Resenhas - A Sonata a Kreutzer

@letravermelha 30/05/2023

Uma visão extrema sobre os amores !
Esse para mim é um livro difícil de descrever. Com início intenso e altamente reflexivo ele se encaminha para uma segunda parte mais tranquila onde além de ser incrívelmente divertido você fica mais preso a narrativa nessa segunda parte. .

No decorrer da leitura eu comecei a crer que o protagonista realmente era um ser bastante radical com sua visão sobre o amor, as relações no casamento e os papéis do homem e da mulher na sociedade. .

Tudo oque era dito por ele tinha uma visão muito pessimista e extrema : Ora a sociedade corrompia o homem deliberadamente, ora a mulher ( naquela época) não fazia nada senão viver no ócio e fazer de tudo pra fisgar um homem e se casar, ora ter filhos não passava de um absoluto tormento e que a vida conjugal seria mil vezes melhor sem os que ele chama de estorvos. .

Tudo aqui é analisado pela visão desse homem que matou sua esposa. Somente na segunda metade do livro que ele explica em detalhes oque se deu antes de ele cometer esse ato. .

Na primeira ele discorre sobre suas ideias extremas. Segundo ele na teoria o amor é algo ideal, elevado, mas na prática o amor é ignóbil, porco sendo repugnante e vergonhoso lembrar e falar sobre ele. Todo o mote do texto gira em torno desse pensamento que nos conduz ao motivo do assassinato de sua esposa. .

Tolstoi aqui alfineta a maternidade, o amor como algo abjeto , a relação sexual com a esposa como sendo algo de suínos,
demonstra seu ódio aos médicos e a medicina, aponta a crueldade da sociedade que incentiva a perversão dos jovens e consequentemente as doenças sífiliticas, aqui tudo é analisado sob uma lupa radical e pessimista. E mesmo assim eu gostei e até concordei com algo aqui e ali, porém sei que preciso reler para absorver melhor oque Tolstoi quis dizer nesse livro. Mas está recomendadissimo!!

skuser02844 21/05/2023

A obra aborda temas polêmicos, como o casamento, o amor e a sexualidade, através da história do personagem Pozdnyshev, que confessa ter assassinado sua esposa. O livro explora as relações humanas e critica a hipocrisia e os padrões sociais da época. Com sua prosa intensa e questionamentos morais profundos, Tolstói desafia as convenções sociais e oferece uma reflexão provocativa sobre a natureza humana. "A Sonata a Kreutzer" é considerado um dos trabalhos mais controversos e emblemáticos de Tolstói, destacando sua habilidade em explorar temas complexos com maestria.

Marina 17/05/2023

[lido em 2015 e relido em 2023]
A história em si não é muito original, apresenta um homem que matou sua esposa por ciúme, por crer que havia sido traído mesmo não havendo provas disso. A novela reflete a sociedade machista e patriarcal do Império Russo no século XIX, inclusive porque o homem foi absolvido no julgamento por estar defendendo sua honra. De qualquer forma, a história é bem escrita e nos deixa preso na leitura, querendo entender as justificativas do protagonista e o desencadeamento de fatos que o levaram ao assassinato da mulher.

Na edição da editora Carambaia, que relançou essa novela junto com duas outras escritas pela mulher de Tolstói, há um posfácio escrito pelo próprio autor, se justificando porque mesmo na época a obra causou polêmica pela radicalidade das crenças do protagonista. Acontece que nesse texto percebemos que essas ideias são as do Tolstói e fiquei um pouco surpresa em perceber quão extremista ele se tornou no final da vida. Ele acredita que a medicina é um mal que corrompe as pessoas incentivando comportamentos imorais, que o amor e o casamento são impuros, que deve haver castidade inclusive dentro do casamento e que a próprio Igreja se desvirtuou dos valores cristãos e que ela incentiva o casamento apenas por interesses monetários. Saber disso deixa a história um pouco mais sinistra, é como se o autor estivesse ele mesmo justificando e subestimando o feminicídio.

