Doutor Jivago

Doutor Jivago Boris Pasternak




Resenhas - Doutor Jivago


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Michela Wakami 27/08/2021

Corre que é cilada Bino
Com uma escrita prolixa e arrastada, esse livro me levou ao cansaço mental.
Não consegui me apegar a nenhum personagem, a única coisa que salvou, foram as informações históricas.
Carlos Souza 27/08/2021minha estante
Amei o título kkkkkk


Michela Wakami 27/08/2021minha estante
?????


CPF1964 27/08/2021minha estante
Não recomendado para portadores de dores lombares..... Uma carga muito pesada de ler.


Michela Wakami 27/08/2021minha estante
Eu não recomendo para nenhum ser vivente do nosso planeta. ???????


Rebeka 27/08/2021minha estante
Também adorei o título...kkkkkk


Michela Wakami 27/08/2021minha estante
Obrigada, Rebeka. Kkkkk.


Carolina.Gomes 27/08/2021minha estante
Já soube q é uma maçada.


Michela Wakami 27/08/2021minha estante
Sorte sua, Carolina. Não tive a mesma sorte, de saber antes de comprá-lo.


Douglas Finger 27/08/2021minha estante
Kkkkkk que medoo, to foraa


Michela Wakami 27/08/2021minha estante
?????


Michela Wakami 28/08/2021minha estante
Kkkkkkkkk.




Lude 30/10/2010

Monumental.
Serei sincero: se você está procurando uma leitura divertida e leve para se distrair, não leia "Doutor Jivago" agora. Este é um livro para ser ler com calma, para ser degustado, repleto de imagens fascinantes que evidenciam que se trata de um romance escrito por um poeta. Como um bom romance russo, é repleto de personagens, aos quais o autor se refere por meio de sobrenomes, nomes combinados com patronímicos e diversos apelidos e diminutivos (estes últimos uma mania russa). Isso pode confundir os desatentos.

Altamente recomendado para todos os leitores de boa vontade e sem pressa. Clássico!

Guilherme 28/02/2011minha estante
Gostei do que você escreveu. Condensou muito bem, mas sempre com algo a dizer. Me espantei com a força das descrições de Pasternak. Eu senti cada gosto, cheiro, ambiente, aroma...


Pedróviz 12/05/2011minha estante
Faz um tempo que inciei a leitura de um velho volume do Doutor Jivago e percebi mesmo a riqueza de detalhes das descrições, que dão a sensação, mais tarde, de se ter visto um filme. Muito bom, mas, como você disse, é para se ler sem pressa mesmo...


João 10/10/2012minha estante
Concordo plenamente com você.


Jooy 07/06/2021minha estante
Resenha ótima. Com dicas e observações mto convenientes para quem tá caindo de paraquedas na leitura e não sabe o que esperar :)




spoiler visualizar
João 09/10/2012minha estante
É um livro volumoso e complexo.




Carlos Nunes 02/12/2020

Esse é um dos mais famosos casos de “ame-o ou odeie-o” da história da Literatura, muito por causa do filme, uma das mais famosas histórias de amor do cinema. Aí, quando a pessoa pega esse livro, acaba se decepcionando, porque de amor o livro tem muito pouco ou quase nada... É, sim, uma narrativa apaixonada dos momentos dificílimos vividos pela Rússia durante a Revolução Socialista de 1917. Através dos encontros e desencontros do médico Yuri Jivago e da enfermeira Lara, a gente acaba viajando por grande parte do país, vivendo situações de desespero, fome, violência, medo, insegurança. A escrita de Pasternak é muito bonita, ele era predominantemente poeta, e muito dessa poesia foi colocada no texto desse romance, especialmente nas descrições da paisagem russa. A forma em que ele narra também é bem interessante, pois ele muitas vezes não relata algum evento diretamente, mas ficamos sabendo do que aconteceu através das falas dos personagens.
Fica claro aqui a confusão em que os próprios russos se encontravam, sem saber exatamente o que estava acontecendo ou de que lado se posicionar. Isso, inclusive, a meu ver, é o que causa uma certa antipatia de muitos leitores pelo Jivago, que parece estar sempre indeciso, em cima do muro, principalmente em contraste com a Lara, que é extremamente forte e decidida. Mas talvez ele só estivesse preocupado com sua sobrevivência e das pessoas queridas, sem se preocupar muito com qual é o lado certo da briga. Aliás, no início, ele se mostra favorável à revolução, mas depois, ao perceber que o país está trocando seis por meia-dúzia, acaba ficando mais e mais apático em relação ao seu posicionamento político. Isso motivou inclusive a proibição do livro na União Soviética. Leitura excelente!
Ray 07/11/2024minha estante
É sempre assim, grandes obras da literatura quando vão pro cinema são reduzidas à historinhas de amor bonitas, que tem seu valor, mas que é inegavelmente uma redução da obra original, e o livro é quem paga o preço depois por decepcionar as expectativas, uma pena.


