A Batalha do Apocalipse

A Batalha do Apocalipse Eduardo Spohr




Resenhas - A Batalha do Apocalipse


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Ivan 01/05/2020

Literatura fantástica BR
Depois da leitura dos Filhos da Degradação, procurei ler outras obras brasileiras, aí, sem precisar procurar muito, comecei o famoso A Batalha do Apocalipse, obra de fácil leitura, personagens simples, poucos mistérios, e os que tinham era facilmente deduzidos. Tudo é muito centrado no querubim Ablon e na necromante Shamira, tornando a leitura um pouco cansativa. Mas assim mesmo recomendo, pois a parte histórica e geográfica são muito boas, você consegue viajar junto com os personagens pelo mundo, essa é a parte mais interessante da obra.
Joseph 01/05/2020minha estante
Fiz o processo inverso, há muito tempo li ABDA e esse ano li Ordem Vermelha. Ambos maravilhosos, mas ABDA ainda é meu favorito. Universo maravilhoso, me fez viajar. A escrita bem mais sensível e criativa e o fato de colocar a ótica fantástica sobre a ótica cristã achei fenomenal.




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Giovanna398 09/02/2020minha estante
Comprei esse livro a muito tempo, nunca terminei
Estava boa a história mas minha sobrinha deixou molhar e acabou com o livro todo kkkk nunca terminei a história




Natha 23/08/2019

Surreal
Então, não é um dos melhores mas dou 5 estrelas pela ousadia deste moço em criar algo tão surreal, não quero nem pensar o que um cristão raiz daqueles tradicionais "canela de fogo" diria de um livro como este kkkkkkkkkk
Um livro rico em detalhes com certeza...por um momento achei ter encontrado uma ponta solta no livro, mas o bonito arranjou tudinho em seguida... Enfim é isso!
Keller 06/11/2019minha estante
Eu sempre penso isso quando lembro dele kkkkk li ele faz uns 4 anos eu acho, to louca pra ler de novo ( não li ainda pq ele não é meu ?)




Victor 07/02/2014

Onde está o épico?

Comprei este livro na estreia, pois a capa e a sinopse me chamaram muita atenção. O tema e a abrangência do que seria abordado (da queda dos anjos ao crepúsculo do mundo) instigaram minha imaginação.

Pela quantidade de páginas eu esperava uma história dinâmica, envolvente e repleta de lutas maravilhosas, recheado de ação e criatividade. Contudo, minha decepção só aumentou transformando-se em frustração a cada página...

A escrita realmente é boa. Bem elaborada assim como a construção do mundo que creio que tinha como objetivo abranger todas as religiões. Parcialmente deu certo, mas deixou algumas coisas meio vagas, até aí tudo bem. Este foi um ponto bom para o livro.

Por outro lado, a história em si é ruim. A trama se passa nos dias atuais, mas entrecortada por flashbacks da vida do personagem principal. Digamos que é um enredo fraco em termos de eventos, mas mascarado com uma boa escrita e um bom tema, isso agregou valores aos ânimos do conteúdo(pelo menos os meus).

A história é praticamente mundana, sendo que uma das partes do livro foi REALMENTE terrestre sem nenhum aspecto de sobrenatural (a maldita viagem com os gregos...traumas eternos...). Essa parte foi tão maçante que encostei o livro durante um mês até ter coragem de pegá-lo novamente para me livrar logo dela (que me renderam mais algumas pausas). E no fim desta, cheguei a conclusão de que fora totalmente desnecessária. Poderia ter sido resumida em cinco páginas bem escritas e não carregado por cento e poucas páginas de pura "estrada com grama e montanhas". Isso realmente testou minha paciência ao limite, e olha que tenho muita.

Quando finalmente havia um confronto no livro, este acabava antes mesmo dos personagens terem conhecimento de que estavam lutando. A escrita, nestas e em todas as outras partes, é totalmente sem emoção. Nenhuma me comoveu (mesmo as que eram destinadas a isto) ou me deixou com vontade de "querer ler mais".