Bruna 17/05/2023

Agonizante
Para começar, é preciso ignorar muitas falas machistas do personagem principal, porque se vc for dar bola pra isso, nossa, a leitura não anda! mas achei interessante a forma como a escrita vai nos deixando cada vez mais curiosos sobre o que vem em seguida, todos os passos do personagem até o principal acontecimento do livro, da pra sentir toda a angústia que ele sentiu até tomar tal decisão e também ver como os pensamentos influenciam muito na forma que experienciamos o mundo. leitura interessante.

gissaxp 15/05/2023

Vale a reflexão
É possível que você não concorde com basicamente tudo o que é citado em um livro e ainda assim o achar fenomenal? Foi o que me aconteceu nesse livro. A história é narrada maravilhosamente bem, ao jeito Tolstói e por mais que seja meio repugnante algumas partes, não há como não gostar.
"Até lembro confusamente, que tendo cravado o punhal, no mesmo instante o retirei, querendo corrigir, deter, o que já fora realizado. Por um instante, fiquei imóvel, esperando o que ia acontecer, procurando ver se era possível corrigir aquilo.?
Mostra-nos arrependimento, mesmo que passageiro, mostra-nos a inconsequência dos atos impensados e imaturos, de agir com a cabeça quente, sem pensar.

KyaraG 10/05/2023

Esse livro pra mim foi além da história de um casal conturbado, do ciúme , da convivência? nossa são tantas problemáticas abordadas. Eu nunca marquei tanto um livro como esse foi o histórico mais extenso que já fiz. Tem tantas críticas que causam um mix de emoções/ reflexões ? Do entusiamo á revolta quanta emoção!
Me causou como leitora um incômodo a cada fala de alguns personagens. Ao ponto de querer discordar e entrar em um debate civilizado com esses senhores.
P*rra que livro foda, ouvir a sonata nos momento caótico do livro tornam a leitura ainda mais incrível kkkkk

Sendo bem rasa nas problemáticas para mim é um personagem egoista que odeia a
todos/ seus filhos e acaba culpando eles pelo casamento bosta que já tava ruim, além acabar matando sua mulher e não ter sido realmente punido por isso. Pelo menos ele foi sensato ao admitir que tudo começou errado seria melhor nunca ter se casado.

Tolstói você ganhou minha admiração no primeiro livro que li. De vdd você tem meu coração homem ?

Karolline.Campos 09/05/2023

Concluído em 09/05
Não sei o que comentar. Acho que por se tratar de Tolstói há a certeza de que a história é envolvente e impressionante. Apesar disso, não consigo dizer que cheguei a gostar da obra como um todo. Mas isso porque o protagonista é completamente insuportável e acho que... enfim. Não direi pois acho que é spoiler.

Uma leitura rápida e construtiva, vale a pena ler.

Paula1882 03/04/2023

Primeiro livro do Tolstoi que leio e não fico encantada e envolvida. A história é muito bem escrita, mas acabou sendo bem maçante pra mim.

Ana Alice 05/03/2023

Nunca consigo escrever apropriadamente sobre Tolstói
Tolstói é autor de um dos meus livros favoritos: "A morte de Ivan Ilitch". Por isso, quando peguei esse livro para ler, mesmo sabendo o foco principal da trama, eu esperava que fosse me encantar tanto quanto o livro que eu li anteriormente.
Apesar de não ter chegado perto de me emocionar tanto quanto "A morte de Ivan Ilitch", "A sonata a Kreutzer" é um retrato fantástico da sociedade do final do século XIX. Entendo as controvérsias e as polêmicas em torno dessa obra, mas acredito que o autor fez um trabalho excelente em retratar o patriarcalismo e a crise conjugal dentro da realidade histórico-social em que vivia.
É inevitável fazer comparações com Dom Casmurro, uma vez que as duas obras abordam o mesmo tema central e estão inseridas no mesmo contexto de produção: o Realismo. Em Dom Casmurro, Machado de Assis consegue ridicularizar o homem burguês e os seus ideais, por meio da ironia e de mecanismos narrativos muito sutis. Em A Sonata a Kreutzer, Tolstói assume um tom mais sério, o que é coerente com a sua própria biografia. A novela é narrada de uma maneira interessantíssima: o protagonista, que faz o relato em primeira pessoa, sequer ocupa o papel principal. O foco da trama é o seu interlocutor: Pozdnychev, um homem que assassinou a própria esposa por causa dos seus ciúmes. Durante o desenrolar da trama, esse assassino tenta se justificar, e nos conta a respeito da sua história.
Em seu grande monólogo, o leitor descobre alguns aspectos sobre o seu passado que refletem definitivamente na psique de Pozdnychev, como a sua traumática perda de virgindade. Dentre os muitos pontos que achei interessante, um se destacou: o conflito dos seus desejos com o seu forte moralismo. Ele critica o sexo, o casamento, a relação da maternidade, a medicina, a autonomia das mulheres com os seus próprios corpos. Chega a reconhecer que a sociedade está decadente porque as mulheres são vistas como objetos de prazer, mas atribuí a elas próprias a culpa por essa objetificação. A esposa, que sequer tem nome, é alvo de seu criticismo, no seu relato, toda vez que toma alguma atitude que reflete uma dissonância com a ordem social: seja a sua vontade de usar métodos contraceptivos ou de tocar piano com violinista. No entanto, a contradição presente em Pozdnychev é evidenciada quando ele sente remorso após matar a sua esposa; percebemos então que a justificativa que ele dá ao narrador é, na verdade, uma tentativa de aliviar a culpa cristã que ele próprio sente após ter matado a sua mulher por um motivo tão frívolo. A crítica, por Tolstói, é feita de uma maneira exímia, que faz o leitor a sentir nojo e raiva pelas atitudes de Pozdnychev. Certamente, é um livro ótimo para se entender a situação das mulheres na sociedade russa do final do século dezenove, que infelizmente se aplica em alguns pontos aos dias de hoje, e que merece releituras para a compreensão de todas as suas nuances.

