Direita e Esquerda

Direita e Esquerda Norberto Bobbio




Resenhas - Direita e Esquerda


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Yasmim 09/07/2019

Me deu um puta norte político, até porque eu comprei o livro justamente porque tava com muita dificuldade de entender as diferenças teóricas entre esses campos.
No começo foi um pouco difícil pra mim, por ele citar mil autores e argumentos diferentes, (mas nada que seja impossível de ler). Mas na parte que ele começa a sintetizar todo o pensamento em volta da questão da igualdade, as coisas fazem muito sentido e eu realmente acho que é um argumento bem acertado (eu pelo menos nunca vi uma definição tão universal). Recomendo demais! Achei uma base muito boa
Vikes 15/07/2019minha estante
MIMPRESTA


Yasmim 16/07/2019minha estante
EMPRESTOOOO




Ricardo Silas 24/01/2015

Igualdade e Liberdade
A tese defendida por Noberto Bobbio permeia um debate sem expectativas de esgotamento. Há muito o que se discutir e verificar nos espectros políticos de esquerda e direita, que são termos metafóricos surgidos na Revolução Francesa, ma que começaram a ser úteis a partir do século XIX, sendo logo preenchidos por um conjunto de propósitos a serem empreendidos nos diferentes setores sociais antagônicos.

Para aprofundar sua análise nos problemas contemporâneos envolvidos nesses espaços, Bobbio começa dissecando críticas negacionistas de filósofos como Sartre, por exemplo, que estigmatizam a divisão socio-política como algo inteiramente vazio e descabido de sentido. Isso ocorre por causa dos efeitos pós-Segunda Guerra Mundial, onde a mentalidade da Guerra Fria havia incitado um pensamento pós-moderno de longo alcance de crises ideológicas.

No entanto, o autor objeta essa simplificação de modo marcante, ao dizer que não vê como a atuação dos programas designados pela esquerda e direita, as soluções envolvendo ação política de contraposição social, de conflito de interesses, valorações e direções a serem seguidas pela coletividade possam, simplesmente, desaparecer. Ou seja, esquerda e direita representam muito mais do que meras ideias; elas significam mobilização prática que abrange problemas de governabilidade real, isto é, que existem objetivamente e são alvo de divisões e controles.

Trata-se de uma dialética ainda em desenvolvimento. Em seguida, há uma abordagem séria a respeito das aspirações pela igualdade (igualitarismo) como fundamento da esquerda, e a conservação da hierarquia (inigualitarismo, liberdade) como fundamento e meta da direita. Ocorre que, em cada contexto histórico e político, cada espaço utilizará os meios a que dispuserem para consolidar e fortalecer sua base.

Não é a toa que o capitalismo continua a ser exacerbado pelas corporações, graças aos grandes saltos tecnológicos, ao passo que, o século XX, por sua vez, desencadeou no marxismo-leninismo os meios de obtenção de poder e revolução que culminou em regimes sangrentos e totalitários. Aliás, a também sofre de extremismos em virtude de seu contraste com o fascismo e o nazismo. Mas as controvérsias não param por aí...

Quando nos comprometemos a buscar raciocínios e problematizações elaboradas por essa díade política (esquerda e direita), a cautela é pressuposto indispensável para nos proteger de críticas distorcidas feitas tanto à esquerda quanto à direita. Por isso as análises dos observadores neutros, como historiadores, cientistas políticos e sociólogos se aproximam de maneira honesta das duas concepções, sem que se distribuam golpes axiológicos de teor negativo a um em vantagem do outro.

Embora esse conselho seja perfeitamente válido, Bobbio não esconde, tampouco permite, que sua situação política de esquerda deturpe o escrutínio lúcido e racional aplicado à direita. Imagino que tenha sido muito delicado proceder desta forma. Mas ele foi bem-sucedido pela imparcialidade teórica, portanto merece os devidos enaltecimentos. O livro também explora as definições descritivas contrapondo-as aos significados axiológicos intrínsecos às dicotomias políticas.

Conceitos de igualdade e liberdade, extremismo, moderantismo e autoritarismo são frequentemente abordados em seus capítulos específicos. De fato, esse grande trabalho realizado por Noberto Bobbio merece a atenção e o estudo daqueles que desejam ponderar sobre grandes problemas que se alastram no universo social. Não importa se o leitor, ao término da leitura, tenha resolvido permanecer no centro da discussão.