Para não parecer chato ou deselegante, repito: O livro é bem escrito, mas totalmente sem criatividade no enredo, nas lutas e acontecimentos. O autor focou mais em fatos históricos humanos ao invés da "fantasia" que prometeu. Esperei uma jornada épica com uma dinâmica entre anjos, humanos, demônios, deuses, paraíso, céu, inferno... mas o que foi apresentado foi apenas um personagem fugitivo numa trajetória linear e mundana se esgueirando pela terra praticamente sem nenhum aspecto divino.

Decepcionante.


Creio que todas as críticas positivas vêm de pessoas mais "pé-no-chão" que desgostam de histórias fantásticas e não se incomodaram que os poderes angelicais ficaram em segundo plano. Nada contra histórias de cunho histórico, também aprecio o gênero, mas não quando o livro promete uma literatura de fantasia.

Tinha tudo pra ser perfeito, mas passou longe disso.

Obs: Li o segundo também, filhos do éden: herdeiros de Atlântida, para ver se houve uma melhora, mas me decepcionei mais ainda acabando por abandonar este autor e seus livros (ainda mais depois que soube que o Anjos da Morte, terceiro livro dele, tem uma pegada mais histórica sem praticamente nada de sobrenatural).

É isso, se você tem uma mente criativa e uma boa imaginação, não se engane com as sinopses bem elaboradas destes livros. Eles não condizem ao esperado.
Stefano_F 12/02/2014minha estante
Acho totalmente o contrário. O Eduardo valorizou tanto história quanto fantasia e filosofia. A parte dos gregos realmente foi demorada mas acho que foi, sim, necessária, ela nos ajuda a compreender mais o Ablon e é uma jornada interessante (histórica e fantástica), mas não teve fantasia? Teve sim, não vou falar o que pra não dar spoiler pra outras pessoas. As lutas, algumas mais rápidas que as outras, eram descritas como se fosse para um filme, que na minha opinião ajudou a imagina-las na minha cabeça. É um livro em que o Spohr quis criar um universo novo, então é um livro pequeno relativamente e uma história grande. Eu não sou uma pessoa "pé no chão" quando se trata de livros. Gosto de fantasia, mas uma fantasia consistente, que faz sentido e incluir história no livro foi uma ótima maneira de manter a consistência da obra. Estou lendo Hrdeiros de Atlântida (quase acabando) e gostando muito, é mais dinâmico e menos épico, o que torna mais realista. Se não gostou de nenhum desses, experimente ler o terceiro da série: "Paraíso Perdido", não lançou ainda mas de acordo com o Eduardo vai ser o livro que possui mais fantasia, da série. Valeu




Michele Lebre 02/03/2014

Uma viagem pela história da humanidade
"A batalha do apocalipse" é minha primeira leitura de ficção fantástica de um autor brasileiro e minha impressão foi muito boa. O enredo segue o estilo épico e é narrado alternando flashbacks e o tempo real, trazendo elementos da mitologia e da história humana ao longo dos séculos. Eduardo Spohr cria um universo repleto de anjos, demônios, deuses e bruxas para narrar a caminhada da humanidade rumo ao apocalipse, e a batalha entre o bem e o mal é o pano de fundo. A leitura do livro pode ser um pouco lenta, devido a complexidade dos personagens e suas relações com fatos históricos, mas consegue ser interessante a ponto de prender o leitor. O final, em minha opinião, nos traz uma reflexão sobre o resultado das nossas escolhas individuais e coletivas, mas deixando a mensagem que sempre haverá uma esperança. Por fim, daria um bom filme !
Stefano_F 03/03/2014minha estante
Resumiu tudo o que eu acho do livro.




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Panzer 20/04/2014minha estante
pior que ainda um feitiço fuleiro livra Ablon do efeito de um artefato de deus... livro bom mas final besta.




Tamirez | @resenhandosonhos 31/08/2018

A Batalha do Apocalipse
Eu gostei bastante do livro, pois curto fantasia e achei muito legal a forma como o Spohr se aproveitou da história retratada na Bíblia para reescrever esses fatos do ponto de vista “angelical”. É audacioso e ele se saiu muito bem. Porém, como mencionei no vídeo resenha, acredito que ele tenha se estendido demais na narrativa.

