O Segundo Sexo

O Segundo Sexo Simone de Beauvoir




Resenhas - O segundo sexo (Vol. 1 de 2)


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Fábia Dias 24/02/2018

O Segundo Sexo -Volume I
O livro fala da condição da mulher na sociedade segundo a perspectiva do homem. Destaca os padrões que são impostos a uma sociedade notadamente (ou não) patriarcal. O "eterno feminino" que povoa nossas mentes não passa de uma construção social. Daí a célebre frase que sintetiza o que o livro aborda: Ninguém nasce mulher, torna-se mulher." É um livro bem interessante por se tratar de uma tese não apenas ideológica, mas baseada em estudos, observações e pesquisas.
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Katyane 16/01/2018

O que é ser mulher?
Nesse livro, Beauvoir faz um apanhado de toda a história das mulheres, desde as épocas mais remotas até as mais recentes (o livro foi escrito em 1949), retratando como viviam e como eram tratadas as mulheres nas mais diferentes sociedades. Ela também explica, e essa parte é um tanto exaustiva, como vivem as fêmeas de outras espécies. Psicanálise e mitos em torno da figura feminina também são amplamente relatados e comentados.
O Segundo Sexo é uma excelente obra, mas nem por isso é menos pesado ou triste e eu gosto muito da forma como a Beavoir começa a falar do assunto: "hesitei por muito tempo em escrever um livro sobre a mulher. O tema é irritante principalmente para as mulheres. E não é novo." E eu só posso concordar pois gostaria que pudéssemos tratar de outros assuntos, no entanto não temos como fugir da nossa realidade material.
É difícil saber ao certo como eram as sociedades anteriores à agricultura, Beauvoir nos fala, pois mesmo as mulheres que guerreavam e enfrentavam o mundo hostil, estavam sujeitas as servidões da reprodução (menstruação, gravidez e parto). Com o surgimento da agricultura as coisas começam a se complicar porque surge também a propriedade privada e aí a herança não passa mais de mãe para filha e sim de pai para filho, pois a mulher é vista também como propriedade. Depois disso a história da mulher é basicamente a mesma: ou é puta (Eva) ou é santa (Maria); ou é objeto de prazer e repúdio ou é objeto de adoração e instrumento de Deus. Nunca é sujeito, nunca é dona de si e de suas vontades. Existe para servir a Deus e aos homens.
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Mariana.Silva 15/08/2017

Simplesmente o livro mais dolorido e mais maravilhosa que eu li em muitos anos...
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Lara Moreira 15/06/2017

Leitura rica de referências e análises teóricas. Sem dúvida que essa filosofa se destaca por seu estudo detalhado e absurdamente bem escrito, descrevendo de forma genuína toda a dificuldade e preconceitos que a mulher sofre. Discute todos os fatos e mitos desde a genética, com argumentos biológicos e científicos, além de evidenciar as desigualdades de origem históricas. Utiliza pensadores da psicanálise, outros filósofos, sociólogos e mostra de forma clara as teorias que contribuíram para o pensamento de hoje ainda ser tão machista e patriarcal. Confesso que foi uma leitura longa, nessa primeira parte, e que me doeu bastante, em cada parágrafo que tive a certeza do quanto a discussão de gênero é necessária. Tenho certeza que não sou a mesma pessoa depois desse livro...
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 05/09/2016

SUGESTÃO DE LEITURA
Este livro faz parte do Rory Gilmore Book Challenge. Para quem não sabe do que se trata, o desafio consiste em ler todos os livros que Rory, a personagem mais legal da série Gilmore Girls, menciona na série. São 340 livros e aqui você pode ver quais o Perplexidade e Silêncio já leu (alguns posts são feitos para outras sessões do blog, mas fazem parte da lista de livros da Rory).


Publicado originalmente em 1949, "O Segundo Sexo" é uma das obras mais celebradas e recomendadas para entender o movimento feminista. Simone de Beauvoir compila diversos estudos, referências históricas e fatos para analisar a situação da mulher na sociedade. É um livro complexo e tentarei, na medida do possível, compartilhar as idéias centrais dele.

