Ivy 11/07/2015Um pouco diferente do que eu esperava...
Simplesmente consegui ler esse livro em 24 horas. Fiquei completamente presa nessa história e achei fascinante cada personagem, o universo criado pela Kimberly Derting.
Não conhecia a autora, sei que ela tem uma outra série já lançada por aqui no Brasil ("The Body Finger", mas nunca me interessei de ler essa outra série, não faz meu gênero de livro. Mas "The Pledge" me encantou e me deixou com muita vontade de ler desde o primeiro dia que eu li a sinopse. Ainda bem que não me arrependi nessa aposta.
É uma distopia, que nos leva ao mundo de Ludania, um país devastado por guerras civis, com uma rainha imortal (sim, ela é meio feiticeira e por milênios sua alma vai passando de corpo em corpo entre as descendentes do trono) extremamente perversa e cruel. Para evitar-se novas rebeliões, a sociedade foi dividida em casta, e cada casta é obrigada a falar em um idioma diferente da outra, para que elas não possam ter contato entre si. Parshon, Termani, Englaise são as linguagens disponíveis. O Englaise é a linguagem universal, você usa ela quando precisa se comunicar com alguém de outra casta, como por exemplo, senhores e serviçais para se comunicarem, garçons com seus clientes, etc.
O Termani é usado pela segunda classe mais rica da cidade, os Conselheiros. Gente de influência e dinheiro, estudam em boas escolas e possuem diversos direitos.
O Parshon é o idioma usado pela protagonista desse livro, a Charlie, e é usada na classe simples, os Comerciantes.
Além disso existem a classe dos Servientes que só usa o Englaise, esses são quase o nível mais baixo da sociedade, são serviçais de todas as outras classes e por isso usam apenas o englaise, que é universal, entre si.
Os marginados, como o nome já diz, são as pessoas que por alguma razão foram excluídas de suas castas e da sociedade. Esses são proibidos de falar em público.
Além destes, há o idioma real, a linguagem usada apenas pelos membros da corte da rainha.
Charlaine, é uma menina da classe dos comerciantes e que possuí um grande segredo. Por alguma razão inexplicável, ela consegue o impossível: ela entende todos os idiomas, incluindo o idioma real. Isso a coloca em situações muito difíceis, porque quando uma pessoa de classe superior está falando em outro idioma você é obrigado a ficar de cabeça abaixada, mas por entender oque a pessoa está falando, Charlaine sofre e passa por situações difíceis enquanto precisa ocultar essa sua "habilidade".
O país está a beira do caos e os rebeldes estão atacando todas as cidades, incluindo o "Capitólio", a cidade de Charlaine, que é a mais próxima do castelo da rainha.
Inesperadamente em seu caminho surge o jovem Max. Sincero, protetor e cheio de segredos, Max se dá conta do segredo de Charlaine rapidamente e promete ajudá-la e protegê-la. Além dele, também há o Xander, que possuí também diversos segredos, e começa a se tornar cada vez mais presente na vida de Charlaine, seguindo a moça por todos os cantos.
Nesse livro, todos, absolutamente todos os personagens possuem segredos, e é um mais forte que o outro. É muito legal, porque a medida que a leitura vai avançando, pouco a pouco a autora vai revelando quem é quem na verdade. A história beira a perfeição.
Se trata de uma trilogia, The Pledge, The Essence e The Offering e só posso dizer que para os amantes de distopia e fantasia, esse é um livro perfeito, que possuí todos os ingredientes, além de personagens fortes. Amei cada um dos personagens, Charlaine, Aron, Sydney, Max, Xander, Angelina, os pais de Charlaine, Zahir, Claude, todos, sem exceção, foram maravilhosos. A única que não me agradou muito foi Brooklin porque eu simplesmente não entendo até agora quem é e as verdadeiras intenções da moça, se ela foi sincera ou não.
A protagonista, Charlaine, é ótima. Valente, inteligente, humilde, mas sem ser boba, ou inocente demais. A autora simplesmente colocou as qualidades de uma moça normal, mas possuidora de um grande dom.
Em 2011 a Editora Intrínseca comprou os direitos para lançar o livro no Brasil, mas até agora, nada! Acho isso uma sacanagem. A editora compra os direitos, impedindo outras de publicar a obra, ou mesmo um grupo de traduzir, e simplesmente deixa o projeto arquivado. Um livro muito bom que merecia ser lançado no Brasil e não entendo porque a Intrínseca não lançou.
Para não dizer que tudo foram flores, e perfeito, achei o final um pouco estranho. Ok, temos uma trilogia e há mais 2 livros para fechar com chave de ouro a série, mas esse final do livro 1 foi um pouco fraco e estranho. Eu esperava mais, fiquei sem entender direito algumas coisas e realmente espero que os próximos livros tenham respostas coerentes.
Eu recomendo esse livro, é uma distopia-fantasia bastante interessante, com personagens inteligentes e questionadores, e que se desenvolve em um universo bem criativo, diferente, feito por Kimberly Derting. Não é parecida com nenhuma distopia que eu li (apenas 1 ponto me lembrou vagamente "Marcados" da Caragh M. O´Brien). O final apesar de não ser perfeito, não chega a "matar" o livro, então, vale a pena de ler. São 336 páginas que eu li em 24 horas, então, posso dizer que me prendeu a atenção me deixou satisfeita.
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