Carlos Nunes 07/11/2024minha estante
Concordo. Muita gente desiste da leitura por conta da superficialidade do filme.




Alyne.Queiroz 05/12/2020

Poético
Pra quem tem um gosto mais sensível que o meu com certeza essa obra merece 5 estrelas, meu problema é que ainda não sei bem apreciar esse estilo que é altamente presente na escrita, apesar de ser um romance vc facilmente percebe na descrição dos cenários e das emoções humanas que se trata de um escritor poeta, além disso um dos personagens principais, o Iuri Jivago, além de médico é também poeta, e no fim do livro tem o livro de poesias escrito pelo personagem, tirando esse excesso de poesia a história é muito boa, o romance principal, que ficou famosíssimo por conta do filme, vai nos mostrar Iuri e Lara, porém a história deles é quase secundária, o enredo se desenvolve muito mais mostrando trechos do que foi a Revolução Russa e como essas dezenas de personagens que aparecem no livro foram afetadas por esse período tão conturbado e controverso da história russa.
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Gabrielli 20/10/2023

Bom livro, mas não é para todo mundo
Gostei da obra num todo, mas entendo quem não gostou. Ele não é um livro de aventura, tem um enredo lento e um formato um tanto quanto previsível (descrições históricas + natureza + enredo, repete), e, definitivamente, não é um livro para quem não tem interesse na história da Rússia soviética. A escrita é muito bonita e poética (tem alguns poemas lindos no final) e senti alguns toques autobiográficos. De forma geral, é ótimo para uma verdadeira imersão na Rússia revolucionária e da Guerra Civil.
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Gláucia 15/02/2020

Doutor Jivago - Boris Pasternak
Livro #25 do projeto 100 filmes da literatura para o cinema.

Há muito tinha vontade de ler por ouvir meus pais falando do filme, que viram e amaram. Além da música super conhecida. Mas que leitura chata! Arrastada e monótona, nada me encantou e foi com muito custo que consegui chegar ao final. E pra coroar temos um apêndice de cerca de 100 páginas com as poesias escritas pelo protagonista. Não que sejam ruins, é apenas meu problema em ler poesia. Quando vejo um texto formatado em bloquinhos meu cérebro parece entrar imediatamente em stand by.
Enfim, vamos ao filme.
Marta Skoober 19/02/2020minha estante
O cenário do filme é lindo, mas confesso que não lembro muito bem do enredo. Depois me conta o que achou.


Gláucia 19/02/2020minha estante
Exatamente! O cenário é deslumbrante, não dá pra esquecer. Gostei muito mais do filme!


Marta Skoober 20/02/2020minha estante
Acho que é o que acontece à maioria. Eu já tentei com o livro umas tantas vezes, mas não consegui sair das primeiras páginas.


Gláucia 20/02/2020minha estante
Eu não entendo ele ter uma nota tão alta aqui. A narrativa é muito chata


Marta Skoober 20/02/2020minha estante
Vou procurar no YouTube pra ver se tem resenha e o que disseram. Pelo menos se me desencantar de vez tiro ele da prateleira e mando para a biblioteca.


Michela Wakami 17/08/2021minha estante
Estou na luta, para terminá-lo.???


Gláucia 17/08/2021minha estante
Vai na fé


Michela Wakami 17/08/2021minha estante
????




Catia Gama 16/08/2021

Importante leitura
Terminei o livro com a sensação de que o amor, apesar de td sobrevive, que apesar de todas as dificuldades é necessário ter esperança em um futuro melhor.

