedimento meramente investigatório, técnico, assume a forma que for necessária para reprimir o 'infrator/insvestigado'."
(Cleber T. Neto, p. 112)
"[...] Seja o controle da linguagem de 1984, de George Orwell, com o seu Ministério da Verdade e seus lemas repetidos roboticamente até o adestramento da vontade da população, seja a linguagem hipnótica de Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, que dessensibiliza seus personagens para as maiores violências cometidas em nome do... combate à violência. Com um inquérito secreto, em que os acusados acabam sendo também vítimas de busca e apreensões, censura prévias em redes sociais e tratados como futuros criminosos, nossa situação também se parece com O Processo, de Franz Kafka, no qual o personagem K. é acusado na primeira linha do romance e enfrenta todo o processo jurídico até o seu trágico final sem que saibamos qual teria sido o crime que teria cometido."
(Flávio Morgenstern, p. 40)