Matteus5 10/06/2024
O embate de mentes
Como num jogo de xadrez, cada estratégia, cada pequeno movimento dita todo o rumo do jogo, e os jogadores, experientes, com um mútuo respeito jogam, até que um perca. É exatamente essa relação que se tira do embate entre as duas maiores mentes do escopo criminal!
Lupin, um gênio do crime, um ladrão gentil ? por mais irônico que pareça ? e Sherlock Holmes, o detetive estrela, do qual nenhum crime escapa ilícito. O combate é divertido, ver as voltas e reviravoltas de ambos os jogadores é surpreendente, por mais que, em certos pontos, fique óbvio quem vai prevalecer. A obra é gostosa de acompanhar, nada fatigante, e a cada nova descoberta de Holmes sentimos a sagacidade do ladrão e o entusiasmo do detetive.
A zoação com Sherlock também é incrível. Dei risadas sinceras em certos pontos com o escárnio voltado ao maior detetive das histórias, não somente a ele, como também a seu criador. Leblanc tinha um certo espírito zombeteiro típico da nossa nação.
Ressalvas:
Tiveram alguns pontos dos quais fiquei particularmente insatisfeito. O principal é quanto a Wattson. Até hoje, só li "o estudo em vermelho", mas, desde lá percebo que Wattson tem papel atuante na história, servindo como gancho para a explicação ao público e ajudando em momentos de crise. Aqui ele foi jogado como cão adestrado, obviamente uma sátira, mas que tira um pouco o brilho da história, ao meu ver.