É um livro muito importante e necessário, não à toa foi proibido na Rússia, mas é preciso entender a história através do romance e repensar, sempre o nosso futuro.
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djoni moraes 22/06/2022

Gostar ou não gostar deste livro é uma questão de enfoques.
Faço um exercício com esta resenha de separar as minhas expectativas como leitor da grandiosidade histórica desta obra do Pasternak, e confesso que 3/5 é o máximo que eu consigo aqui. Se você é um fã do cinema, com certeza já ouviu falar do filme do Doctor Zhivago, uma longa metragem (e coloca longa nisso!) que foca na história de amor vivida entre o Iuri e a Lara. Se você viu o filme e acha que vai encontrar aqui o mesmo enfoque, preciso te alertar que aí vai começar a primeira decepção.

Na verdade, a história inteira acompanha a vida do Iuri Jivago desde a sua tenra infância até sua vida adulta, na qual exerce a profissão de médico no meio de uma Rússia conturbadíssima no meio da revolução que culminou na fundação da união soviética.

Pasternak era um poeta, então a carga de lirismo nas descrições e nos diálogos é bastante grande. No entanto, alguns diálogos me pareceram um tanto forçados, assim como muitas descrições de lugares e momentos. A beleza do lirismo descritivo se perdia quando chegava aquele sétimo ou oitavo parágrafo em que você chegava à conclusão de que Pasternak já tinha sim conseguido descrever tudo que queria. Isso muitas vezes tornava o Iuri um personagem difícil de agradar ao leitor.

Tá bom, tá bom, só reclamei. Por que então dar 3 estrelas e não zero? Porque depois de algumas quantas páginas, entendi que a missão deste livro é registrar um momento histórico; pintar um retrato filosófico que permitisse amalgamar não apenas o conto de várias vidas no meio da revolução, mas também a revolução em si. Nisso, o Pasternak foi mestre!. Ainda, ele conseguiu fazer isso de uma forma em que ele pudesse deixar seus pensamentos e ideais bem escrachados de uma maneira que ao mesmo tempo permitisse irritar o regime soviético e também deixar bem claro a sua decepção com tudo isso. Vendo deste modo, fica muito claro por que as paixões "românticas" não são exploradas com tantos detalhes - porque elas simplesmente são um pano de fundo.

A decepção do Iuri (e do Pasternak) em relação à revolução é muito clara. Tendo em vista este ponto, posso dizer que o personagem principal deste livro não é o Iuri Jivago e sim uma mãe Rússia que agoniza desde o início da narrativa e é saqueada violentamente pelos interesses de todos os grupos envolvidos. A imagem desta Rússia sendo desnudada é simplesmente agonizante, e a descrição disso nessas mais de 500 páginas, por mais enfadonha que possa parecer em alguns momentos, torna este um livro muito bom no que ele se propõe.
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cintilante 21/12/2010

E somos a derradeira lembrança de tudo que foi infinitamente grande, de tudo quanto se fez no mundo durante os milênios que decorreram entre eles e nós, e, em lembranças daquelas maravilhas, nós respiramos, nós amamos, nós choramos.

Esqueça o filme. Dr. Jivago não é meramente uma história de amor. É um livro sobre a História, sobre como ela é feita da soma das vidas das pessoas comuns, seus amores e dores, suas ideias e ideais (ou ideologias, no caso...), suas crenças e medos - essas pessoas que oprimem e são oprimidas, fazem a revolução, escrevem livros, amam e traem, e se perguntam sobre o que acontece depois que se morre. Um épico. Eu poderia citar tantos trechos de que gostei, que quase transcreveria o livro.

Ninguém faz a História, não é ela vista, da mesma maneira que não se vê a erva brotar. As guerras, as revoluções, os czares, os Robespierres são seus fermentos orgânicos, sua levedura.
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Duchesse 28/07/2022

O filme é melhor
O livro é muito bom, mas o filme (de 1968, com Omar Shariff e Julie Christie) é bem melhor.

O livro fala das vidas e dos sonhos despedaçados quando, em 1917, a utopia socialista se torna um pesadelo real e a Rússia se torna URSS.

