Vila dos Confins

Vila dos Confins Mário Palmério...




Resenhas - Vila dos Confins


15 encontrados | exibindo 1 a 15


regifreitas 24/07/2017

Romance regionalista que acaba funcionando também como uma severa crítica ao sistema eleitoral vigente, principalmente no interior do país (Minas Gerais), em meados do século XX. A própria gênese do romance se encontra em um minucioso relatório, que o então deputado federal Mário Palmério, estava preparando para ser apresentado à Câmara Federal. Nesse documento, fruto das andanças de Palmério pelo interior, eram denunciados os diversos casos de corrupção, fraudes e falcatruas realizados nos processos eleitorais daquele período histórico. O relatório foi posteriormente desenvolvido através da ficção, tornando-se o romance VILA DOS CONFINS, lançado em 1956. Após seu lançamento, o livro fez tanto alarde e sucesso que acabou contribuindo e influenciando nas mudanças no sistema político-eleitoral de então, chegando a ser citado em sessões plenárias do Supremo Tribunal Eleitoral.

O autor, Mário Palmério, embora tenha ocupado a cadeira deixada por Guimarães Rosa na Academia Brasileira de Letras, é pouco conhecido do público em geral. Eu mesmo, embora já tivesse ouvido algumas breves menções a essa que é considerada sua principal obra, de resto desconhecia totalmente o autor. Quem atiçou minha curiosidade foi a @martaskoober que leu a obra recentemente.

Embora o livro tenha partes meio arrastadas, quebrando um pouco o ritmo da narrativa, é uma obra que precisa muito ser conhecida e reconhecida! Entremeados à crítica social, Mário Palmério nos apresenta causos de pescarias, de caçadas, do dia a dia de um tempo não tão distante assim do interior do país! Também a linguagem regional dá um toque todo especial ao texto!

Obra necessária, tanto como literatura, bem como documento histórico sobre o nosso país!
Marta Skoober 24/07/2017minha estante
Não é estranho que no momento que vivemos ninguém fale desse livro?
Obrigada por aceitar a sugestão.


Marta Skoober 24/07/2017minha estante
Adorei a resenha!


regifreitas 25/07/2017minha estante
infelizmente vivemos em um país de memória curta!

e cada vez mais venho concordando com o Leandro Karnal: não existe um país de políticos corruptos e povo honesto! algo não fecha nessa conta! são as coisinhas do dia a dia que confirmam o que aí está.


Marta Skoober 25/07/2017minha estante
Concordo plenamente.




José Ros 14/03/2014

Um belo achado
Esse livro foi um dos grandes achados que já tive. De início, quando comprei-o em um sebo, pensei que seria uma leitura pesada, devagar, cheio de linguagens rebuscadas. Mas comecei a ler e fui cada vez mais me inteirando da história. O autor Mário Palmério conseguiu mostrar beleza em letras, me fez sentir como se estivesse participando da vida dos moradores da Vila dos Confins. Uma lástima um livro tão bom ser tão pouco conhecido pelo público...
Conceicao.Araujo 03/10/2018minha estante
Lembro do meu pai lendo esse livro e também outro do Mário Palmério, "Chapadão do Bugre".




Glauber 08/06/2020

Obra regional realista
Considerado uma obra-prima da literatura brasileira, conta a história da primeira eleição municipal em uma cidade do interior mineiro.

O protagonista é o deputado Paulo, que volta à sua terra natal, a Vila dos Confins, para ajudar os oposicionistas na disputa eleitoral com o grupo de Chico Belo, que domina o local.

A história se passa em duas vertentes:

1) A do retorno do deputado à sua terra natal e, com isso, a descrição dos costumes e da natureza do lugar, feita com uma linguagem totalmente regional.

2) A exposição dos vícios das disputas eleitorais, bem conhecidos pelo interior do país.

Li bem devagar, por causa do universo de expressões sertanejas e interioranas. É um belo trabalho artístico de realismo.
Cleber 05/10/2022minha estante
Gostei da resenha, o livro tudo a ver com o momento atual ?




