florescerdaleitura 02/11/2021
Vamos para Portugal?
Entrevista com o escritor Almeida Garrett sobre sua obra Viagens na minha terra:
Borboleta- "Publicado em 1846, essa é uma obra em que transparecem suas preocupações políticas e literárias." Garrett, o que seus benevolentes leitores podem esperar dessa obra?
Garret- "Estas minhas viagens hão de ser uma obra-prima, erudita, brilhante, de pensamentos novos, uma cousa digna do século."
B: O que te motivou a fazer essas viagens?
G: "Que viaje à roda do seu quarto quem está a beira dos Alpes, de inverno, em Turim, que é quase tão frio como São Petesburgo- entende-se. Mas com esse clima, com este ar que Deus nos deu, onde a laranjeira cresce na horta, e o mato é de murta, o próprio Xavier de Maistre, que aqui escrevesse, ao menos ia até o quintal.(...)
Pois por isso mesmo vou:- pronunciei-me."
B: Nesse livro, o senhor, nos presenteia com reflexões sobre sua vasta experiência literária. Mas qual delas é a sua favorita?
G: "Que belezas e portuguesas cousas se não podem extrair dos 13 volumes(...), do teatro de Ênio Manuel de Figueiredo! Algumas dessas peças, com bem pouco trabalho, com um diálogo mais vivo, um estilo mais animado, fariam comédias excelentes."
B: Vou colocar na minha lista de leitura. Agora de volta as Viagens, como surgiu a história de Joaninha e Carlos?
G: " (...), vem para te eu dar o motivo por que nestas minhas viagens, leitor amigo, me fiquei parado naquele vale a ouvir do meu companheiro de jornada e a escrever, para teu aproveitamento, a interessante história da menina dos rouxinóis, da menina dos olhos verdes, da nossa boa Joaninha."
B: "É realmente uma bela e triste história. Gratidão por tê-la compartilhado conosco.
G: "Muito me pesa, leitor amigo, se outra cousa esperavas das minhas Viagens, se te falto, sem o querer, a promessas que julgaste ver nesse título, mas que eu não fiz decerto."
B: Não diga isso meu benévolo escritor, suas Viagens muito me encantaram. Poucas obras conseguem conciliar tão magníficamente a história de Portugal com a história de seu povo.
G: "Se assim pensares, leitor benévolo, quem sabe? pode ser que eu pode ser que eu tome outra vez o bordão de romeiro, e vá peregrinando por esse Portugal fora, em buscas de histórias para te contar."
B: Me leva junto?
G: "viajaremos com muito prazer e com muita utilidade e proveito na nossa boa terra."
B: ??????