Como toda grande literatura russa, os fatos ficam praticamente em segundo plano, a narrativa se concentra mais no mundo interno das personagens, sobretudo do Dr Iuri Jivago, numa tentativa de entender o mundo cambiante e as pessoas à sua volta, por isso alguns leitores modernos, não acostumados com essas divagações, podem achar a leitura arrastada.
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Bruno Palmeiras 22/01/2022

Moroso, mas histórico
O livro é extremamente moroso, em várias partes ele não flui, não há uma sequência clara, não há uma história marcante.
Porém é um grande relato histórico e como foi proibido pelo regime autoritário e assassino stalinista, merece uma boa avaliação.
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otxjunior 10/08/2012

Doutor Jivago, Boris Pasternak
A literatura russa é conhecida mundialmente como uma das mas ricas entre toda a literatura universal. Mas também sabe-se que sua leitura é densa e, por vezes, cansativa. E por isso não quis que minha primeira incursão neste universo se desse através de uma obra que eu desconhecesse completamente. Daí optei por Doutor Jivago, cuja adaptação cinematográfica já havia apreciado algum tempo atrás. Embora, desse filme, apenas me recorde da bela história de amor e da não menos bela Julie Christie, no papel de Lara Antipova.
Doutor Jivago é um conto épico sobre os efeitos da Revolução Russa, particularmente sobre um cidadão respeitável, poeta, filósofo e médico, cuja vida é interrompida pela guerra e por seu amor por Lara, a esposa de um revolucionário. Sua natureza artística torna-o vulnerável à brutalidade e crueldade dos bolcheviques. Nos primeiros anos da revolução até à implantação do Comunismo, percebemos a ingenuidade do jovem Jivago gradativamente se transformar em amargura e descrença nas diretrizes "libertárias".
Boris Pasternak (Prêmio Nobel de Literatura), talvez por ser mais poeta do que novelista, dedica muito tempo descrevendo aspectos naturais da paisagem russa, enquanto poucas linhas são suficientes para retratar um funeral ou um casamento, por exemplo. Portanto esta obra se estabelece mais como um romance de reflexão, de ideias, de símbolos do que qualquer outra coisa. O que requer dedicação (e, às vezes, até mesmo paciência) do leitor, que, no entanto, é recompensado por cenas que não sairão facilmente da memória e pela grande lição de humanidade transmitida.
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Luigi.Schinzari 24/01/2021

Sobre Doutor Jivago, de Boris Pasternak:
A ficção histórica é um prato cheio para os admiradores da boa literatura. Alguns de seus grandes expoentes como Guerra e Paz, Educação Sentimental e Vida e Destino -- para ficarmos apenas em alguns -- são verdadeiras experiências de como se narrar a vida de personagens interessantes e seus conflitos em meio a eventos marcantes de nosso passado; acredito que o elemento histórico ressalta opiniões, caráteres, crenças e todo o pensamento das pessoas retratadas nesses livros, sendo um pano de fundo marcante para trabalhar um romance que visa retratar um período e as mentes ali criadas e desenvolvidas, além do momento escolhido ser esmiuçado para o leitor curioso por história. Doutor Jivago, romance de 1957 escrito por Boris Pasternak (1890-1960), vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1958, sem dúvidas é um dos melhores exemplos de romance histórico, pois, perpassando por todo um panorama vasto da história da Rússia, de 1905, em seu Domingo Sangrento e o burburinho revolucionário, até a tensão entre a já União Soviética e a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, bem no calor fértil que a Rússia proporcionava naqueles anos, encontra tramas e personagens fortes, carregadas e ligadas pelo protagonista homônimo do título, Iúri Andréievitch Jivago, um médico, vivenciando tudo em tempo real.

Acompanhamos Jivago desde sua infância ao lado do tio Nikolai, logo após o falecimento de sua mãe, e o vemos deixar a inocência de sua infância junto aos amigos para um adolescência espirituosa e de traços intelectuais até se formar em medicina e se enveredar para os grandes autores de seu país -- amplamente discutidas aqui e acolá durante a obra --, tendo contato com nomes como Tchekhov, Tolstói e Púchkin; junto ao conhecimento e a medicina, Jivago nutre paixões ao longo do romance, passando entre o amor matrimonial até o adultério mais angustiante para si mesmo, homem já formado e com uma família para criar nesse ponto do livro. Toda sua história é influenciada diretamente pelos acontecimentos da Revolução de 1917 e seus antecedentes e, principalmente, suas terríveis consequências, moldando o caráter dele, antes crente nas boas-novas que o governo bolchevique traria a Rússia, e, com o desenvolver da narrativa e as barbaridades ocorridas ao seu redor, sua desilusão com os ideais comunista e o novo Estado soviético.