“Os proletários dizem "nós". Os negros também. Apresentando-se como sujeitos, eles transformam em "outros" os burgueses, os brancos. As mulheres — salvo em certos congressos que permanecem manifestações abstratas — não dizem "nós". Os homens dizem "as mulheres" e elas usam essas palavras para se designarem a si mesmas.” (Simone de Beauvoir)

Para compreender a origem da "inferioridade" da mulher na sociedade patriarcal, Simone de Beauvoir faz análises em várias dimensões, tentando compreender como este fenômeno começou e porque ele se perpetua. A primeira dimensão que ela explora é a biológica. Na primeira parte do livro, ela demonstra que, na natureza, a divisão macho/fêmea e a submissão da fêmea ao macho acontece em poucos casos, na maioria deles em mamíferos, e traz uma lista longa de exemplos de espécies onde macho e fêmea são iguais. Ela reforça que os aspectos biológicos (menstruação, hormônios, gravidez) não devem servir de justificativa para a inferioridade das fêmeas. Na minha opinião, foi a parte mais maçante do livro e Simone demora a postular sua opinião, mas reconheço que esta dimensão biológica seja um ponto importante a ser abordado.

“Não é a natureza que define a mulher: esta é que se define.” (Simone de Beauvoir)

Depois, Simone de Beauvoir parte para uma crítica à análise psicanalítica da inferioridade feminina. Para quem não sabe, ela foi casada com Jean-Paul Sartre, criador do Existencialismo, que teoriza o oposto de Freud, criador da Psicanálise e, por isso, Simone esteve incluída no universo da Psicanálise por muitos anos. Como sou psicóloga especializada em Freud, esta parte do livro fluiu bem e consegui entender o ponto-de-vista dela (e a voz de Sartre ao fundo em suas teorias), mas é um trecho do livro que alguns leitores podem não entender, pois tem vários termos técnicos de Psicanálise.

Nesta sessão do livro - e também mais adiante - Simone faz muitas críticas à instituição do casamento e conta toda a História do mesmo, mostrando que, no início, a mulher era vista como uma propriedade que deveria ser passada do pai ao marido. Ela também demonstra que conceitos como fidelidade, adultério e divórcio eram impraticáveis às mulheres, afinal, elas eram apenas um "bem" que o marido possuía e, por isso, não poderia agir com livre-arbítrio. Ela mostra como o casamento acontece, como instituição econômica, desde o século XVI, passando pelos romanos, gregos, etruscos, egípcios e Idade Média. Para mim, esta reflexão foi a mais interessante do livro, pois nos faz repensar muitos ensinamentos que recebemos quando ainda somos crianças e que são repassados geração após geração, sem grandes questionamentos da sociedade.

“A desvalorização da mulher representa uma etapa necessária na história da humanidade, porque não era de seu valor positivo e sim de sua fraqueza que ela tirava seu prestígio.” (Simone de Beauvoir)

Adiante, Simone de Beauvoir começa a explorar a questão dos mitos que envolvem as mulheres,. Nesta parte do livro, ela lista e comenta diversos mitos religiosos (Ave Maria, Deusa-Mãe, etc) até os mitos mais "cotidianos" (os mistérios femininos, "a mentalidade a mulher é diferente", e por aí vai). Conforme ela demonstra quantos mitos cercam a figura da mulher, fica claro para o leitor que tais mitos enfraquecem sua identidade, colocando-a numa posição passiva e sem energia. Outro ponto importante que ela observa mostra que é muito mais fácil para os homens dizerem que não entendem a "cabeça das mulheres" do que analisarem seu pré-conceito e refletirem que trata-se de uma distinção ridícula. Aqui, ela vai mais além e inclui, nestes mitos enfraquecedores, a noção padronizada de beleza da mulher, questões como moda e maquiagem (que ela condena) e outros comportamentos cotidianos que se enraizaram como pertencentes ao "mundo feminino".