Precisamos abdicar todo preconceito de rótulos indevidos, todos os reducionismos disseminados pelos meios de comunicação e seus interesses, para que, só assim, possamos nos aprofundar nas soluções possíveis dos problemas que acentuam os conflitos políticos e socio-econômicos.

Superar essa infantilidade predominante vai além de escolher uma ideologia, seja de direita ou de esquerda; mudar de hábito para conhecer as raízes e frutos desse debate é uma questão de sobrevivência e, sobretudo, bom senso. Ler Noberto Bobbio facilitou minha emancipação de forma definitiva.
Laysse.Pessoa 29/10/2022minha estante
As vezes o comentário de uma pessoa dessa rede social é infinitamente melhor do que os feitos pelo os próprios resenhistas do aplicativo e também é melhor do que os das editoras dos livros.
O curioso que tua resenha tem 8 anos e atualmente ela está muito mais em voga, há 8 anos atrás pouco se falava disso n




Gui 22/05/2011

Indispensável para quem gosta de política
Como já dito no título desta resenha, "Direita e Esquerda" é indispensável para quem vive o mundo da política, seja quem está nele simplesmente estuda.
No livro, Bobbio explica com clareza que a distinção entre direita e esquerda está mais viva que nunca e estabelece a igualdade como definidora da distinção.
Mesmo gostando de política, achei o livro um pouco cansativo, mas como já foi falado, faz-se necessária a sua leitura.
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J Bruno 12/02/2017

Direita e Esquerda - Razões e Significados de uma Distinção Política
A queda do muro de Berlim em 1989 simbolizou o final de uma era, a reunificação jogou por terra a ideia do mundo bipolarizado, dando início a um período de intensa crise das ideologias. O fracasso do comunismo na URSS levantou uma incômoda questão: ainda faria sentido distinguir esquerda e direita?

Noberto Bobbio, jurista, cientista político, historiador e filósofo italiano, defendeu nesta obra magnífica que sim, a distinção entre esquerda e direita continuava naquela época, início dos anos 90, mais atual é necessária do que nunca.

Bobbio, ressaltou no livro a importância de não confundir as experiência totalitárias fracassadas como única forma de expressão do socialismo, ele chama a atenção para o fato de que as orientações antagônicas não têm relação direta com o tipo de governo (liberal ou totalitário), podendo o totalitarismo ser de esquerda (como o foi na URSS), ou de direita (como foi na Alemanha nazista).

O que então, em última instância, distinguiria esquerda e direita? Para Bobbio seria o posicionamento em relação à igualdade, mais do que qualquer outra coisa. A direita tende a crer que as desigualdades são naturais e, sendo assim, inevitáveis, enquanto que a esquerda as considera como um fruto de uma determinada construção social e, como tal, passíveis de serem eliminadas ou amenizadas pela atuação do estado ou pela sua completa extinção.

A resposta à pergunta "igualdade sim, mas entre quem, em relação a quê e com base em quais critérios?" seria, de acordo com o autor, capaz de posicionar um indivíduo, um partido político ou um governo em um determinado ponto da linha que tem a esquerda em uma de suas extremidades e a direita na outra.

Bobbio, relembra ainda a máxima de aristotélica presente na obra "Ética a Nicômaco" que diz que o principio maior da justiça seria tratar os iguais de forma igual e os diferentes de forma desigual na medida de suas desigualdades.

A adoção de tal pressuposto, segundo ele, evitaria tanto o igualitarismo característico do totalitarismo de esquerda, quanto a manutenção do status quo, tão presente no pensamento e na práxis liberal. Para Bobbio a desigualdade deve ser valorizada como fator de multiplicidade, no entanto, o tratamento desigual se faria necessário quando houvesse o entendimento de que a desigualdade se torna um fator de opressão ou de exclusão.

Apesar de ser uma obra relativamente pequena (127 páginas), "Direita e Esquerda..." é de notável profundidade, o que a torna uma obra definitiva sobre o tema. Não é por acaso que ela tenha gerado e ainda gere tanta controvérsia. Ao escrever o prefácio da segunda edição italiana, Bobbio defendeu que as inúmeras críticas que recebeu na ocasião do lançamento apenas reforçavam a sua tese, os termos, criados no contexto da revolução francesa, continuavam vivos e ainda capazes de representar os dois espectros antagônicos da política.
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Ewer 22/01/2019

