Quatro mulheres e um livro 19/03/2016
“- É curioso pensar que um anjo nunca tenha visto a face de Deus. […]
– Mas isso é o que menos importa. Prefiro pensar nele como um conceito, uma inspiração, um objetivo. Acho que a fé é justamente a propriedade de acreditar no indecifrável.”
"A Batalha do Apocalipse" é minha primeira leitura de ficção fantástica de um autor brasileiro e minha impressão foi muito boa. O livro é uma viagem pela história da humanidade, desde o início da criação, passando por Babel, Império Romano, Inglaterra Medieval e época atual chegando até o final dos tempos. Todo esse percurso é muito bem-amarrado pelo autor, de modo que o leitor não se perde na história.
O enredo segue o estilo épico e é narrado alternando flashbacks e o tempo real, trazendo elementos da mitologia e da história humana ao longo dos séculos. Eduardo Spohr cria um universo repleto de anjos, demônios, deuses e bruxas para narrar a caminhada da humanidade rumo ao apocalipse, e a batalha entre o bem e o mal é o pano de fundo.
"As parábolas não são desprezíveis, mas representam o ápice da comunicação humana. Assim, cabe ao indivíduo interpretá-las. Não há nada mais adequado a uma raça dotada de livre vontade, aberta a encontrar as próprias respostas."
A história é conduzida por Ablon, um anjo guerreiro que foi expulso do Paraíso e exilado para a Terra junto com alguns companheiros por desafiar o poder e a conduta dos Arcanjos. Ablon é condenado a vagar entre os humanos até o dia do Juízo Final. Além disso, ele e os demais renegados são caçados pelos anjos caídos, chefiados por Lúcifer.
A leitura do livro pode ser um pouco lenta, devido a complexidade dos personagens e suas relações com fatos históricos, mas consegue ser interessante a ponto de prender o leitor. As cenas de batalhas entre os anjos são de tirar o fôlego, bem descritas e intensas. O livro traz muitos diálogos reflexivos sobre a fé, não a de caráter religioso, mas a fé numa força divina e na própria humanidade.
O final nos traz uma reflexão sobre o resultado das nossas escolhas individuais e coletivas, deixando a mensagem de que sempre haverá uma esperança para a humanidade.
Por fim, acredito que daria um bom filme! Hollywood, fica a dica !
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