Parece que para atar todos os nós o autor achou que era necessário explicar demais e criou muitas histórias para apresentar um fato que poderia ter sido facilmente explicado em alguns parágrafos, ao invés de várias páginas. Com isso, parece que a narrativa é lenta, pois há sempre uma história pra contar, mesmo que relevante explicar os fatos mais marcantes, por vezes é extremamente desnecessário, já que eles nem sempre influenciam no desfecho final da história.

Sendo assim, o livro que possui 600 páginas, poderia ser reduzido a 400 e poupado o leitor de tantas páginas arrastadas. Fora isso, como mencionei, gostei muito da história. Sei que por conta da narrativa esse livro diverge muito em opiniões. Tem gente que não consegue passar do meio do livro ou demora muito tempo pra ler. Porém, acredito que a sagacidade da história, que por si só já é perigosa, pois meter o dedo com a história cristã não é algo a ser feito sem se pensar nas consequências, vale a pena ser levada em consideração. E isso qualifica pra mim, que sou uma super fã de fantasia e me interesso muito por religião, A Batalha do Apocalipse como um bom livro.

Minha indicação é que não se vá com muita fome ao pote e que se leia esse livro em um momento em que se possa delegar algum tempo para a leitura. E jamais coloque ele em uma maratona (que foi o que eu fiz) pois ele vai consumir você e dar uma ressaquinha depois.

Agora quero dar continuidade no desbravamento do universo criado por Spohr, com a série Filhos do Éden, que possui o foco mais nos humanos e no mundo conflituoso que se formou.

site: http://resenhandosonhos.com/a-batalha-do-apocalipse-eduardo-spohr/
Arya4 16/05/2020minha estante
Sei que deve se spoiler,mas pode me explicar AQUELE final? Não entendi. Terminei e reli,reli e minha mente bugou.




Akemi 29/06/2014

Hum...
Livros nacionais, tem uma série de coisas que me fazem ficar com o pé atras, que no caso, pode acontecer de nos trazer surpresas ao longo das leituras realizadas. Contudo, em relação a esse livro nao sei explicar o quanto eu gostei e o quanto achei irritante. Acho que influencia o fato de nao curtir historias de anjos. Simplesmente nao consigo levar a sério esses protagonistas.
O livro usa uma linguagem dificil, que ao meu ver é desnecessária, mas cria um certo tom de relato historico que acho qe pode ter sido a intenção do autor.... humm adorei como ele intercala a historia do passado com os dias atuais , no velho estilo Lost ,rs. Putz me senti super numa partida de rpg, relebrando várias coisas escritas nos livros de rpgs do ambiente de anjos, tenho quase certeza que o escritor era (ou é) um jogador do mesmo . =)

Adorei conhecer o escritor, se fosse outra tematica tenho certeza que ia amar, por isso quando ele escrever outros livros de outros temas tenho certeza que vou procurar saber!
Giarola 23/01/2015minha estante
Te respondendo sobre o rpg, ele cresceu jogando e ainda joga, quando sobra tempo, hahaha.




Valquíria 11/01/2017

As verdadeiras pelejas de A Batalha do Apocalipse
E no Sétimo Dia, o Altíssimo descansou. O Criador deixou sua obra aos cuidados dos sete arcanjos, mas seu ciúme foi despertado por dois tesouros da humanidade que nenhum ser angelical possuia: alma imortal e livre arbítrio. Uma guerra civil teve início no céu, e os poucos anjos que se atreveram a lutar pela humanidade foram renegados, exilados na Terra e condenados a viver em avatares de carne — ao menos, enquanto conseguissem se esconder de seus inimigos. Pouco depois, um segundo cisma expulsou Lúcifer e seu séquito para o inferno, pelo crime de ter afrontado Miguel. E para a frustração do tirano, apesar de todos os seus esforços, o homem sobreviveu. Mas não por muito tempo. O Armagedon se aproxima. O tecido da realidade cairá e dará espaço a uma batalha entre anjos e demônios para decidir o futuro da humanidade, antes do momento derradeiro do despertar do Altíssimo e do Juízo Final de homens e celestes.