S. Oliveira 05/01/2022

Livro incrível! Penso, deveria ter lido antes! Que grata surpresa. Recomendo a todos que gostem de Literatura Regionalista. O final, as últimas páginas... Agonia e surpresa. Leiam escritores brasileiros.
Cleber 05/10/2022minha estante
Obrigado pela dica! Já coloquei na lista :)




Jumpin J. Flash 21/08/2009

Muito legal
Um interessante retrato da política feita no interior do Brasil. Bacaninha mesmo!
comentários(0)comente



Wilton 30/03/2013

Um romance regional
Mário Palmério escreveu verdadeira obra prima. A história em si é muito simples. Todo o vigor está na linguagem bem regional do livro. Ele deslinda os meandros da política do início do século vinte no sertão brasileiro com os currais eleitorais, a compra de votos e a violência. Os casos narrados à margem do enredo são muito boas: refletem a simplicidade do caboclo e a sua sexualidade exacerbada. Em suma, o livro é muito bom.
comentários(0)comente



douglaseralldo 25/06/2019

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE VILA DOS CONFINS, DE MÁRIO PALMÉRIO OU SOBRE OS PÉSSIMOS HÁBITOS DE UMA NAÇÃO
1 - De uma prosa que é um deleite, mas com uma temática a mexer em nossas mais profundas e doloridas feridas, Vila dos Confins é nova edição do romance de Palmério, que escrito nos anos 50 e tratando dos processos eleitorais das primeiras décadas do Século XX no Brasil, é mais necessário - e contemporâneo - do que deveria ser. Um retrato de um país a mercê do autoritarismo, das pequenas e grandes corrupções e de um sistema eleitoral viciado e podre desde o seu nascimento onde a inocência está morta para quaisquer dos lados que se olhe;

2 - Mas antes que prossigamos, algo que raramente o faço nas análises e leituras aqui do blog: as realidades pessoais do leitor. Mas faz-se interessante no caso desta narrativa compartilhar alguns elementos com os leitores do blog, em sua grande parte visitantes de grandes metrópoles do país e, por isso, talvez com alguma distância das "realidades" de Vila dos Confins. Agora, no caso de alguém como este blogueiro, habitante de uma pequena cidade brasileira com seus pouco mais de dez mil habitantes e uma política acirrada historicamente a dividir o lugar, embora distante temporalmente, o comportamento político em Vila dos Confins dificilmente diferirá muito desta minha cidade ou qualquer outro de um Brasil um pouco mais profundo. Os mesmos vícios, as mesmas irregularidades, as mesmas falhas que fazem da democracia algo um tanto ilusório encontrarão paralelos neste romance. E com isso também não quero dizer que é diferente nas grandes metrópoles, apenas que suas imensidões ajudam a camuflar o sistema viciado e podre, algo que numa cidade pequena é escancarado. Assim entre pequenos avanços e enormes retrocessos, o jeito de pensar política denunciado em Vila dos Confins está mais presente do que nunca;

3 - Aliás, é possível realmente pensar no romance como uma denúncia com estética. Nascido do que inicialmente seria um relatório, depois crônicas, e enfim um virtuoso e acachapante romance, o romance trata dos processos e comportamentos eleitorais de um país marcado pelo autoritarismo, pela violência e pela disputa do poder e as diferentes relações que isso tudo provoca. A ideia surgida a partir da atuação parlamentar e como educador do autor, ao optar pela estética, acaba mais do que um romance, nos legando uma das mais lúcidas e realista análise da política nacional, mais próxima da realidade que muitas obras da própria ciência política aliás. Vila dos Confins em todas as suas denúncias e contradições constitui-se como importante ferramenta não só para analisar o passado, mas para também nos jogar luzes sobre o presente;

site: http://www.listasliterarias.com/2019/06/10-consideracoes-sobre-vila-dos-confins.html
comentários(0)comente



Larinha 31/03/2020

Esse livro fala sobre Paulo, um deputado que sai pela Vila do Confins e lugares próximos para achar vereadores para a primeira eleição de um lugar esquecido pelo governo e pela geografia. Seu presidente é João Soares.
Esse livro possui um final surpriendente e inesperado, gostei muito e recomendo.
comentários(0)comente



@almicci.thiago 09/11/2020

esse livro foi uma grata surpresa.
confesso que demorei a me acostumar com a escrita, um linguajar diferente e específico do que estou acostumado, mas depois que peguei no ritmo, foi que foi.
leiam autores brasileiros!
comentários(0)comente



