Fragmentos de um discurso amoroso

Fragmentos de um discurso amoroso Roland Barthes




Resenhas - Fragmentos de um Discurso Amoroso


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punksinger 08/05/2009

semiótica no amor
além de amar semiótica, tive momentos bem intensos com este livro: estava vivendo uma fase de prfundo descontentamento com o mundo e um profundo processo de crescimento pessoal, decorrente de uma grave desilusão amorosa. a partir do momento que analisei semioticamente todos os signos correspondentes aos relacionamentos amorosos aprendi a encará-los de uma maneira muito mais tranquila - e madura. nada de auto-ajuda, nada de terapia, muito menos poesia: a semiologia nos faz repensar interpretações que atribuímos às coisas... tudo é imagem. e imagem é contemporaneidade!
Julian Pessoa 21/01/2015minha estante
Tudo é linguagem, palavra, símbolo, signo e imagem.


Ana Maria 29/07/2017minha estante
Acabei de passar pelo mesmo tipo de leitura, e tava me sentindo culpada por encarar Roland Barthes - lá no fundo - como uma terapia secreta.


Nani Oliveira 22/07/2021minha estante
Também tem me auxiliado a encarar uma 'realidade' amorosa com mais maturidade...




WAGNER 17/04/2011

Fragmento de um discurso amoroso
Esta obra-prima de Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso, é uma resposta do autor aos seus contemporâneos, que haviam marginalizado completamente a linguagem do amor de sua esfera do pensamento, das suas concepções artísticas, culturais ou científicas. Ela era reputada como algo pertencente a um passado excessivamente sentimental, sendo, portanto, segregada por aqueles que se consideravam modernos.

Barthes devolve ao discurso do amor sua dignidade, seu brilho inigualável, ao resgatar a noção dos antigos sobre a alma deste sentimento. Assim, ele retoma os conceitos filosóficos, de Platão a Nietzsche, navega pela Psicanálise de Freud e de seus adeptos, empresta as noções essenciais do Zen e de outras vertentes místicas, assentando-se sobre o alicerce literário, principalmente na releitura de Werther, de Goethe.


Desta forma o escritor francês liberta a linguagem do amor de sua radical condição solitária, do ridículo a que foi exposta no contexto temporal em que viveu Barthes. Ela deixa de ser um espaço reservado apenas ao firme reconhecimento de si mesma, para se estender em sua grandiosidade a todas as esferas do conhecimento, nelas reencontrando seu lugar de outrora.

Roland Barthes concebeu esta obra como um dicionário, expondo suas idéias sob a forma de verbetes referentes ao universo dos apaixonados, dispostos em ordem alfabética. Seu fascinante teor é precedido por um prefácio que, na verdade, é mais um manual que orienta o leitor em sua leitura do livro. Portanto, não é recomendável que se vá direto para o conteúdo desta publicação.

Fragmentos não é um livro para ser lido como qualquer outro. Deve-se estar atento a cada uma de suas passagens, lendo e relendo, destacando o que mais falar à alma de cada leitor. Vale tudo, desde marcar com a caneta as partes mais significativas, até criar à margem das páginas seus próprios comentários sobre o que foi lido. É praticamente impossível empreender a leitura desta obra sem se deixar seduzir por sua essência, sem se apaixonar.

É importante perceber a empatia que cada leitor cria com esta obra. Todas as emoções impressas neste texto cativante despertam uma ou outra vivência íntima, gerando assim um intenso elo entre o ponto de vista do escritor e as experiências existenciais de cada um. Ao percorrer as páginas deste livro, deve-se estar preparado para viver as mais diferentes sensações – chorar, rir, se comover e até mesmo meditar sobre si mesmo, percebendo como as experiências são universais, seguindo muitas vezes um padrão cultural inimaginável.

Roland Barthes é um autor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês. Graduado em Letras Clássicas, em 1939, e Gramática e Filosofia, em 1943, na Universidade de Paris, ele integrou o movimento conhecido como Estruturalismo, seguindo as concepções do principal teórico da Lingüística, Ferdinand de Saussure.

Fontes:
http://www.infoescola.com/livros/fragmentos-de-um-discurso-amoroso/
http://www.submarino.com.br/produto/1/209803
http://pt.shvoong.com/books/classic-literature/1877235-fragmentos-um-discurso-amoroso/
http://portal.rpc.com.br/jl/divirtase/conteudo.phtml?id=801406&tit=Gravacoes-de-um-discurso-amoroso&tl=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roland_Barthes

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Tiago600 20/10/2020

O mais lindo tratado a respeito do amor que já li
“Ninguém tem vontade de falar de amor, se não for para alguém.”