Agora cabe a Ablon, o último anjo Renegado, erguer-se mais uma vez pela defesa da sua causa perdida.

Senhoras e senhores, saibam que escrito em terreno tupiniquim e em bom português temos uma obra fantástica como eu nunca vi além das nossas fronteiras. Em aspectos positivos e negativos, mas sobretudo pela dimensão da história e da originalidade do autor. Sphor conseguiu englobar todas as mitologias que conhecemos e amamos, mais todas as religiões já praticadas pelo homem em um único universo de maneira incrivelmente simples, mas brilhante, respeitosa e, na maioria das vezes, muito coerente. E temperou tudo com um enredo, bom, apocalíptico.

Uma história fantástica. Narrativa, nem tanto
O enredo de A Batalha do Apocalipse é interessante e original, ambientado em um universo que comporta simultaneamente a fantasia e nossa realidade mundana — e sou da opinião que é muito mais difícil integrar a "magia" ao mundo real que separá-las ou criar um universo totalmente alternativo. Mas alguns pontos do estilo do autor me dificultaram a leitura. Um dos mais evidentes, e que já foi apontado em outras resenhas, são os diálogos. Eles soam um pouco forçados e pomposos. Há uma formalidade, compreensível em até certo ponto, mas que se torna cansativa com o tempo. Ouvi o Sphor dizer em um nerdcast que essa crítica o levou a estudar mais diálogos, então bola pra frente.

A ordem indireta de muitas sentenças também me incomodou. Você demora a chegar ao cerne da ação. Eu sei que parece besteira, mas acontece de maneira tão recorrente que cria um efeito perceptível e, para mim, negativo. Também tive problemas com o foco narrativo no Ablon, o protagonista. Porque embora o foco fosse nele, muitas vezes não víamos através da perspectiva do anjo renegado. Sabemos que ele é assim ou assado porque o autor o diz, e não porque o vemos de fato. Inclusive, tenho vários problemas com o Ablon. Ele representa um ideal, mas quando você presta atenção, ele está sempre vacilante nas suas convicções. Ele exerce um grande fascínio e inspiração enquanto símbolo, mas na verdade é indiferente em boa parte da história humana, cuidando dos seus.

E verdade seja dita, o Ablon é um tanto lerdo.

Para um ser de milhares de anos, ele tem uma capacidade ridiculamente baixa de fazer conjecturas e ligar os pontos. E eu não posso com personagens lerdos, especialmente se são os protagonistas. Dá vontade de sacudir o sujeito pelos ombros e mandá-los pensar. As personagens, em geral, não são muito profundas e têm motivações simplórias que dificilmente se sustentariam por séculos. Mas há um equilíbrio interessante: a princípio são preto e branco, mas depois você vê as escalas de cinza. Pena que são pouco exploradas.
Mas até o momento foram questões mais pessoais. Agora vamos a considerações gerais sobre o livro.

Os capítulos são divididos em subtítulos, que são meio independentes entre si: quase sempre há algum resumo de uma ação anterior de um para outro. Algo como "Eis que aparece fulano de tal, que tinha feito abobrinha em xis circunstância", sendo que você acabou de ler fulano fazendo abobrinha duas páginas atrás. Verdade seja dita, por vezes isso se dava em momentos mais distantes. Mas sério, a memória do leitor não é tão curta assim. A gente vai lembrar como quem morreu e pela mão de qual personagem, juro. A impressão é que o autor escreveu as aventuras do seu herói em vários contos ao longo dos anos e resolveu juntar tudo num livro só. Some isso à enunciação repetititva de títulos como "Beltrano, o Fenomenal" e o resultado é um ritmo de leitura travado e tanto exaustivo.