Alee M. 25/02/2023

Já se revoltou com um velho doido hoje?
O livro começa em um vagão de trem com pessoas conversando, eis que surge um velhinho aparentemente inofensivo falando sobre o amor (ou a não existência dele) e então nos vemos num diálogo onde ele conta sua história de vida e percepções para seu companheiro de viagem.
Com visões extremistas o dono da história levanta questionamentos válidos em meio a seus muitos exageros. Imagino que na época o livro deve ter sido meio chocante visto que o autor cria visões de assuntos (por exemplo como os homens tratam as mulheres) que podem ser claramente uma crítica à sociedade da época. Apesar dos diálogos trazerem reflexões sobre a vida rapidamente percebemos que o contador de histórias é meio louco ou traumatizado e acabamos lendo um relato de como ele se tornou um assassino.
O personagem principal é basicamente um Bentinho a russa, faz vc ter raiva dele e de suas ideias sem noção. Aviso logo que é de se sentir revoltado mesmo. Ainda assim a história é boa e traz algumas reflexões não só sobre a época mas também sobre a sociedade como um todo. Por ser uma história menos conhecido do autor eu não estava esperando muito, mas o enredo te prende na curiosidade e a escrita como sempre é impecável.

Saimon.Domenegheti 22/02/2023

Interessante, mas só isso
Tolstói é uma lenda na literatura russa e quem sou eu pra falar que um livro dele não é bom. Entretanto, compartilhando minha simples percepção, achei difícil ler o livro com a visão de 2023.

A história se passa toda em um trem e consiste no diálogo entre dois homens.

No início os passageiros do trem discutem sobre amor, família e casamento. Sempre sob a ótica russa de questionar a moral dos sentimentos e do coração humano.

Depois, um dos passageiros conta sobre trechos de sua vida. A discussão em grupo acaba, mas o diálogo entre o passageio e outro homem continua.

Ele fala de sua relação com sua mulher, do início apaixonante até o trágico fim. Não achei grandes coisas e alguns momentos fiquei até entediado.

Ciúme, violência, amor, família: todos conceitos discutidos nesse livro.

Laís Rocha 21/02/2023

Fiquei bastante impactada de como o autor e declaradamente machista e misógino. Tenho consciência do período histórico no qual a obra foi escrita e do país mas ainda assim foi chocante ler algumas passagens. Porém , apesar do tema ser bastante problemático, a escrita do Tolstói é perfeita , vc consegue sentir os sentimentos do personagem , é como se vc fosse o personagem da obra! A leitura é fluída e viciante. Mesmo vc não concordando com nada e o narrador já entregando o desfecho no início da obra , vc não consegue parar de ler.

Fraoliveira180 20/02/2023

Uma crítica
Uma novela que vai falar sobre a infidelidade e o ciúme desacerbado de um homem que provavelmente não entende muito sobre os próprios sentimentos e um relacionamento tóxico com a própria esposa.
Tento esse enredo em vista, se tem um final trágico sempre seguindo os moldes da sonata de Beethoven o qual da nome a novela.

Diego 07/02/2023

O livro retrata como o ciúmes, orgulho e medo podem destruir um relacionamento.

Uma obra que retrata temas pesados e como é importante en um relacionamento entender o outro para assim poder realmente amar