Continuando sua análise histórica, Simone de Beauvoir percebe que “A mulher burguesa faz questão de seus grilhões porque faz questão de seus privilégios de classe.” Com isso, quando a mulher finalmente conquista um pouco de independência e poder econômico, ela não o usa a favor da libertação feminina, por comodismo e conformismo. Simone, então, mostra que a própria mulher é responsável pelo lugar em que se encontra na sociedade, pois não luta por si mesma como deveria, reforçando o domínio dos homens (brancos). Continuamente, Simone compara as mulheres aos negros, dizendo que estes sim sabem lutar pelos seus direitos.

Fiquei perplexa com os assuntos atuais que o livro aborda e por perceber que, quase 70 anos depois, ainda precisamos tocar neles: aborto, divórcio, abuso psicológico e emocional, direito a voto, participação na política, e por aí vai. Simone é apaixonada e, por vezes, radical, e não há como negar sua inteligência e a argumentação lógica e factível dela. Embora ela escreva tomada por um arrebatamento e uma paixão acalorada pelo assunto, nota-se que Simone de Beauvoir preocupou-se em estruturar suas opiniões em fatos e na própria História, afinal, contra fatos não há argumentos. Assim, ela desarma qualquer tentativa de descrédito do seu movimento feminista.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2016/08/rory-gilmore-book-challenge-o-segundo.html
Vi Maria Flor 11/12/2016minha estante
Só tenho uma observação. A Simone e o Sartre nunca se casaram, embora tenham sido companheiros por toda a vida. Muito boa a sua resenha. Meus parabéns :)


Dressa 28/04/2017minha estante
Ooi, ótima resenha! Eu queria te fazer um pedido, se puder me ajudar eu agradeço muito. Tenho os dois volumes da obra, e ainda não os li por inteiro. Estou na produção do meu TCC, sobre sexualidade feminina, e uma coisa que me dificultou nos livros foi que a maioria dos capítulos não possuem título. Ou seja, fica dificil eu saber quais os capitulos realmente importantes pra mim nesse momento (mais pra frente quero ler os livros por inteiro, mas como meu tempo é curto agora..), queria saber se você saberia me indicar isto? Desde já agradeço. :)


Gabi 29/01/2019minha estante
Resenha magnífica!




Alcinéia_az 22/01/2016

O segundo Sexo: Fatos e Mitos
“A muçulmana velada e encerrada em casa é ainda hoje na maior parte das camadas da sociedade uma espécie de escrava. Lembro-me de uma caverna subterrânea numa aldeia troglodita da Tunísia, em que quatro mulheres se achavam acocoradas: a velha esposa, caolha, desdentada, com um rosto horrivelmente desfigurado, cozinhava pastéis num fogareiro em meio a uma fumaceira acre; duas esposas um pouco mais jovens, mas quase igualmente desfiguradas, embalavam crianças nos braços: uma delas amamentava. Sentada à frente de um tear, uma jovem maravilhosamente
enfeitada de seda, ouro e prata, como um ídolo, atava fios de lã. Ao deixar esse antro sombrio, reino da imanência, matriz e túmulo, cruzei no corredor, que se abria para a luz com o macho vestido de branco, brilhando de limpeza, sorridente, solar. Voltava do mercado onde estivera a conversar, com outros homens, dos negócios deste mundo. Passaria algumas horas naquele retiro que era seu, no coração do vasto universo
a que pertencia, de que não estava separado. Para as velhotas enrugadas, para a jovem esposa votada à mesma rápida decadência, não havia outro universo senão a caverna enfumaçada, de que só saíam à noite, silenciosas e veladas.” Simone de Beauvoir
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Natália 08/09/2015

Ninguém nasce mulher: torna-se mulher - Simone de Beauvoir
Fantástico!! Foi um livro que demorei para ler, pois cada capítulo lido era necessário absorver o conteúdo e me colocar em posição de mulher para poder compreender o conteúdo.