[...]A dificuldade da aventura amorosa consiste no seguinte: Que me mostrem quem devo desejar, mas em seguida deixem o terreno livre!

“Como ciumento, sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo por sê-lo, porque temo que meu ciúme fira o outro, porque me deixo sujeitar por uma banalidade: sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum.”

"De quem é a vez de falar? Nós nos calamos juntos: acumulação de dois vazios."

Um koan budista diz o seguinte: "O mestre conserva a cabeça do discípulo sob a água, por muito tempo; pouco a pouco as bolhas se rarificam; no último instante, o mestre tira o discípulo, o reanima: quando tiveres desejado a verdade como desejaste o ar, então saberás o que ela é". A ausência do outro me conserva a cabeça sob a água; pouco a pouco sufoco, meu ar se rarefaz: é através dessa asfixia que reconstituo minha "verdade" e preparo o Intratável do amor.

("História Zen: Em pleno calor, um velho monge está ocupado, secando cogumelos. "Por que não fazeis com que outros o façam?
- Um outro não é eu, e eu não sou um outro. Um outro não pode ter a experiência de minha ação. Eu devo ter minha experiência de secar cogumelos.")

Só. A figura diz respeito, não ao que pode sua solidão humana do sujeito apaixonado, mas à solidão "filosófica", já que o amor-paixão hoje em dia não está sob a responsabilidade de nenhum sistema maior de pensamento.

Como se chama esse sujeito que insiste num '"erro", ao contrário de todos e contra todos, como se tivesse diante dele a eternidade para "se enganar"? - Chama-se um relapso. Seja de um amor ao outro ou no interior de um mesmo amor, não paro de "recair" numa doutrina interior que ninguém divide comigo. Quando o corpo de Werther é levado de noite para um canto do cemitério, perto de duas tílias (a árvore do perfume simples, da lembrança e do adormecimento), "nem um padre o acompanhava" (é a última frase do romance). A religião não condena apenas o Werther suicida, mas também, talvez, o enamorado, o utópico, o desclassificado, aquele que não está "ligado" a mais ninguém a não ser ele mesmo.
A solidão do enamorado não é uma solidão da pessoa (o amor se confia, se fala, se conta), é uma solidão de sistema: sou o único a fazer disso um sistema (talvez porque sou incessantemente reba­tido sobre o solipsismo do meu discurso). Paradoxo difícil: todo mundo me ouve (o amor vem dos livros, seu dialeto é corrente), mas só me escutam (recebem "profeticamente") os sujeitos que têm exatamente e presentemente a mesma linguagem que eu... Os enamorados, diz Alcibíades, se parecem com aqueles que foram mordidos por uma cobra: "Diz-se que eles não querem falar do que lhes aconteceu com ninguém, a não ser com aqueles que também foram vítimas da mesma coisa, como se fossem os únicos aptos a conceber e a desculpar tudo que eles ousaram dizer e fazer durante a crise das suas dores".

A verdade seria aquilo que ao ser descoberto deixaria aparecer a morte (como se costuma dizer: não valeria mais a pena viver). É assim com o nome do Golem: ele se chama Emeth, Verdade; tirando-se uma letra fica Meth (está morto). Ou ainda: a verdade seria aquilo que na fantasia, deve ser retardado, mas não renegado, reprimido, traído: ou seja, sua parte irredutível, aquilo que estou sempre querendo saber uma vez antes de morrer (outra formulação: ''Morrerei então sem ter sabido, etc.").
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Mawkitas 07/05/2023

O discurso do amante
Pouco foi escrito sobre o discurso amoroso. Em tempos de "a fila anda" falar de amor é muitas vezes ridículo, obsceno, démodé e, no entanto, ainda existem - insistem? - amantes.

Para quem gosta de psicanálise e de semiologia e, ainda por cima, se interessa pelo amor, esse livro é altamente recomendado.
Lali Jean 09/05/2023minha estante
Tô lendo um romance que a personagem fica muito encabulada com esse livro, tem uma intertextualidade bem bacana. Chama a trama do casamento de Jeffrey alguma coisa


Mawkitas 09/05/2023minha estante
Olha, que interessante! Acho que deve ser o livro de Jeffrey Eugenides; nunca li esse mas li Middlesex e tenho As Virgens Suicidas me esperando aqui na prateleira. Vou colocar na minha lista de leitura porque fiquei curiosa para saber em que contexto o livro é citado.




