Pazcovsky 24/01/2024
Um ótimo incentivo à investigação filosófica
Gosto muito de filosofia, mas admito que não esperava tanto desse livro. Ganhei de presente de aniversário, e quem me deu fez uma enorme propaganda dizendo que a leitura mudou sua visão de mundo na adolescência. Mesmo assim, não criei expectativas, pois esse tipo de ficcção não me interessa muito.
No entanto, confesso que o autor realmente me surpreendeu. Ele aborda a filosofia de uma forma muito dinâmica e interessante, instigando de fato o leitor a se aprofundar nos estudos sobre os filósofos citados. E, apesar de ser uma leitura ficcional, a exposição não é superficial; pelo contrário, o professor explana as teorias de maneira consistente.
Além disso, também achei muito coerente a maneira como foram explanados o cristianismo e os filósofos cristãos. Embora cético, o autor em nenhum momento diminuiu ou deturpou nossa teologia e cosmovisão, mas apresentou com fidelidade o pensamento cristão registrado ao longo dos séculos.
Os capítulos finais, porém, me decepcionaram bastante. Ignorar Schopenhauer e citar brevemente Nietzsche, para mim, foi um grande erro. Desde o início da leitura, aguardei ansiosamente para ver o que seria dito sobre eles (que estão entre meus filósofos favoritos), e, no fim, não houve uma real valorização de suas contribuições à filosofia nos dois últimos séculos. Lamentável, para dizer o mínimo.
Fora isso, também achei a conclusão da história bastante fantasiosa. Acredito que Gaarder poderia ter finalizado de forma mais realista e menos repentina, pois, para mim, ficou a impressão de que tudo acabou "de repente", sem um desfecho completo e lógico.
Ainda assim, foi uma leitura bastante proveitosa, com certeza. Depois de algum tempo distante de um estudo abrangente de filosofia, fui despertada novamente para esse universo tão maravilhoso da reflexão filosófica. Sem dúvidas, indico muito o livro a todos que gostam do tema ou querem aprender mais a respeito, através de uma história intrigante e conteúdo de fácil assimilação.
"Nós também somos poeira estelar. [...] Somos a centelha da enorme fogueira que foi acesa muitos bilhões de anos atrás."