NARA DIAS 23/01/2017Mentiroso ou Não?Ao ler a contracapa do livro, incluí o título na lista para minha próxima leitura. Ler um clássico sempre é bem-vindo, ainda mais ao considerar uma história divertida, escrita há mais de dois séculos.
Um outro ponto atraente foi saber que o barão de Munchhausen não é um simples personagem fictício. Karl Friedrich Hieronymous realmente existiu no século XVIII e ao se aposentar em sua casa rural recebia amigos, convidados e até mesmo curiosos, para os quais contava histórias miraculosas sobre os tempos em que serviu no exército, suas caçadas e viagens. Rudolf Erich Raspe, que o teria conhecido dessa forma, passou para o papel algumas dessas histórias e publicou o livro. A partir desse primeiro escrito, muitas outras obras surgiram, reescrevendo esses contos fabulosos, recebendo diferentes títulos, como é o caso desse recontado pelo brasileiro Orígenes Lessa.
Ao iniciar a leitura, percebi que o livro seria apenas para uma rápida distração, nada de contos marcantes para uma profunda reflexão. As histórias mostram fatos impossíveis de serem verdadeiros, o que não me empolgou, impedindo que a leitura fluísse rapidamente, apesar de suas poucas páginas. No entanto, o livro foi muito bem editado. Cada uma das dezenove noites de histórias foi separada em capítulos e recebeu uma ilustração em preto e branco do também brasileiro Lelis. A capa retrata a história que o barão contou na quinta noite. Depois de desbaratar o inimigo ao invadir sua fortaleza, monta em seu cavalo e dirige-se a uma fonte para dar-lhe de beber. Ao perceber que seu animal não pára de beber, percebe que ele está sem a metade traseira. Depois de algumas explicações por parte de seu cavalariço, encontra a metade faltante do cavalo e com o trabalho habilidoso de um veterinário, que costura o animal com brotos de louro, esse fica totalmente restabelecido.
Dentre tantas aventuras que habilmente o barão conta com falsa veracidade, a que mais gostei sem dúvida foi a mostrada na primeira noite. Afundando com seu cavalo Ajax em areia movediça, cravou as esporas no bicho e, puxando seu próprio cabelo, pôs-se para cima.
A narrativa é em terceira pessoa, mas as falas do barão são tantas que muitas vezes aparenta estar em primeira pessoa. Como professora, avalio que o livro será uma excelente ferramenta de estímulo para turmas de 10 a 12 anos, podendo ser trabalhado de diversas formas dentro de uma sala de aula, ou apenas como leitura individual. Tenho certeza que adorarão as loucas histórias desse habilidoso orador.
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