@jaquepoesia 26/01/2022

Flertando com a escrita de Roland Barthes

🔸FRAGMENTOS DE UM DISCURSO AMOROSO é um livro que explicou com exatidão o estado psicológico retardado de um ser apaixonado, o livro descreveu da maneira mais verdadeira possível todos os estágios interiores e exteriores que se dá através de uma relação amorosa.
O livro me fez lembrar de certas situações vividas, me fez pensar em quem sabe amadurecer quando o assunto é amar (ou demonstrar amor), me fez rir e quase (faltou pouco) me fez chorar.
Já se perguntou por que ama quem ama? O que torna fulana(o) tão especial?
Barthes já : “Encontro pela vida milhões de corpos; desses milhões posso desejar centenas; mas dessas centenas, amo apenas um. O outro pelo qual estou apaixonado me designa e especialidade do meu desejo. Esta escolha, tão rigorosa que só retém o Único, estabelece, por assim dizer, a diferença entre a transferência analítica e a transferência amorosa; uma é universal, a outra é específica. Foram precisos muitos acasos, muitas coincidências surpreendentes (e talvez muitas procuras), para que eu encontre a Imagem que, entre mil, convém ao meu desejo. Eis o grande enigma do qual nunca terei a solução: por que desejo esse? Por que o desejo por tanto tempo, languidamente? É ele inteiro que desejo (uma silhueta, uma forma, uma aparência)? Ou apenas uma parte desse corpo? E, nesse caso, o que, nesse corpo amado, tem a tendência de fetiche em mim? Que porção, talvez incrivelmente pequena, que acidente? O corte de uma unha, um dente um pouquinho quebrado obliquamente, uma mecha, uma maneira de fumar afastando os dedos para falar? De todos esses relevos do corpo tenho vontade de dizer que são adoráveis. Adorável quer dizer: este é o meu desejo, tanto que único: “É isso! Exatamente isso (que amo)!”
🔸É quase impossível o livro não falar diretamente com o leitor, o tempo todo você vai se ver nele, ou ao menos ver quem já amou nele. Acaba sendo divertido ler toda sua história de amor narrada pelo outro.
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João Pedro 27/03/2020

Das dores, o amor é a melhor delas
Desde Nietzsche até Flaubert, de Albert Camus até Cameron Crowe, Roland Barthes consegue ser cirúrgico ao teorizar sobre o amor. No decorrer da leitura, o leitor identifica as próprias experiências empíricas sobre o tema - o que torna o livro ainda mais especial. ''Fragmentos de um discurso amoroso'' é capaz de fazer com que você viva e reviva todas as fases de um grande amor, quer você tenha o vivido ou não. Sobre esta resenha, acredito que a tenha feito pelo livro conversar diretamente com a minha alma - é impossível esquecer um amor verdadeiro. Espero, sinceramente, que este texto tenha tocado o coração de alguém e desperte o desejo pela leitura desta belíssima obra. Como proferido pelo próprio Roland Barthes: “Ninguém tem vontade de falar de amor, se não for para alguém.”.
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Maria5621 04/01/2023

Maravilhoso
Barthes simplesmente não erra nunca, esse livro é maravilhoso e lindíssimo. Ele escreve de uma forma profunda e ao mesmo tempo simples, pois trata de sentimentos que todos nós experimentamos ou vamos experimentar, e ele traduz muito bem isso em cada um dos verbetes.
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LaraF 03/06/2012

O autor descreve varia etapas do discurso amoroso, recorrendo a citações de Goethe, Lao Tse, Balzac, Platão...de fato, desconstrói uma serie de pequenos equívocos dos apaixonados. O discurso amoroso é parecido com um teatro onde a cada autor cabe um script..mas, diversas vezes, o apaixonado (enamorado) esquece de avisar aos demais. Vale a pena ler..embora tenha partes um pouco cansativas.
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Michele Soares 20/06/2023

Apenas um dos melhores livros que já li na vida inteira. Rico, sensível, inteligente. O amor como uma linguagem. É tão bom que chega a ser desesperador. Leitura obrigatória para os que amaram, estão amando ou ainda vão amar = todos.
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Gladston Mamede 13/11/2017

"Os Sofrimentos do Jovem Werther" foi um livro icônico no século XIX, ao ponto de uma jaqueta amarela, descrita no livro, ter virado moda, assim como o suicídio como solução para o amor não correspondido. O genial (sim, sou fã) Roland Barthes, usando da técnica dos fragmentos (de inspiração helênica, pré-socrática), debruça-se sobre o clássico de Johann Wolfgang von Goethe para explorar-lhe as possibilidades. E, assim, nascem interpretações que são tão geniais quanto o texto interpretado.
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joaosismo 27/02/2021

O discurso ...
Pra quem responde "eu te amo" com "eu também" cês não entenderam o "eu te amo" e pra ser mais claro que isso "eu também".

Minha pseudo resenha é feita pra que nem eu entenda depois. Caso eu releia em outro cenário e humor, não fará sentido.

