Silvio 23/05/2017Um livro muito interessante. Começou a ser escrito em 1.926, como artigo de jornal madrilenho e assim continuou até 1.946, quando se tornou livro. Muitas vezes percebe-se que não é um todo, um só livro; há mudanças de foco, justamente por serem diversos artigos diferentes de jornal.
Ele fala basicamente do "homem-massa", o homem comum, normal, mediano; fala de suas atitudes, desejos, conhecimentos e explica os motivos de tudo.
Mostra e explica como e porque se formaram - e se formam - Estados, Cidades-estados, Estados-nações e até impérios; explica também como e por que certas nações e certos impérios se modificam, enriquecem, empobrecem e sofrem derrocadas.Deixa bem claro como age o "homem-massa", que faz revolução, rebelião com violência e pouco conhecimento de causa.
Explica que o ser humano deve mandar ou obedecer, contudo deve estar preparado, deve saber as duas coisas. Se não souber ou não aceitar uma delas, será repressão ou revolução. No caso de revolução, haverá violência, exigirá seus direitos, mas sem cumprir seus deveres.
A principal característica do homem-massa é que, sentido-se vulgar, proclama o direito à vulgaridade e nega-se a reconhecer instâncias superiores a ele.
"Se alguém em sua discussão conosco se desinteressasse de se ajustar à verdade, se não tem vontade de ser verídico, é intelectualmente um bárbaro. De fato, essa é a posição do homem-massa quando fala, dá conferências ou escreve" Há muito bárbaros nesta vida.
"Uns pensarão que a vida é o processo existencial de uma alma, outros pensarão que é uma sucessão de reações químicas".
Só não considerei cinco estrelas por dois motivos:
- o autor é muito prolixo, colocas detalhes supérfluos demais, o que dificulda muito a leitura e a compreensão;
- usa um vocabulário terrível, é necessário ter em mãos um dicionário muito bom, alguns termos nem encontrei em nenhum dicionário. Alguns exemplos: repristinada, capro, acrotério, saramago(não é o escritor), abundoso, alverca, tremebundo, janízaros,curul, inconcusso, cabriola, onímoda, turgimão, atonia, zurrapas, desasir ... e muitas outras.
Todo o mundo deveria ler este livro, principalmente políticos, empresários, artistas e jovens, e, mais ainda, Roberto Freire.