Outra coisa que altera o ritmo, mas de forma proposital, são os vários flashbacks que permeiam o livro em diferentes ambientações, demonstrando uma vasta gama de conhecimentos e de suada pesquisa do autor, sem parecer forçada. O livro te possibilita viajar para diversos momentos e locais da civilização humana, fora os eventos da história angélica. Você realmente sente a atmosfera de maneira muito natural, e Sphor aproveita bem esses momentos para explicar sua mitologia, que merece um tópico à parte. Pontinho para ele.

Mas antes disso, vamos nos aprofundar um pouco nesses flashbacks, que têm tanto peso na história.

A volta constante (e desnecessária) ao passado
O flahsback é uma ferramenta interessante para mudar um pouco o foco narrativo, atiçar a curiosidade do leitor e ao mesmo tempo o premiar com novas informações ou curiosidades sobre as personagens e sua trajetória. Certamente enriquece a obra, mas na minha opinião foi um pouco mal utilizada. Durante a leitura, minha impressão é que a maior parte do livro consistia nesses momentos anteriores à trama principal. Graças a Deus, para não ser injusta, eu fui fazer a contabilidade e descobri que na verdade o livro está bem dividido nesse aspecto. Cheguei a conclusão que meu desconforto com os esses momentos passados se divide em três pontos.

O primeiro é que as cenas do presente dividem o foco do leitor entre diferentes personagens e atmosferas do universo criado por Sphor. Você sente a história se encaminhando para um desfecho ainda difícil de vislumbrar e fica maquinando para tentar entender o que cada lado está tramando, você vê os vários lados de anjos e demônios. Já os flahsbacks se focam marjoritariamente no ponto de vista do Ablon, que por sua própria natureza, é uma figura um tanto previsível. Por contraste, as cenas do presente são mais dinâmicas, empurram a narrativa para frente, enquanto os flahsbacks são narrativas de grandes feitos do anjo renegado - que não deixam de ser interessantes por si mesmas. Mas sendo sincera, quase não tem relevância para a trama principal.

Repare no quase, por favor. Claro que existem elementos presentes no desenrolar da história (alguns tristemente subutilizados, como uma figura que antagoniza o herói), mas o papel dessas informações nem de longe justifica o peso e o detalhamento dos flashbacks dentro do livro. A segunda parte é basicamente um bloco de 135 páginas de um episódio da vida do protagonista, que serve principalmente para fechar um ciclo aberto no primeiro grande flahsback (mais de 70 páginas) e para justificar a ausência do herói em determinado momento histórico. Não vou subir em um pedestal e dizer como Sphor deveria ter lidado com a situação, mas de uma coisa eu sei por certo: não havia a menor necessidade de se desviar da trajetória principal por durante períodos tão extensos, por tão pouca coisa. E nem de mudar o narrador de terceira para primeira pessoa nesse único momento do livro.

E chegamos ao segundo ponto: como os flashbacks são mais longos do que exige o bom andamento da trama, beirando o desnecessário, em um foco narrativo mais estático que a narrativa principal... eles se tornam absurdamente frustrantes. O nome do livro é a Batalha do Apocalipse. Você tá esperando para ver anjos se degladiando no alto dos céus e demônios ao redor. Quando parece que a coisa tá engatando, que vai haver um grande momento de ação ou uma revelação importante sobre o fim do mundo, YÉ YÉ! O Ablon lembra de uma das suas aventuras e começa uma (aparentemente) longa narrativa que não acrescenta em (essencialmente) nada ao que você estava lendo antes. Sufoquei um grito algumas vezes, incapaz de acometer a atrocidade de pular meia dúzia de páginas ou mais.

Por fim, o terceiro ponto, consequência dos outros dois: a má distribuição desses momentos. Como já disse, os capítulos são longos, divididos em vários subtítulos, e geralmente marcam a passagem de um momento atual para um passado e vice-versa. Se o Sphor tivesse juntado alguns desses subtítulos para fazer capítulos menores e alternado com mais frequência entre presente e passado, a leitura teria ficado mais leve e sutil. Mas de novo, não há uma relação clara e forte entre momentos históricos tão distantes que sustentasse uma estrutura assim. Os eventos não se costuram, não há uma causalidade evidente. O resultado são grandes blocos de presente/passado, geralmente de tamanho desiguais, que causam estranhamento pela diferença de dinâmica entre eles e deixam a leitura truncada.

Outra vez, parece que o Sphor juntou vários pequenos contos do Ablon, acrescentou capítulos referentes ao juízo final e fez um livro. E que fique claro: as aventuras do anjo renegado são sim interessantes. Mas não tinham necessidade de estar ali, ao menos não nessa extensão. Acho que eu preferiria muito mais ler um Batalha do Apocalipse com menos passado do Ablon, e depois ler uma coletânea da sua trajetória épica e trágica. E falando em épico, tocamos em um ponto fundamental do livro.

Uma óde às Grandes Coisas
Pela sinopse do livro, dá para perceber que a história tem grandes pretensões — o que é bom. Não é uma saga para cumprir um objetivo pessoal ou salvar um reino: é o destino do mundo que está na mesa, e os jogadores são seres praticamente imortais de poder tão grande quanto o conhecimento que carregam. Deu pra sentir o drama, não é? Pois é. Desnecessário dizer que teremos batalhas épicas entre entidades divinas, celestiais e demoníacas. Mas ainda assim, Sphor faz questão de sublinhar o óbvio.

O excesso de adjetivos para engrandecer as ações, exclamações abundantes, títulos pomposos para quase todas as personagens (repetidos com constância) e suas armas (idem), algumas palavras rebuscadas em demasia que destoam do texto, frases de efeito; enfim. Tudo isso contribui para dar um aura de grandeza à história que, na verdade, seria atingido de maneira muito mais eficaz se as ações fossem narradas com mais naturalidade. Quase tudo no livro parece que é um evento, há essa aura de drama em cada ação, como se todo ato fosse definitivo e irreversível. Pessoalmente, isso gerou em mim um pouco de desdém. Em especial porque esses mesmo seres ultrapoderosos que mencionei acima parecem se admirar com tudo. Era de se esperar que, após uma existência milenar presenciando grandes forças, essas criaturas não ficariam impressionadas à toa, e nem umas com as outras.

E precisamos falar das cenas de batalha, que são várias. Algumas são notadamente exageradas, do tipo que após dois golpes já se tornam o combate do século e os oponentes estão quase morrendo. Mas as cenas de lutas coletivas são sen-sa-cio-nais. Quero muito uma série, um desenho, um filme, qualquer coisa, para ver isso na tela um dia. Haja orçamento para efeitos especiais. Sphor realmente entrega aquele peso do Armagedon prometido, embora algumas estratégias de luta não tenham me convencido muito bem. Mas a pancadaria rola solta e vai muito bem, obrigada.

Um outro ponto mais sutil e, para mim, mais interessante da grandiosidade da Batalha do Apocalipse são os questionamentos e reflexões morais que ele propõe. Sim, através da linguagem pomposa que já discutimos, mas igualmente válidos. Destruição, guerras, prejuízos ao meio ambiente, egoísmo, corrupção, responsabilidade. Está tudo aí. Um dos pontos fortes do Sphor foi colocar, ainda que de maneira superficial, a dúvida de Ablon se a humanidade realmente vale a pena. É uma pergunta que todos nós nos fazemos ao menos uma vez na vida, e se debruçar sobre ela pode ser uma dura jornada.

Mas o brilhante mesmo nesse livro, foi o universo que Sphor criou.

Mitologia para todos, e algumas pequenas incoerências
De longe, disparado, a melhor coisa sobre A Batalha do Apocalipse. Sphor teve uma sacada muito simples que conseguiu unir todas as criaturas fantásticas que existem e ainda estão para ser inventadas, mais as religiões extintas e viventes. Os diferentes planos de existência, o tecido da realidade produzido pelo senso coletivo, tudo. Uma salva de palmas bem sonora para o menino Sphor, por favor. Como amante de mitologias (tenho duas no meu nome, prazer), fiquei fascinada. As possibilidades são tantas que não à toa existe um sistema de RPG para quem quiser jogar dentro dele.

Inclusive, quem quiser me chama, porque quero muito.

Contudo, há alguns probleminhas. A começar pela natureza angélica. O autor adaptou o sistema de castas da doutrina cristã e explica que, por não possuírem livre-arbítrio, os anjos estão aprisionados a sua natureza, a sua essência — a sua casta. Um anjo guerreiro como Ablon, um querubim, luta. Ponto. Suas divindades (aka poderes), seus instintos e valores se baseiam nisso. Mas ao longo do livro você percebe alguns furos nesse raciocínio e o autor se contradiz algumas vezes.

Exemplo. Em determinado momento, o mundo pode acabar em barranco que Ablon não vai interromper uma luta. Em um outro, ele tá quase derrotando um inimigo muito importante, mas escolhe interromper a luta para deixar uma pessoa em segurança. Ou quando um determinado demônio que é descrito o tempo inteiro como impulso destrutivo e pura crueldade (porque o amoroso Criador faria tal anjo, aliás?) desata a fazer um discurso extremamente meticuloso para alguém tão tempestuoso. Só um exemplo, mas dúvidas quanto às escolhas dos anjos são perceptíveis ao longo de toda história. Também há alguns furos narrativos um tanto crassos, como um determinado momento em que Ablon é ludibriado quando suas habilidades angélicas poderiam facilmente ter impedido isso.

E por fim, não vamos esquecer que Sphor se baseou numa das maiores religiões vigentes do nosso mundo para fazer o grosso do seu universo. Alguns fatos ele não pode ignorar, como Jesus Cristo, ou o que acontece com as almas dos mortos. E ele não o faz. Mas achei algumas saídas muito evasivas, vagas e até injustificadas. Mas dado o tamanho da dimensão do que ele criou, tá desculpado, vai.

Concluindo
Você luta para vencer a narrativa um pouco repetitiva, truncada e desnecessariamente dramática (no meu caso por várias semanas), mas é recompensado com uma história bem construída, que discute grandes questões morais como o livre-arbítrio num ambiente fantástico muito original, estruturado e flexível. É um livro autêntico, rico e que certamente tem um grande peso na literatura fantástica brasileira, apesar de algumas falhas no texto que não tiram nem de longe o mérito do autor, ainda mais considerando o volume da obra e que foi seu livro de estreia. O final faz valer a pena a leitura, do tipo que você não sabe se fica satisfeito ou indignado.

site: ascintilla.wordpress.com
Didi Zamunel 21/02/2017minha estante
Gostei bastante da resenha.
A temática da história é muito boa e a intensão também, mas no meu ponto de vista achei desnecessário muita coisa.
E sim essa pompa toda e a repetição dos nomes com os títulos me incomodaram bastante, achei massivo demais.




victordnt 14/07/2016

Muito boa a leitura, apesar do final.
O livro é excelente, você se vê preso muito facilmente aos personagens. Os links históricos são muito interessantes e bem dispostos no livro para entender o passado dos personagens. Alguns problemas os quais eu posso indicar é que eu achei as batalhas pouco exploradas, parecendo ser fácil demais para o personagem principal derrotar seus inimigos, onde por muitas vezes me vi esperando o início de uma batalha epica, e ela acabar de um jeito fraco e rapido. Também não gostei muito do final, me pareceu que o autor tinha muito mais historia pra contar, mas simplesmente tinha que entregar o livro, me deixando bastante decepcionado.
Isa @afrofuturas 27/09/2016minha estante
Tbm me senti desse jeito em relação ao final. ?




Fábio Bernardazzi 05/09/2015

Quando comprei esse livro, não esperava muito, mas vi que foi uma ótima escolha.
Ultimato 05/09/2015minha estante
eu tambem




Lih 19/09/2016

A BATALHA DO APOCALIPSE: DA QUEDA DOS ANJOS AO CREPÚSCULO DO MUNDO
A trama gira entorno do personagem Ablon, um anjo renegado condenado a vagar no mundo dos homens por ter se revoltado contra Miguel. E Shamira a Feiticeira de En-Dor, que o ajuda na jornada histórica até o apocalipse.