Em vários momentos senti na pele o peso de ser mulher, peso este que está tão entranhado pelo simples fato de nascer mulher. Crescemos acreditando que meninos são diferentes de meninas, meninos podem tudo pelo simples fato de serem homens.

Crescemos inconscientemente nos sentindo inferiores, e sendo com isso indulgentes a esta situação.

Um livro que me fez pensar em minha condição feminina e em quem eu sou, o que eu quero e o que eu espero. Me fez antes de tudo ter base para não aceitar menos do que eu posso pela minha condição feminina. Sou mulher, sou forte, e posso encarar a vida, o machismo e a sociedade em pé de igualdade. Como muito bem colocado no livro: Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.
Priscila.Amorim 03/03/2017minha estante
Estou lendo... concordo com tudo!


Natália 03/03/2017minha estante
É um excelente livro, uma leitura densa, mas extremamente crítica sobre a condição do feminino na sociedade. Vale a pena a leitura.


Priscila.Amorim 03/03/2017minha estante
Sim... Também estou demorando muito pra ler... tipo, já tem quase um ano e ainda estou na metade! Rs... respiro, processo e leio outros livros no meio dele... mas, pra mim, tem sido fundamental!




Taysa 11/08/2015

Eu sou Simone de Beauvoir
O segundo sexo, volume 1 – fatos e mitos, é dividido em três partes denominados de destino, história e os mitos. Simone de Beauvoir é conhecida pela frase, “não nasce mulher, torna-se” e neste volume ela demonstra justamente como a concepção “ser mulher” foi construídoa historicamente. É extremamente difícil resumir está obra pois ela a cada capítulo nos apresenta uma enxurada de informações históricas. E digo mais, as informações nos atravessa, pois cada palavra ali fala sobre os lugares que nos ocupamos no “aqui”. Você começa a perceber que é mulher mesmo não sabendo exatamente o que isto significa. Você percebe que é manipulada, menosprezada, por aqueles que também não sabem que estão fazendo isto.

A cada capítulo, a autora apresenta olhares, teorias e práticas em relação a mulher. Ela aborda a psicanalise, a biologia, a religião, o materialismo histórico. Ela nos conta como as mulheres viviam na Grécia antiga, em Roma, no sistema feudalismo, no sistema mercantilista, etc.. mostrando sempre os avanços e os atrasos, as diferenças e as similaridades. No geral ela demonstra que as mulheres mesmo em diferentes civilizações, mesmo em diferentes contextos históricos e econômicos foi SEMPRE “moldada” a partir dos discursos de um outro, que se coloca sempre como superior, que determina o que ela é “capaz” ou não de fazer. Você sabia que no século XVI o testemunho de uma mulher não havia valor pois estas eram “más, maliciosas, traiçoeiras, um animal que não é seguro nem estável”? Pois é meu bein.

Este livro deveria uma leitura obrigatória. Você está grávida e o médico fala “é menina”, você já fala “peraí rapidinho, vou ali comprar o segundo sexo para ela”. Quando você “se torna” mulher, ou seja, mestrua, ninguém te conta o que é ser mulher. Enquanto assim permanecer, muitas mulheres serão contra o feminismo, muitas mulheres não saberão o que é ser mulher, muitas mulheres pemanecerão caladas, submetidas ao que elas acham ser o “normal” e o “justo”.

site: https://nafaltadememoriaumblog.wordpress.com/2015/06/09/eu-sou-malala-eu-sou-beavouir/
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Jocélia 06/07/2015