Alberto 27/12/2021

O Brasil rural dos anos 1940 e os meandros da sua política suja.
Uma exposição muito interessante dos costumes do Brasil rural dos anos 1940-1950, especialmente no tema das eleições. Explicativo e rico em detalhes nesse assunto. Transparece nas descrições poéticas de pescarias e caçadas o amor do autor pela natureza do sertão brasileiro. Indicado para quem se interessa pela história do Brasil, pelo passado rural, pela vida na roça, por pescarias, pela política brasileira. Fácil de ler, linguagem bastante acessível considerando a idade do livro. Há um "causo" de amor no meio, mas não é nada convencional. Não considero uma obra-prima, mas é leitura compensadora e fácil.
comentários(0)comente



Samira_santos 14/05/2022

Politicagem
Vila dos confins vem retratar o processo eleitoral em uma região do interior do Brasil. E com processo eu quero dizer, alianças, manipulações, tentativas de persuasão/opressão e falcatruas de um modo geral.
Como uma conhecedora na região interior do país, posso afirmar que são retratos fiéis. Além disso, seguem sendo atuais, infelizmente. São acentuadas as relações de poder e a maneira como o analfabetismo é usado pelos "poderosos" para alcançar objetivos políticos.
A leitura não é muito fluída, alguns momentos são bem monótonos. Mas é um livro que, para quem tem interesse por este tipo de conteúdo, vale o esforço.
comentários(0)comente



Teu 26/12/2022

Uma história rica e saborosa!
No interiorano sertão de Minas Gerais se passa a trama desse maravilhoso romance de Mário Palmério. Publicado pela primeira vez em 1956, traz um enredo instigante e interessantíssimo! Amo a literatura regionalista e esse livro me "apareceu" no tempo certo! Estava precisando de uma leitura assim, que valorizasse tanto nossas riquezas naturais do cerrado, da caatinga...
Seus personagens são complexos, figuras únicas! Não são perfeitos como se imagina heróis e heroínas. Ah, e a política! Amo quando esta está envolvida nas tramas! Foi delicioso acompanhar os acontecimentos da primeira eleição municipal da recém-emancipada Vila dos Confins, entre os causos relatados pelo Padre Sommer e as ameaças políticas e a corrupção correndo solta pelos confins daquele sertão.
Ler esse livro despertou em mim um sentimento de identidade!
Ah, como poderia me esquecer do adorável e simpático mascate Xixi Piriá?! E o final da obra, então?! Um dos melhores que já vi!!!
Mário Palmério, obrigado por esse presente!
comentários(0)comente



Klaus 19/09/2023

Ê Minas Geraisss ?
?Vila dos Confins? Mário Palmério?- Custou exatos 4,00 Cruzeiros (1983) este livro que me levou a um tempo e lugar de Minas Gerais, região do triângulo mineiro, a conhecer a rotina e cultura pitoresca e simples desta região rural e de grande importância na vida política de MG. Naveguei nos rios, cacei onça, vi um boi ser engolido pela Sucuri, calcei as galochas, acordei com o Galo apressado e juvenil, pinga da boa, flertes proibidos.. rapaizz!! Que viagem fantástica!!! Só que o João Soares deveria ter?. Haha!! Não contarei!! ????!!
comentários(0)comente



Loli 02/12/2023

Vila dos confins é uma literatura brasileira que conta a história da primeira eleição do Sertão dos confins.
Esse lugar, como diz o autor, é esquecido pela geografia e pelos governos. Mas não precisa de piedade, é um lugar com a flora e fauna ricas, cheio de rios repletos de peixes e muitas aves.
Nesse livro, o autor fala do Dr. Paulo, ele é um deputado cheio de energia e muito esperto. Seu candidato a prefeito é João Soares.
Ele sai com seu tio Antero e João Soares por toda a Vila e outros lugares proximos para achar vereadores e apoiadores, sempre prometendo muitos votos. Nisso, ele envolveu muitas pessoas que tinham boa vida e viviam de forma tranquila, na problematica política.
Paulo se diverte muito nessas visitas, mas ele acaba pegando maleita, uma doença muito comum nessa área, mas mesmo doente ele não desiste de visitar todos aqueles que ele queria como seu vereador.
Na metade do livro, o autor começa a falar do coronel Chico Belo, concorrente de João Soares. Ele é do partido liberal, suspeito de muitos crimes e não sabe jogar limpo.
Além da política, o autor também conta histórias de caça e pesca, fala sobre alguns animais do sertão e sobre o gado. E ainda tem o romance de Dona Maria da Penha, uma viúva de 25 anos, e Paulo.
Esse livro possui um final muito inesperado é surpreendente, mas que denuncia o jogo sujo da velha política. Foi uma leitura muito agradável!
comentários(0)comente



