Bruno Oliveira 14/12/2013minha estanteHum, eu acho que o livro tem vários méritos bacanas - como a linguagem acessível, o uso de elementos históricos e algumas outras coisas - e que as críticas que poderiam ser feitas a ele são, em geral, trocadas por outras não muito boas.
Participei de um seminário de discussão sobre ele e, em geral, as pessoas criticavam o livro no sentido de dizer que ele não correspondia a uma expectativa, digamos assim, que elas tinham com a filosofia. Diziam que era muito marxista, que faltava isso ou aquilo, enfim, colocavam sobre o livro uma ideia do que achavam que tinha que ter ali. Não eram críticas muito boas, penso, pois todos tem suas expectativas, inclusive a autora, de modo que o livro deveria ser julgado mais por seus elementos internos - coerência, execução, se funciona e tal - que por seus elementos internos, ou seja, se deveria ter mais rousseau, menos agostinho ou qualquer coisa assim. Acho que as críticas externas ignoram o livro.
Como ele foi feito, basicamente, para o ensino médio, acabou sendo bastante direcionado nos temas, no grau do aprofundamento que é oferecido e nas divisões. Então essa visão de sobrevôo é parte da proposta do livro, por exemplo, de modo que um capítulo fala sobre argumentação, outro sobre períodos, tudo meio bobo, bem didático e introdutório.
Sinceramente, eu não sei em que medida isso funciona, pois só o li durante a faculdade, e consigo pensar como um professor lidaria com ele, mas não como um aluno faria. Aliás, você escreveu a resenha quando estava no ensino médio?
Acho que a parte de introduzir na filosofia não pode ser muito determinada. As pessoas acabam gostando da coisa por razões diferentes. Eu mesmo comecei a gostar do assunto com a introdução do Roland Corbisier, que era mais aprofundada e tal, mas foi por puro acaso. Acho que minha experiência não serve para ser extrapolada, e não sei se o livro da Marilena, sendo dado em sala de aula, assusta ou apetece