Heric Dehon 22/08/2012
Coletânea organizada por Michael Bierut, Jessica Helfgand, Steven Heller e Rick Poyonor.
O primeiro texto é de William Morris: O livro ideal, publicado em 1893 na Transactions of the Bibliographical Society. O livro possui textos de nomes muito importantes entre designers do século XX: Marinetti, Alexander Rodchenko, László Moholy-Nagy, Jan Tschichold, Beatrice Warde, Herb Lubalin, Emil Ruder, Paul Rand, Gui Bonsiepe, Wolfgang Weingart, Massimo Vignelli e outros, além de não designers ou estudiosos da área como Marshal McLuhan e Aldous Huxley.
Aqueles que conhecem o azedume de Spiekerman ou a delicada intolerância de Wollner para coisas ruins e mal feitas, ainda não viram nada. Em uma parte do texto, onde falava de mancha gráfica, layout de página e larguras de margens, Morris destila seu ódio sem se preocupar em ser politicamente correto.
“Creio que dificilmente vocês encontrarão um livro produzido antes do século XVIII – e que não tenha sido cortado pelo inimigo dos livros (e da espécie humana), o encadernador (…). Tenho em minha estante o Plínio de Jenson, que, apesar do tipo gracioso e dos ornamentos vistosos, mal consigo olhar, porque o encadernador (faltam-me os adjetivos) cortou dois terços da margem inferior: isso é tão absurdo quanto um cavalheiro trajar paletó abotoado nas costas.”
Como aprendi “um pouco” sobre design, especialmente editorial e tipografia, devo confessar que duas coisas me incomodaram de cara. A primeira foi ler um livro sobre design, para designers com um projeto gráfico ruim: margens curtas, coluna de texto grande e uma entrelinha pequena. Me incomoda. A outra coisa foi ler, em um parágrafo escrito recentemente para o texto em questão, ‘Tipologia’ e ‘Tipografia’. Essa discussão já parecia ter sido superada no meio.