A  Ingênua Libertina

A Ingênua Libertina Gabrielle Sidonie Colette




Resenhas - A Ingênua Libertina


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Natália 15/01/2024

Quero ler tudo de Colette. Que livro incrível
"A Ingênua Libertina", livro escrito por Colette e publicado em 1909, nos apresenta Minne, uma adolescente que sonha em se juntar a um bando de criminosos que vem aterrorizando Paris. Criada por uma mãe superprotetora, tudo o que Minne busca é liberdade. Os anos passam e Minne se casa com seu primo, no entanto, a busca por uma paixão e por prazer a fez se envolver em casos extraconjugais.

Foi o meu primeiro contato com a obra de Colette e estou completamente extasiada pela escrita dela. Eu não conseguia parar de ler, só interrompia a leitura quando era vencida pelo sono.
O livro é carregado de lirismo, a escrita é rebuscada e é maravilhosa a maneira como Colette constrói a personagem principal (Minne) e o despertar erótico e sentimental da protagonista. Um livro que fala sobre liberdade, sobre sexualidade feminina, sobre casamento e que desafia as convenções sociais da época.
Quero conhecer outras obras da autora que foi muito à frente de seu tempo e que contribuiu muito para a emancipação feminina.

Recomendo muito a leitura.
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coracinho 23/12/2023

Esse livro me enganou (no bom sentido)
É um livro dividido em duas partes. A primeira parte revela a juventude da protagonista Minne. A primeira impressão que eu tive desse livro é que a Colette se distanciava completamente daquilo que eu amava em meu favorito dela, "A vaga... ", para criar um livro raso e até mesmo moralizante. Minne, que esconde da sua mãe a sua paixão pelos jornais sensacionalistas (os chamados "faits divers"). Minne, que tem um gosto meio mórbido por assassinatos e violência. Minne, que não estuda. Ledo engano.

Na segunda parte do livro, ficam mais claras as verdadeiras intenções de Colette. Longe de querer doutrinar com sua personagem Minne, Colette na verdade faz uma crítica velada ao moralismo. Na primeira parte, Minne é *ingênua*, uma romântica às avessas. Na segunda parte descobrimos que há muito por detrás disso. Em verdade, seu mundo interior é como flor que nasce no concreto, uma tentativa desesperada de se agarrar a algo de emocionante em uma existência repressora e exígua. É um objeto precioso que protege primeiro de sua mãe e depois de Antoine. “"Que esse segredo, junto com as divagações de outrora, seja ao menos seu triste galardão, o tesouro de Minne..."…
Nessa parte, nos movemos para além do romantismo aparentemente raso da primeira parte. Enquanto os romances da época estavam mais do que contentes em encerrar a história da libertina incorrigível com um final trágico, "merecido", Colette vai muito além da superficialidade e se aprofunda na interioridade da sua protagonista. Nos inteiramos, com detalhamento impecável, da ânsia de Minne por emoção, por sentido... sentido esse que é personalizado na figura de Cabelo de Anjo. Minne, ainda que tenha amadurecido sob certos aspectos, mantém sua ingenuidade central, o seu sonho adolescente por algo distante.

Longe dos romances libertinos da época, "A ingênua libertina" é um verdadeiro estudo psicológico por detrás da sexualidade feminina. Muito além do sensacionalismo de um livro sobre libertinagem, ele tenta algo incomum: centralizar a experiência da sexualidade feminina na mulher. Ele ousa questionar se essa "libertinagem" está agradando a todas as partes envolvidas. No começo do século XX!!

Não vou dar spoilers sobre o final, mas digo que me agradou e surpreendeu em igual medida!

site: instagram.com/ogatoleu
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Carlos Nunes 17/03/2023

Mais libertina que ingênua
Primeira leitura dessa escritora considerada um ícone do Feminismo, e um livro que me surpreendeu. Até cerca da metade, estava achando apenas mais um romance escandaloso para a época em que foi lançado, mas nada de mais para os dias de hoje. A protagonista, até então com cerca de 14 anos, alterna fantasias românticas com um bandido perigoso enquanto flerta descaradamente com o primo mais velho. Mais tarde, já casada, tem como objetivo colecionar amantes mas, para sua própria surpresa (e do leitor), a realização de seus desejos vem de uma forma totalmente inesperada. Sem entrar no mérito do caráter da personagem, e me atendo apenas ao livro, uma boa história, que prende a atenção, sem dúvida é muito bem escrita e, portanto, merece ser conhecida.
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Carolina Corrêa 11/03/2023

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A obra, embora publicada em 1909, surpreende pela sagacidade e ousadia para a época.
O texto lírico de Colette sempre encanta, assim como seu lirismo e abordagem espirituosa sobre a liberdade sexual e social da mulher.
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barbara.luna.56 11/03/2023

O livro é maravilhoso, envolvente e super bem escrito. Engatei na leitura e não consegui mais parar. A impressão que eu tenho é que, finalmente, achei uma escritora estrangeira para chamar de minha. O estilo de escrita de Collete me encantou muito. Além disso, pensar que tudo aquilo estava sendo dito em 1909 me deixou muito surpresa. Foi realmente uma mulher muito a frente do seu tempo. Uma mulher que, sem dúvida, contribuiu para a liberdade e a emancipação feminina.
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Loly Camilo 11/01/2023

Colette, uma mulher buscando o que é seu
Minnie é uma jovem que desde a adolescência é obcecada com uma busca de algo que não tem, seja isso sua liberdade ou apenas uma paixão. Ao se casar com seu primo Antoine, Minnie procura conhecer e experimentar o prazer feminino, e nisso ela encontra em meio à relações extraconjugais. Colette é uma autora que foi silenciada por seu marido, e só encontrou sua liberdade para escrever e publicar seus livros, após o divórcio.
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meriam lazaro 05/01/2023

A ingênua libertina
Minne tem 14 anos e oito meses quando começa a historia: "- Minne?... Minne querida, acabe logo com essa redação! Minne, assim você vai estragar a vista!". Quem fala é Mamãe, uma viúva para quem a filha é a maior razão de viver: "Que importa seu nome? Ela se chama Mamãe, essa jovem viúva medrosa e caseira." Apesar da redoma de amor materno a protege-la, enquanto disfarça as notícias que lê no jornal escondido pelo caderno, em seus sonhos e divagações Minne faz parte de uma perigosa gangue de Paris. Lenta de início, a leitura vai aumentar a adrenalina do leitor ao final da primeira parte. O destaque nos post its exemplifica a comparação, repetida o tempo todo no livro, entre o humano e outros seres da natureza: formigas, caramujos, gatos, cavalo etc., dando a medida do que a escritora quer chamar atenção. De um lado, a mulher era vista como delicada, ingênua, parecendo feita só de encanto; de outro, a pretensa libertina, sem nem saber como viver seu lado instintivo, o poder de sua sexualidade. Na segunda parte, já adulta, há quem veja Minne como uma espécie de Madame Bovary e suas fantasias oriundas da leituras de romances. Vejo em Minne aspectos da selvagem Joana, personagem de Clarice Lispector. O livro com final surpreendente me agradou muito.

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Acompanhamento musical: "Tous Les Visages de L'amour" (Todas as Faces do Amor), versão francesa de "She", de Charles Aznavour.

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.Giovanna. 15/12/2022

Meu primeiro contato com Collette
A escrita da autora é a primeira coisa de que preciso falar. Pelo que havia lido sobre Collette, imagina uma narrativa dura, devassa, e no entanto encontrei uma literatura elegante, delicada e sugestiva. Me apaixonei pela forma como ela escreve, assim como pela forma como ela desenvolveu o livro, com recortes de momentos, de períodos, do despertar sexual de Minne até o momento em que, já na vida adulta, ela encontra o que procura.

Nenhum personagem é de fato desenvolvido, além da protagonista, e isso, ainda que incomode muitos leitores, me pareceu bastante justo. Porque a intenção era expôr o despertar erótico e sentimental da mimada Minne, que, já casada, se tornou também um pouco amarga, voluntariosa, dentre outros tantos defeitos que fazem dela uma personagem única, sem a doçura e o desfalecimento idiota das mocinhas sempre iguais umas às outras das histórias clichês. Além disso, a autora foi extremamente fiel do início ao fim do livro, as ações e o temperamento de Minne são bastante coerentes.

O que me incomodou um pouco foi o final, que, acredito, merecia ter sido mais explorado. A solução me pareceu um tanto súbita.
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Thamiris.Treigher 11/12/2022

Liberdade e desejo feminino
Uma grata surpresa! O livro "A ingênua libertina" foi publicado por Colette em 1909, e conta a história de Minne, uma menina totalmente diferente do que exigiam as regras machistas da época. Ela é atrevida, louca, irreverente, tem vontade de se juntar a um grupo criminoso da cidade, sedenta por aventuras e, principalmente, pelo verdadeiro amor.

O nome do livro pode parecer ambíguo: como alguém pode ser ingênua e libertina ao mesmo tempo? Mas, no decorrer da leitura, percebemos que Minne é exatamente as duas coisas, e que certas situações em sua vida, é até o contexto social e familiar em que vive, a fizeram absorver essas características.

Ela busca em situações "libertinas" o amor que seu lado ingênuo nunca encontrou. Por isso mesmo, nunca está satisfeita. Ela sente um imenso vazio. Até que um dia, tudo muda.

O desenrolar da história é muito interessante, apesar de ter um ritmo mais lento, até pelo contexto da época (o que não me incomoda, mas sei que muitos não gostam). O romance, que aborda muito sobre a liberdade, o desejo feminino, a maternidade e o casamento, fala também sobre a biografia da autora que, assim como Minne, desafiou convenções da época.
Carolina.Gomes 26/12/2022minha estante
Quero ler.




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Stella F.. 16/09/2022

Procura do amor
A Ingênua Libertina – Colette – Editora Nova Fronteira - 2019

Sidonie-Gabrielle Colette nasceu em 1873, na França. Foi casada com um famoso escritor e editor parisiense chamado Henri-Gauthier Villars. Começou a escrever uma série de romances Claudine, que fez muito sucesso na época, que foi assinada por ele. Fazia parte da elite parisiense, e conheceu muita gente. Já era avançada para seu tempo, já tratando da questão de gênero, e discutindo costumes sexuais. Após o divórcio ela mesma teve relações questionadas com uma mulher e ditou moda, usando calças. Viveu muito tempo viajando para se manter, e seu livro A 🤬 #$%!& , retrata essas suas andanças. Viveu lutando para reaver os direitos autorais de sua obra.

Já A Ingênua Libertina vai nos apresentar uma menina com muitas fantasias em relação ao amor e o que seria um amor verdadeiro. Minne é muito mimada e muitas vezes irritante, mas muito disso é culpa da mãe que a compensou, dando de tudo, por ela não ter um pai. Tem também um tio, pai do primo Antoine, muito doente, ao qual ironiza, e trata com desdém, maneira quase frequente de ela tratar os outros.

Um dia, ao ler os jornais, tem notícias de uma gangue que assalta pelas ruas de Paris, e fantasia que um dos criminosos a está esperando para fazê-la feliz nas noites e nos becos. Chama-se Cabelo de Anjo e tem no grupo uma mulher meio ruiva. Ela, Minne, a protagonista, fantasia-se e sai em busca desse Anjo, mas é apenas uma menina de 15 anos que ao se ver ali no escuro, toda rasgada, dá-se conta que parece que teve um surto e ao voltar para casa todos a repreendem e deduzem que ela foi seduzida. Ela tem como '"amigo/inimigo" seu primo Antoine que a conhece como ninguém. “Ele sabe que ela mente, que o instiga, que sabe usar suas armas, mesmo tão nova. “Sabe muito bem que não irá e não é somente a timidez que o impede, é que tudo o que vem de Minne é sagrado para ele. Confidências, mentiras, confissões: as preciosas palavras de Minne a Antoine devem morrer com ele, depósito inestimável que ele guardará e defenderá contra todos.” (posição 786)

Em um segundo momento, sabemos que para reduzir os danos da saída de Minne pelos becos, ela casou-se com Antoine, mas não é feliz. Não encontrou o tão sonhado amor, não encontrou a completude, literalmente não encontrou o prazer. Aqui ela sairá em busca do tão alardeado "prazer" que todas falam e gritam que é maravilhoso. Ela sente-se defeituosa, com um problema sério de saúde. Só ela não tem esse dom? Começa a ter amantes, e brinca com todos eles, seduzindo-os, mas nunca ficando satisfeita. Vive pela noite com amigos, os mais variados: escritores, socialites, gente mais nova e mais velha. Ela bebe, joga, vai à patinação de gelo, mas está sempre usando uma máscara social. Até que o marido, que só queria sua felicidade, a conhecia bem apesar de ela enganá-lo, era um cachorrinho segundo a própria Minne, coloca um detetive, ruim, para segui-la na única vez em que ela foi feliz somente conversando com um amigo, Maugis. Para esse amigo ela falou francamente do que a consumia, de suas questões mais profundas, e ele, muito sensato, resolve que não deve tê-la em seus braços. Só a partir desse desabafo e dessa generosidade, é que ela percebeu que o amor podia ser de outro modo. E ficando mais leve, ao chegar em casa, o marido confessa ter mandado segui-la, mas que está arrependido e somente quer vê-la feliz, mesmo que esteja em jogo, sua própria dignidade. Nesse dia ela descobre o prazer com o próprio marido, e satisfeita, encontra o tão desejado e misterioso “Amor”. “Mas nenhum deles disse: “Seja feliz, eu não quero nada para mim; eu lhe darei enfeites, doces, amantes.” (posição 2766)

Recomendo o filme Colette para conhecer um pouco da história da autora.

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Biblio Studie 08/06/2022

Uma história cotidiana surpreendentemente boa
Existem alguns livros que simplesmente não possuem um clímax; ou ao menos não dão nenhuma ênfase a eles. São mais parecidos com uma novela ou uma grande crônica, de modo que retratam situações cotidianas e críveis sem grande mudança de tom ao longo da narrativa. A maioria delas corre o grande risco de cair num marasmo e estar fadada a ser para sempre isso mesmo - uma imensa crônica. Felizmente não foi o caso de "A Ingênua Libertina".

Não sei se é porque a história foi escrita por uma mulher, ambientada no período em que a escritora vivia (início do século XX, algo assim), numa cidade que ela conhecia, mas posso quase afirmar que o enredo deve ter tido inspiração em alguém que ela conhecia. É tudo muito palpável - desde as emoções de Minnie, a personagem principal, percorrendo o restante dos personagens, até as detalhadas descrições físicas e de cenário. É uma crônica dividida em duas partes, uma fase onde a personagem principal é mais jovem, quase criança, e outra na qual já é adulta, e que consegue ir inserindo pequenos casos que prendem a atenção do leitor. Aliás, a construção dessa personagem foi incrível - ela é uma excelente persona feminina, ingênua e muito inteligente ao mesmo tempo, decidida, irônica, sonhadora, indiferente - contraditória, mas de forma intrigante. Todos os outros são muito bem trabalhados, principalmente o núcleo familiar, mas precisava fazer esse destaque. Naturalmente não vou dar spoilers, mas o final da trama, ainda que pareça um final, poderia (caso isso fosse uma série) facilmente ser entendido como um gancho para continuação, como uma mensagem do tipo "e a partir dali, a vida dela seguiu em frente".

Também entendo que, novamente, por ter sido feito a partir de uma visão feminina, o lado "libertino" da narração teve um desenvolvimento muito realista e agradável. Uma passagem em específico, lá pelo final, conseguiu ser ao mesmo tempo erótica, sutil e tocante, sem em momento algum partir para a necessidade da escrita explícita ou daquela narração estilo "cinquenta tons de cinza" carregada de verbos e adjetivos desnecessários. Acho que a palavra é essa: a escrita de Colette aqui é sensível, às emoções, características e ao simples cotidiano que nas palavras dela adquire contornos muito mais profundos. Uma leitura extramamente agradável e que só não vai ganhar uma nota maior porque, como mencionei lá no início, senti falta de um clímax um pouco mais acentuado.
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Lua 03/05/2022

Curtinho mas não deixa de ser extraordinário!
Minne é uma personagem mimada e irritante que acaba conquistando a gente. Apesar dela ser bem superficial e de chocar o leitor na segunda parte do livro, acabamos torcendo para que ela se encontre numa sociedade em que a mulher não tem liberdade.
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Tatibeck 21/04/2022

A ingênua libertina
Esse é um clássico da literatura francesa escrito por Colette, que é bastante conceituada em seu país. Para mim, foi importante conhecer um pouco da história de vida da autora e sobre o contexto histórico para apreciar melhor esta obra. Este livro se divide em duas partes: na primeira acompanhamos a protagonista, Minne, ainda adolescente, enquanto na segunda parte acompanhamos sua versão adulta. Minne não é um tipo de personagem fácil de se gostar, muitas vezes não me simpatizei por suas atitudes, mas a construção da personagem é bem interessante e congruente. De forma geral, gostei de ter conhecido uma obra de Colette, que traz muitas reflexões sobre a condição feminina de sua época, sobre os papéis sociais impostos dentro da sociedade e sobre a sexualidade feminina, principalmente no que diz respeito às mulheres conhecerem e explorarem os próprios prazeres.
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