Camila 27/08/2022
"...o destino era menos importante que a viagem"
Marley e eu traz todas as trocas do dia-a-dia em um relacionamento com animais, que nos fazem compreendê-los e amá-los. John descreve sua trajetória com o seu pior cão e também o mais amável de todos. Só quem teve ou tem um amor animal entende o valor da palavra incondicional em doação e aceitação. E mudando a perspectiva de aceitação, é um bom momento para dizer que o livro é uma obra de não-ficção e lembrar-se que como humanos e, diante de todas as artes de Marley, qualquer um se irritaria, mas que no fim são as nossas atitudes e decisões frente às cooisas, que fazem a diferença e dão significado ao amor.
Demorei um pouco para ler, mas valeu super a pena, e não me arrependo de ter insistido, afinal não-ficção não está na minha lista de gêneros preferidos, mas nem por isso deixam de ser ótimos. Meu personagem favorito é muito óbvio (Marley) e é maravilhoso reconhecer alguns de meus próprios pensamentos e sentimentos na escrita. Valeu cada página e o final é devastador.
Destaques:
Nunca imaginei Marley como um modelo de perfeição, mas sentado ali, bebericando minha cerveja, dei-me conta de que talvez ele detivesse o segredo da boa vida. Nunca se deter, nunca olhar para trás, viver cada dia com impulso, vivacidade, curiosidade e disposição adolescente. Se pensarmos que somos jovens, então talvez o sejamos, não importa o que diga o passar dos anos.
Mas, como na vida, eu pensei, o destino era menos importante que a viagem.
Na solidão da escuridão, quase consegui sentir a finitude da vida e sua preciosidade. Não damos valor, mas ela é frágil, precária, incerta, capaz de terminar a qualquer momento, sem aviso. Lembrei-me do que deveria ser óbvio, mas nem sempre é: que cada dia, cada hora e cada minuto merecem ser apreciados.