Ana 04/02/2012
O melhor de todos os demais livros da Turma do Gordo
Pra quem leu O Gênio do Crime com atenção, ou até mesmo leu comentários do autor sobre tal coisa, certamente perceberá que de início o Gordo era apenas um dos amigos do Edmundo, até então personagem central da história.
Se pararmos pra pensar, ele faz mesmo o gênero de herói: inteligente, bom filho, bom aluno, bom amigo, forte e corajoso. Simplesmente perfeito.
E se pararmos pra comparar Edmundo e Bolachão, o tão famoso Gordo? Nossa... certo é que Bolachão é totalmente o oposto de Edmundo.
Rico, mimado, meio egoísta, preguiçoso, aéreo, piadista (com um humor meio negro), gordo (como bem já diz o nome), comilão... ele é a seleção de muitos defeitos irritantes. Mas, sendo tão absurdamente irritante em suas falas, ações e pensamentos egoístas, maldosos ou até mesmo meio desinteligentes, ele... encantou.
Sim, ele encantou. Encantou desde o próprio escritor até os leitores, que nem mesmo se apercebem, de início, que a Turma do Edmundo se transforma ao longo do livro em a Turma do Bolachão. Por que quando esse aparece, ele rouba o foco pra si. Seja pra o odiarmos e recriminarmos por suas ações ou pra rir de sua irreverência e inteligência fora do comum, ele simplesmente rouba o foco pra si. Então não foi surpresa pra ninguém que João Carlos o colocasse como personagem central de sua trama.
E, sendo novamente sincera, esse livro fascina. Fascina e te prende tal forma que você o devora e, ao chegar a última página, não quer acreditar que acabou.Então você rele, e rele, e rele, e rele... mas nunca se cansa. Pois esse livro é sempre um eterno renovo. Sempre terá aquele ponto no qual você não percebeu aquela mancha cômica na camiseta do Bolachão, ou aquele comentário maldoso dirigido por ele ao Edmundo, ou aquela referência sobre um ponto anterior.
E mesmo que tenha percebido, finge que não percebeu. E então apenas deixa que a magia novamente te domine, e que cada página te fascine da forma maravilhosa que só João Carlos com suas insanas ideias sabe fazer.