Luiz Pereira Júnior 07/10/2024

O regional e o universal
Estava percorrendo as prateleiras dos livros ainda não lidos e resolvi pegar um volume de literatura brasileira, pois sempre me faz bem voltar às origens, ler nomes de pessoas que poderiam ser minhas conhecidas e imaginar paisagens pelas quais eu poderia ter passado em alguma viagem qualquer. Então, peguei aquele volume antigo que ficou imprensado entre outros livros, sofrendo com a poeira que se acumula com o passar do tempo – algo que todo e qualquer amante de livros conhece bem (e os frequentadores de sebo mais ainda).

Comecei a ler “Vila dos Confins”, de Mário Palmério, apenas por isso mesmo: por ser o livro que ficava abaixo de todos os outros. Pode parecer que estou desprezando o livro. Longe disso, pois os livros que adquiri há mais tempo sempre acabam ficando na base dos livros, aguentando o peso dos outros – independentemente de seu mérito literário ou de qualquer outro motivo que alguém possa imaginar.

Estávamos a dois dias da eleição para prefeito e vereador (estamos em 2024) e qual não foi minha surpresa ao perceber que o livro trata justamente disso: a primeira eleição para prefeito em uma cidadezinha perdida no sertão de um estado não identificado (provavelmente Minas Gerais, o estado natal do escritor).

Lembrei-me então da primeira vez em que fui eleitor, quando tinha apenas 18 anos e, por um problema qualquer no cartório eleitoral, meu local de votação foi designado para uma comunidade (naquele tempo, favela era uma palavra como outra qualquer) da qual jamais havia ouvido falar e, como eu era o único que tinha curso universitário (incompleto), eis-me alçado a presidente de mesa. Imagine a experiência, ou melhor, a minha completa falta de experiência: um jovem imaturo, que nada sabia do mundo e tendo de lidar com tamanha responsabilidade. Aprendi muito nesse dia e até hoje me lembro do que os outros colegas de votação (que eram meus subordinados no processo) me ajudaram com enorme respeito e bondade. Pois é, nem tudo é “Cidade de Deus”, se é que você me entende...

Também me recordo de que os eleitores que mais demoravam a votar eram justamente aqueles que mal sabiam escrever (lembre-se de que, antes da urna eletrônica, o eleitor deveria entrar na fila, assinar o nome na frente dos mesários, pegar o papel de votação, dirigir-se à cabine eleitoral, escrever os nomes de seus candidatos no papel recebido, depositá-lo na urna eleitoral, voltar à mesa e receber seus documentos de volta), pois precisavam desenhar o nome lentamente. E nisso não vai nenhuma crítica, pois foi o dia em que percebi a enorme importância da profissão que eu havia escolhido seguir. E, se hoje eu sou um bom professor, uma das minhas primeiras tomadas de consciência ocorreu justamente naquele dia de votação décadas atrás...

Voltando ao livro: ao acompanhar as vicissitudes de um deputado para eleger o seu candidato a prefeito nessa cidadezinha, pousando em sítios e fazendas em diferentes graus de pobreza, fazendo conchavos nem sempre moralmente recomendáveis, enfrentando a violência dos donos do poder (os infames coronéis da política brasileira) ao mesmo tempo que arma suas próprias mentiras e traições, Mário Palmério narra e descreve os bastidores do poder como alguém que parece ter vivido e convivido em tais círculos (e deve ter mesmo, vide a biografia do autor).

Ao mesmo tempo, “Vila dos Confins” é de um regionalismo a toda prova: nele acompanhamos as longas descrições das paisagens ao longo das mudanças das estações, as longas pescarias, as festas populares, os causos contados de boca a boca, o pitoresco e o brejeiro dos personagens que por vezes parecem meros arquétipos e nisso vai a comparação com Guimarães Rosa no prólogo do livro (mas isso deixo para você, caro leitor, julgar).

Enfim, um livro que exige um certo esforço, mas que vale a pena para entender melhor o país em que vivemos. Melhor dizendo: os costumes que sempre existiram em qualquer lugar e em qualquer época. Afinal, a corrupção, a violência e a amoralidade não são “privilégios” de nós, brasileiros...
comentários(0)comente



15 encontrados | exibindo 1 a 15


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR