Rafael 30/11/2016
A guerra santa e os EUA
Lewis traz um panorama sobre a história do islã com o intuito de elucidar como a “guerra santa” se originou e se mantém, sobretudo, com a relação cada vez maior dos Estados Unidos nos países árabes. E após os atentados do world trade center - o debate intensificou-se e necessitava de reflexão.
O livro começa mostrando a história de Maomé, que foi o personagem central para disseminar o islã, na Arábia, no século VII. Sua história se confunde com a própria formação do povo muçulmano – uma teocracia – Maomé, portanto, era ao mesmo tempo profeta e chefe de estado. Com essa dificuldade em separar as instituições o problema persiste até hoje – dificultando o desenvolvimento dos muçulmanos.
A guerra santa ou “Jihad” existe desde o início do islã – e tem o intuito de defender a herança da cultura muçulmana, seja nos costumes ou por meio da guerra física, utilizando-se de práticas violentas e terroristas – é o que vigora no século XXI. É uma cultura estritamente irracional cuja finalidade é expandir o califado para o mundo.
Os Estados Unidos começaram a ter uma relação mais próxima do oriente médio no século XX. O interesse pelo petróleo através do acordo com a Arábia Saudita; a revolução iraniana; a guerra do golfo, foram alguns episódios dessa aproximação. A aquisição de informações sobre a cultura norte-americana (degenerada, infiel) fizeram com que o povo muçulmano nutrisse ódio pelos americanos, e grupos terroristas como a Al-qaeda ganharam forma. Assim, os ataques terroristas e, sobretudo, o ataque às torres gêmeas ganharam espaço no debate público sobre o islã.
O livro, portanto, insere-se dentro do debate atual sobre o islã. Escrito para dialogar com os ataques às torres gêmeas de 2001, ele, porém, continua atual. A Jihad continua a fazer vítimas no continente europeu, nos Estados Unidos; e saber como se traduz a cultura islâmica, revela-se o “modus operandi” da guerra santa. Dessa forma, o islã, cuja base é a irracionalidade tende a gerar a barbárie e a miséria em nome de Alá. Eis a sua herança.