Pasternak preenche sua obra com dezenas de personagens, guiando Jivago de um evento a outro, tornado o livro inesgotável e cíclico: há idas e retornos, tanto para os locais visitados -- Moscou e a fictícia Varíkno, as principais localidades do romance e eternos pontos de volta e de partida de Jivago e seus conhecidos -- quanto para personagens, sempre cruzando com ele e deixando-o (ou sendo deixado) repentinamente, apenas para voltar em algum momento necessário para a grande história que está sendo traçada. Nas mãos de um autor menos hábil, as coincidências impostas ao leitor e sua boa-fé e senso de descrença seriam um incômodo, mas, nas mãos de Pasternak, torna-se um elemento a ser analisado de forma minuciosa e necessário para a trama, eximindo-se de qualquer culpa seja por sua trama envolvente, seja pela narração que sempre nos lembra do acaso e do destino.

O contexto histórico, por sua vez, é o que distingue essa de outras grandes obras. Doutor Jivago consegue retratar de forma fidedigna e aprofundada os sentimentos populares entorno dos acontecimentos turbulentos da primeira metade do século XX na Rússia. A revolução, antes encarada como algo benéfico, começa a dar seus tons autoritários logo após a tomada do poder, e seus reflexos estão claros ao longo de todo romance com os conflitos ouvidos por uma personagem, o deslocamento forçado de uma capital para o interior por conta de rumores sobre perseguição -- os acontecimentos históricos que cercam Jivago nunca assumem o protagonismo da história, apenas estão lá, encarando-o e nos vislumbrando, influenciando sua vida, mas nunca posta como um estandarte. Não vemos Lênin, Nikolai II, Stálin, Trotsky, mas estamos ali com o pequeno proprietário, o médico, as crianças, acompanhando os mandos e desmandos daqueles que, independente de suas crenças, tornam a vida de seus cidadãos mais difíceis, e é a muito custo que essa realidade começa a se fixar na mente do antes crente Jivago e de muitos ao seu redor, todos desiludidos com o comunismo, antes tão promissor e redentor, agora tão despótico e cruel quanto a monarquia Romanov.

E é nesse contexto, campo fértil para momentos de desgraça -- exploradas muito bem pelo autor --, que Pasternak apresenta uma espécie de respiro com exemplos de amor puro, de apego a sentimentos nobres, a paixão pela boa cultura e a esperança de um futuro melhor inquebrantável. Saber trabalhar episódios trágicos de morte e devastação, vastos no livro, aliado a descrições de elevação do homem e de seu espírito por conta da beleza, do amor e da arte -- discute-se até mesmo a questão imposta por Dostoiévski em O Idiota sobre a salvação do mundo --, é, acredito, a maior qualidade de Doutor Jivago. A pena de Pasternak sabe dosar perfeitamente as doses entre o horror e o belo, e sem dúvidas em Doutor Jivago tal conflito, assim como o choque entre ideias, cidades e personagens, como já citei previamente, é basal para a estrutura do romance histórico apresentado. Ao contrário do que pode se pensar, Doutor Jivago não é épico por conta de seus acontecimentos grandiloquentes, mas sim por tecer tão bem uma história íntima contornada e levada por eventos que fogem ao nosso controle, aliada a uma escrita refinada e reflexões profundas sobre o homem e sua história.
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Bruno.Santos 11/06/2022

Excelente!
Como todo bom apaixonada pela literatura russa, acabei por ler mais romances do século XIX, deixando de lado os livros sobre o período soviético, mas recentemente lendo O fim do Homem Soviético da Svetlana Aleksiévitch, em várias entrevistas Doutor Jivago era citado e como todo curiosidade me coloquei a procura do tal livro, que por meses ficou na estante, sempre a espera para leitura, que enfim chegou.

Um ponto que adorei sobre esse livro, sua ambientação no meio desse rebuliço social que foram as revoluções russas, a primeira guerra e a gripe espanhola. Neste caos os soldados do fronte presos entre alemães e revolucionários vivendo essa profunda incerteza.

Íuri Jivago é um personagem de tantas
camadas, tão estranho e singular que várias lendo, tentei me colocar no seu lugar para imaginar essa ressonância entre ficção e realidade, mas sempre me sentia faltar algo, talvez a alma desse período. Tenho tantas coisas em minha mente agora enquanto escrevo essa resenha capenga, mas me falta palavras para expressar meus pensamentos.

Enfim, o livro é ótimo, fascina ver de outro ponto de vista todo aquele caos da ascenção comunista numa Rússia monárquica, mas a leitura em si é bem densa e é preciso um pouco do foco para se ater às coisas...
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