Nathália 15/07/2017
Pouca verossimilhança
Ouvi falar muito bem do livro, muitas pessoas o recomendaram e em muitas escolas é sugestão de leitura. Gosto do gênero de suspense infanto-juvenil, a capa da 58¤ edição me instigou, assim como o título, mas acho que criei muitas expectativas sobre a leitura.
Achei a trama boa, a ideia da fábrica clandestina de figurinhas, as ideias do Bolacha e gostei do tempo cronológico e do cenário da história (que se passa nos anos 70/80 em São Paulo). Talvez João Carlos Marinho tenha sido o primeiro escritor infanto juvenil no Brasil a usar uma turma de crianças como protagonista de uma história de suspense ( afinal o livro foi escrito em 1969!). O vocabulário é bem legal também, com várias expressões mais antigas. Enfim, o livro tinha todos os ingredientes para me encantar, mas duas coisas me incomodaram: 1¤- a falta de pontuação, principalmente vírgulas. Não sei se é um erro da editora, mas em vários momentos senti falta da pontuação e tive que reler o trecho ( a edição que li é a 58¤,sendo a 5¤ reimpressão da editora Global). 2¤- a pouca verossimilhança. A aventura vivida pela turma do Gordo é muito emocionante e você quer ler rápido pra saber o final, mas muitos fatos não convencem. Por exemplo, as crianças terem acampado nas margens do Tietê e permanecerem lá por quatro dias, sem banho e comendo comidas armazenadas dentro de uma barraca ( fiquei pensando que o Seu Tomé poderia ter mandado um adulto pra, pelo menos, olhar as crianças à noite). Bom, esta é minha opinião. Acredito que há outros livros do gênero mais bem bolados, como a série dos Karas do Pedro Bandeira, por exemplo.