Demorei dois meses para ler , não sei se foi muito ou não, mas sinceramente eu queria ler sempre mais, porem não queria que acabasse o livro…

Tentei por palavras trazer o que curti neste livro, porem, ainda estou com ressaca pós leitura, realmente não queria que ele acabasse.

Só tenho algo a dizer, leiam….

site: https://desvaneiosliterarios.com.br/2013/12/
JosA.Chilas 11/10/2016minha estante
Por favor me ajudem como fazer para poder ler

Sou angolano só instalei hoje e não consigo ler




Josh.Ennet 21/11/2016

Maravilhoso
É uma longa historia ...mas depois que as primeiras páginas ficam pra trás, o livro e lindo .. Sou apixonado pela Bruxa de endor..
Aventura do inicio ao fim..
Josh.Ennet 19/08/2024minha estante
Voltando a ler esse livro maravilhoso




Raphael 17/05/2015

Ótimo livro
Eduardo Spohr, conseguiu unir Mitologias Hebraico-Cristãs com diversas referências de filmes e animes dos anos 90. A Batalha do Apocalipse é livro para se divertir. Acompanhar a "Jornada épica do herói" Ablon, por grande parte da história humana, é fascinante. Sendo seu primeiro livro publicado o autor surpreende com sua escrita simples e agradável, mas com uma trama bem estruturada. O livro causa a ótima sensação de estar assistindo um filme de ação/aventura. Indicado para o público juvenil e adulto.


Nana 17/02/2017

Por que eu abandonei
A primeira coisa que preciso falar aqui é que eu me recuso a abandonar livros, ou seja, quando eu chego a esse ponto é porque tentei de todas as formas e não deu. Para se ter uma ideia, até hoje só abandonei 4 livros: Anoitecer e Reunião Sombria da série Os Diários do Vampiro, Amanhecer da série Crepúsculo e O senhor da Chuva do André Vianco. Agora podemos acrescentar A Batalha do Apocalipse.

Eu pensei muito antes de decidir abandonar esse livro, porque eu realmente estava gostando da história, mas vários pontos no livro de incomodaram bastante:

Esta minha edição é do lançamento. Lembro de ter comprado em uma Bienal do Livro e ter adorado a ideia, contudo não sei se o problema é somente desta edição (por ser a primeira), mas a diagramação está terrível! As letras vão de um lado ao outro da página, quase sem margem. Não sei porque, mas isso me incomodou muito e parece que deixou a leitura mais cansativa.

Outro ponto: o livro fala muito de religião. Muito MESMO. Qualquer coisa que fale muito deste tema me deixa bem cansada. Até que a forma como algumas coisas estavam sendo colocadas me agradou, porém tenho certeza que esse foi um dos motivos pelos quais a leitura me cansou.

Agora, o principal motivo: a história enrola muito! Sério, tenho a impressão que até a parte que eu li (41% de acordo com o Skoob) dava pra escrever outros 2 livros. Foram umas 200 páginas do livro só de histórias paralelas. Primeiro apareceu a personagem Shamira e foram mais de 100 páginas só pra contar a história dela e como o Ablon a conheceu. Depois mais de 1oo páginas para contar a primeira vez que ele foi a Jerusalém (parei no meio dessa parte)… Sério, se eu li 50 páginas da história principal foi muito! Isso me deixou completamente sem paciência!

Se eu vou abandonar essa história pra sempre? Não sei… Eu fiquei curiosa para ver como ela vai terminar, mas no momento não estou com paciência para tanta enrolação… Quem sabe um dia eu retome…

site: https://confessionsbookaholic.wordpress.com/2017/02/17/por-que-eu-abandonei-a-batalha-do-apocalipse/
Débora 28/03/2019minha estante
Estou no mesmo ponto em que vc parou a leitura. 40% segundo o Skoob. E tá muito chato! Quase abandonado ou pulando pra última parte.




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