A questão da mulher hoje é uma questão de toda a humanidade, e se de fato a humanidade é homem e mulher, qualquer conquista de um ou da outra é conquista da humanidade. É fato inegável que o ‘’acordar’’ da mulher não se situa apenas no nível de sua realidade própria, mas é um acordar que começa a modificar profundamente as relações pessoais e interpessoais, envolvendo também a questão cultural e até a economia e a política. Hoje assistimos uma espécie de ‘’revolução cultural’’ marcada pela entrada da mulher em um cenário maior do que o doméstico onde as mulheres começam a refletir coletivamente não só sobre sua realidade própria, mas sobre sua realidade enquanto ser social. O livro traz uma reflexão bastante significativa ao que se refere às diferenças sociais estabelecidas entre os sexos, analisando o quanto a hierarquia patriarcal influenciou no papel da mulher na sociedade.
Portanto a leitura do livro me levou a analisar o olhar próprio da mulher enquanto Ser social , refletindo sobre a compreensão tradicional da natureza feminina e assim promovendo a auto reflexão e a afirmação da autonomia individual promovendo novas possibilidades de reflexão capaz de enxergar a mulher como agente capacitado de escolhas éticas em todas as áreas da vida.
Adnildo 15/09/2015minha estante
Muito boa resenha. Aliás é um ponto de vista não é mesmo? Como homem, digo que todos, homens e mulheres, deveriam lê-lo.




Juliana 11/02/2014

Quando uma mulher avança, nenhum home retrocede
Reconhecer um ser humano na mulher não
é empobrecer a experiência do homem: esta nada perderia de
sua diversidade, de sua riqueza, de sua intensidade, se se assumisse
em sua intersubjetividade; recusar os mitos não é destruir toda
relação dramática entre os sexos, não é negar as significações
que se revelam autenticamente ao homem através da realidade feminina;
não é suprimir a poesia, o amor, a aventura, a felicidade,
o sonho: é somente pedir que as condutas, os sentimentos, as
paixões assentem na verdade.
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Adriana Scarpin 05/01/2014

Bíblia feminista
Por onde eu começo? Falando que finalmente achei uma bíblia pra chamar de minha? Como essas edições estão divididas em dois livros, esse que acabei de ler equivale ao Antigo Testamento, rá!

O Livro é dividido em três partes:

Parte 1 – Destino: Dividido em três capítulos, no primeiro fala-se sobre as bases biológicas das diferenças entre homens e mulheres e o quanto essas diferenças são ínfimas para justificarem um tratamento social diferenciado. No segundo é específico para destruir a teoria psicanalítica como uma teoria válida aos estudos de gênero e já evidencia uma simpatia de Beauvoir por Alfred Adler e um certo desprezo por Sigmund Freud, mesmo porque Adler era um dos raros feministas das primeiras décadas da psicologia. No Terceiro capítulo, Beauvoir aborda o feminismo do ponto de vista do Materialismo Histórico e tudo que é incompatível com ele, muito embora Marx e especialmente Engels vissem na mulher um sujeito tão oprimido quanto qualquer operário.

Parte 2 – História: Dividido em 5 capítulos que falam do tratamento da mulher através da história e filosofia, ficamos sabendo de indivíduos que foram realmente sexistas e até misóginos como Aristóteles, Hegel, Rousseau, Comte, Proudhon, Napoleão, Hitler e Pitágoras, aqui passa-se a falar da Mulher sendo sempre considerada O Outro e não um Sujeito. Ao passo que se cita alguns pensadores que foram homens feministas como Diderot, Voltaire, Engels, John Stuart Mill, Lincoln, Lênin e Stendhal.

Parte 3 – Os Mitos: Dividido em três capítulos, no primeiro Beauvoir se dispõe a falar dos arquétipos femininos que se concretizaram em função dos homens, desde arquétipos religiosos até puramente mitológicos que foram apropriados pelos homens para serem usados na opressão feminina. No segundo capítulo são analisados 5 autores e como o feminino é tratado em suas respectivas obras, o primeiro é Motherlant (que eu não conhecia e pelo que Beauvoir falou nem tenho pretensão de conhecer) que se enquadra como misógino, o segundo é D.H. Lawrence que é enquadrado como falocêntrico, o terceiro é o Paul Claudel (o irmão de Camille) que se enquadra como sexista bíblico, o quarto é o Breton se enquadrando como preservador da mulher enquanto Outro e finalmente, o quinto é Stendhal que usava sua literatura para descrever mulheres completas e plenas como Sujeito independentes do Homem. No terceito capítulo Beauvoir usa para colocar Motherlant, Lawrence, Claudel e Breton num mesmo balaio, o de não conseguirem se abster de colocar a mulher como um ser colocado no mundo para ser uma extensão dos homens, ao passo que Stendhal dá autonomia à mulher.

