Ju Zanotti 24/09/2013Uma história criada no imaginário de um SemideusEm Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas nos confrontamos com diversos contos de fadas adaptados, não, não é bem isso, na verdade é como se Draccon tivesse dado um futuro para os personagens além do viveram felizes para sempre. Nesta narrativa encontramos a Garota do Chapéu Vermelho alguns anos depois de um terrível lobo-mau ter devorado sua avó e também os irmãos que depois de se perderem encontraram uma casa feita de doces no meio da floresta. Tudo isto se passa em Nova Éter, um mundo criado pelo imaginário de semideuses, onde você encontrará bruxas más, mocinhas e princesas indefesas a espera de seu herói.
A primeira ressalva que tenho a fazer é sobre os personagens criados por Draccon, neste livro o autor dá personalidade a antigos conhecidos nossos, os quais só sabíamos sua história através dos contos de fada, mas que nessa narrativa ganham um nome e uma personalidade. Descobrimos quem é na verdade o caçador heróis que salvou a garota de ser devorada pelo terrível lobo, quem é a bruxa que trancafiou os irmão João e Maria com a intenção de devorá-los, ainda temos um vislumbre de Gancho o pior pirata que já existiu e seu filho bastardo, desconhecido pelo publico até o momento, mas tão sanguinário quanto o pai, entre outros personagens encantadores das histórias de nossa infância.
Mas dentre todos eles o que mais chama a atenção até o momento parece não ter sua história narrada por famosos bardos. Ele é Axel Terra Branford, segundo filho do rei de Arzallum, que sai em busca do irmão desaparecido em um dos vilarejos das sete montanhas dos sete mestres anões. Conhecemos a bravura do príncipe da plebe, lutador de pugilismo que povoa o imaginário de garotas como Maria e Ariane. A história gira basicamente em torno de sua jornada e do ataque de piratas a Andreanne, que acontece depois que Axel parte em sua busca, esse ataque leva seu pai e seus conterrâneos ao desespero. Mas há outros personagens absurdamente importante e que se mostram tão valorosos quanto os mais bondosos, um belo exemplo é Snail Galford, um larápio do navio de Jamil - Coração de Crocodílo.
Mas não se enganem! Há ainda nessa narrativa um personagem que na minha humilde opinião chega a ser tão importante quanto todos os outros. Esse é o narrador, que nos conta a história como se estivéssemos ali com ele conversando sobre casualidades em uma taverna do reino de Arzallum, o que faz com que nossa imaginação crie imagens perfeitas de tudo o que se passa em Nova Éter nos seus mínimos detalhes. A narrativa flui de forma tranquila e você terá momentos de tensão, de risos e de muita emoção. Vai com certeza se sentir parte dassa história maravilhosa.
A verdade é que se ficar aqui falando para vocês sobre tudo que me chamou atenção no livro essa postagem vai ficar mais do que enorme. Para não ficar só na babação, que já devem ter percebido que eu adorei o livro, tenho um ponto negativo apenas a ressaltar. Logo no início a narrativa de Draccon se mostrou um pouco artificial, mas com o decorrer da história houve uma tremenda evolução, o que anula o fato de não ter encaixado tão bem no início.
Quanto a capa sempre gostei, só tenho a dizer que em um primeiro momento quando você não sabe a sequência da trilogia sente-se falta de livros numerados, mas isso pode ser consertado em uma futura edição. Os capítulos do livro são corridos e não tem a separação de páginas brancas, mas isso é bom levando-se em consideração que são capítulos curtos e seria desnecessário separá-los dessa forma. Draccon fez perfeito uso das palavras. Minha conclusão final é que este é um épico para se ter na estante sem sombra de dúvidas. Confesso que depois de falar tanto sinto ainda que não disse quase nada, enfim leiam e tirem suas próprias conclusões.