Não recomendo o livro pra quem levou um pé na bunda. Alerta gatilhos.

Isso porque é só um capítulo que tá sublinhado que foi deveras incoveniente ler e que tá fresco na memória.
Justo por eu ser dramático e apegado. Apegadíssimo num nível de "me perdoa Duda beat eu sou apegado".

Numa parte do livro eu posso dar meu visto, aconteceram, já noutra tá no ideal do amor romântico.

De fato o autor conversa sobre "sintomas" do amor, sobre o ser apaixonado, o objeto. É interessante, compartilho do sentimento de quem disse que é uma autoajuda disfarçada.
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Beatriz3345 24/03/2023

Incrível
Um livro repleto de boas referências literárias (Romance), muito bem estruturado. Uma leitura leve, para ser sentida.
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Hector 07/04/2023

À deriva do inatual
Este livro, publicado na década de 70, apresenta de forma direta a grande capacidade de Roland Barthes em abordar temáticas abrangentes a partir de suas expressões cotidianas. Assim é o amor, entendido pelo filósofo enquanto discurso amoroso e, como tal, campo frutífero para a análise semiótica. Tão admirável quanto a capacidade metodológica de Barthes é a beleza das imagens que suas descrições produzem. A experiência da leitura deste livro é desconcertante na medida em que o leitor se vê frente a frente com o até então indescritível do discurso amoroso, a partir de uma espécie de dicionário semiológico organizado por Barthes. A sensação de ler uma análise descritiva de sensações que se projetam espectrais e fugidias em nosso cotidiano é algo de constrangedor e, por isso mesmo, subversivo, uma vez que o constrangimento (relação necessariamente não solitária) interpela a posição solitária de leitor.

A diferenciação entre irrealidade e desrealidade presente no livro, por exemplo, é capaz de demonstrar ou ordenar sensações que temos corriqueiramente, que nos impactam diretamente, mas que são de modo gerais inexprimíveis. Todo esse processo é realizado por Barthes em diálogos e menções a outros autores, de modo não acadêmico-formal: Freud, Nietzsche e Goethe são interlocutores bastante recorrentes ao longo do livro.

É, portanto, um livro que atua diretamente para minimizar a necessidade que ele próprio alega, em sua primeira página, a necessidade relativa ao fato de que o discurso amoroso é de uma extrema solidão, por estar à deriva do inatual, sem ser sustentado diretamente por ninguém. Barthes arrisca uma sustentação, sempre lembrando que a linguagem é a nossa única possibilidade e a nossa maior limitação.
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caio_hlb 24/05/2023

Um pouco exaustivo, mas muito recompensador
Existe sempre duas maneiras de se relacionar com a arte. A aproximação consciente de que o objeto artístico é, por essência, um objeto inútil no mundo e que ter contato com ele não trará nenhuma melhoria prática em nossa vida como um quarto extra em casa, a fatura do cartão paga ou a cura de uma doença. A outra maneira é um tanto quanto mais "infantil" em que o envolvimento com o objeto é tão intenso que esquecemos que ele é um objeto e tudo que passa a ocorrer nele tomamos por verdade de tão real o sentimentos que nos causa (crianças choram pela morte de Mufasa porque, para elas, ele é real).
Então quer dizer que da primeira forma não há espaço para a emoção? Na verdade, há e, afirmo que, esse espaço é preenchido por uma emoção ainda mais genuína porque ela não vem de qualquer ponto de intersecção com nossa vida, sobrando apenas o objeto em si para nos tocar.
Roland Barthes faz isso com o universo da relação amorosa em seu "Fragmentos de um discurso amoroso". Ele se distância de todo e qualquer enredo romântico que poderia nos emocionar pelo envolvimento com personagens durante páginas e mais páginas, para trazer um olhar extremamente analítico para aquilo que mais nos comove: o amor. Cria-se aqui um glossário de palavras como "verdade", "conduta", "fofoca", "adorável" e atribui-se definições a elas dentro do contexto de amor entre duas pessoas.
Roland Barthes explica o que não se consegue, ou talvez não se deveria, explicar por meio de diferentes relações com outras obras, principalmente "Os sofrimentos do jovem Werther" de Goethe, emaranhando o leitor em tantas definições, as vezes exaustivas, que o ser amoroso parece até covarde, precisando manter seu discurso que gira em seu próprio centro por medo de tocar o centro.
Todas essas voltas, que poderiam ser vistas como desnecessárias ou entediantes, presenteiam o leitor com uma série de reflexões em que cada palavra é chave para outras palavras e leituras que nunca se encerram, carregando o verbo amar para longe de si próprio, mas mais para perto do discurso, peça essa essencial em toda forma de amor.
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