Enfim, eu tagueei esse livro com o pouco usado fucking masterpiece, porque simplesmente é uma obra prima e a Simone de Beauvoir é um gênio, sabendo dosar a teoria de Merleau-Ponty, Heidegger e, óbvio, Sartre para o deleite da causa feminista.

“Reconhecer um ser humano na mulher não é empobrecer a experiência do homem: esta nada perderia de sua diversidade, de sua riqueza, de sua intensidade, se se assumisse em sua intersubjetividade; recusar os mitos não é destruir toda relação dramática entre os sexos, não é negar as significações que se revelam autenticamente ao homem através da realidade feminina; não é suprimir a poesia, o amor, a aventura, a felicidade,o sonho: é somente pedir que as condutas, os sentimentos, as paixões assentem na verdade”. - Simone de Beauvoir
SG1 09/01/2014minha estante
Ótima resenha! A primeira que leio que faz uma análise tão profunda sobre os capítulos de uma obra tal genial. Obrigada! :)


Samyle 15/08/2014minha estante
Resenha perfeita!


Laysse.Pessoa 19/07/2021minha estante
Resenha perfeita! Uma pena q a sociedade inteira cada vez mais rejeita o feminismo.


Milla 10/10/2021minha estante
Que resenha impecável parabéns ? kkkkk




Débora 25/11/2013

Liberdade das mulheres
O segundo sexo, Fatos e Mitos, da filosofa francesa Simone de Beauvoir, apresenta diversas concepções da condição da mulher, como ser fisiológico, ser maternal, ou vulgarmente por alguns antifeminista por " A fêmea". Há grandes explanações sobre o condicionamento biológico; a história e suas revoluções para alterar as mistificações sofridas; fatos que constitui a sociedade até dias atuais e muitos mitos que são quebradas.
Diante grande aprendizagem, considero não apenas um livro para público feminino como para todos para ter um olhar mais amplo mediante as discrepâncias dos sexos, e transformação da mulher.
"Não basta ter um corpo de mulher, nem assumir como amante, como mãe, a função de fêmea para ser 'uma mulher de verdade' através da sexualidade e da maternidade, o sujeito pode reivindicar sua autonomia. ' a verdadeira mulher é que se aceita como Outro. Há uma atitude dos homens de hoje uma duplicidade que cria na mulher um dilaceramento doloroso; eles aceitam em grande medida em que a mulher seja um semelhante, uma igual; e, no entanto, continuam a exigir que ela permaneça o inessencial; para ela, esses dois distintos não são conciliáveis; ela hesita entra um e outro sem se adaptar exatamente a nenhum e daí sua falta de equilíbrio.” (Pg. 308)
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Katia 25/02/2012

Li há muuuiiitto tempo. Mas foram esses dois livros que possibilitaram a minha busca para entender e ocupar melhor o meu lugar na sociedade.
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Vania Nunes 30/03/2009

"Toda mulher é meio Leila Diniz" (Rita Lee)
Num mundo tipicamente masculino, a mulher não é o oposto do homem.
Simone raciocina a favor da "descolonização" da mulher pelo homem - qdo ele tenta, e na maioria das vzs consegue, colonizá-la por dentro. Livro polêmico, lançado em 1949, marcando a metade do século XX. Amante de Sarte, e tantos outros homens e mulheres, Simone ousou viver além de sua época.
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