Super necessário
Para todos os engajados politicamente. Muitos se dizem de esquerda ou direita, mas nunca pararam para pensar o que significa, simplesmente seguem a manada. Foi q minha primeira leitura do Bobbio, pretendo ler mais livros dele.
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Elida Kassia 15/03/2020

A afirmação da direita/esquerda
Bobbio constrói seu argumento sobre a necessidade de classificar os espectros políticos como esquerda ou direita, ainda que alguns teóricos sugiram uma superação deasa visão política.
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erbook 25/07/2020

Ensaio político muito atual
No atual mundo globalizado e politicamente polarizado, a distinção entre os significados dos conceitos de direita e esquerda necessita cada vez mais de divulgação no debate público.
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Norberto Bobbio, neste ensaio crítico, inicia rebatendo aqueles que entendem estar superada essa classificação política entre direita e esquerda. Os contrários a essa díade sustentam, em suma, que as sociedades são plurais, divergentes e abarcam muitos interesses, os quais não se encaixariam necessariamente entre os conceitos de direita e esquerda. Bobbio refuta todos os argumentos contrários e enxerga utilidade na manutenção dessa díade (direita e esquerda), na medida em que esses conceitos “indicam programas contrapostos com relação a diversos problemas cuja solução pertence habitualmente à ação política, contrastes não só de ideias, mas também de interesses e de valorações a respeito da direção a ser seguida pela sociedade”. Afirma que os conceitos são mencionados nos jornais, nos partidos políticos e nas discussões do cotidiano, mesmo após 200 anos da revolução francesa, e os interlocutores se entendem.
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Bobbio faz a distinção entre os extremistas e os moderados, chegando à conclusão de que os extremos se tocam no que diz respeito a sua radicalização e, portanto, são antidemocráticos. O moderado, ao contrário, é naturalmente democrático.
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Após discorrer sobre experiências históricas, como o socialismo soviético, o nazismo de Hitler, o fascismo de Mussolini, os partidos das sociais-democracias europeias, bem como sobre outros critérios de distinção, Bobbio menciona o critério que entende ser mais adequado para diferenciar a direita da esquerda, qual seja, o valor da igualdade.
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Na visão do autor, para a esquerda, a maioria das desigualdades sociais podem ser eliminadas ou diminuídas, enquanto, para a direita, a maioria dessas desigualdades são naturais e, portanto, não elimináveis. Para Bobbio, “a esquerda é mais inclusiva; a direita, mais excludente”. Essas duas visões de mundo são aplicadas aos problemas atuais, como a relação com os imigrantes, a política de ações afirmativas, o voto feminino e dos analfabetos etc. Sustenta que todo projeto de repartição de bens e direitos numa sociedade deve responder a três questões básicas: “igualdade sim, mas entre quem, em relação a que e com base em quais critérios?”.
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Seguindo esse espectro, as doutrinas e movimentos políticos se dividiriam em: (i) extrema-esquerda (movimentos simultaneamente igualitários e autoritários, dos quais o jacobinismo é o exemplo histórico mais importante), (ii) centro-esquerda (doutrinas e movimentos simultaneamente igualitários e libertários, como os partidos das sociais-democracias europeias), (iii) centro-direita (doutrinas e movimentos simultaneamente libertários e “inigualitários”, entre os quais se inserem os partidos conservadores, que se distinguem da direita reacionária por fidelidade ao método democrático) e (iv) extrema-direita (doutrinas e movimentos antiliberais e anti-igualitários, tais como o nazismo e o fascismo).
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Recomendo bastante a leitura!
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João 01/08/2020

Bobbio, na perspectiva de um leigo
A recomendação desse livro me veio a partir do canal Leitura Obrigahistória, que tem um vídeo incrível sobre Direita e Esquerda.

Noberto Bobbio é um cientista político italiano muito respeitado e muito estudado, a ponto desse livro (que já vive sua terceira década de publicação) continuar sendo boa literatura política.

Antes de ler, eu imaginava que, por ser um texto acadêmico, ele fosse me dar conceitos sobre o que é um governo de direita ou de esquerda, e solidificasse melhor a visão que eu tinha dessas ideologias. Mas já no início da leitura eu entendi que a premissa do livro é reforçar a presença dessa díade na esfera política e contradizer a frágil falácia da pós-política (muito usada como mecanismo de alienação das massas para convencer pobre a votar em partido de extrema direita cof cof).

Ainda assim, ou apesar disso, Bobbio traz um panorama muito amplo sobre conceitos que definem a direita e a esquerda, fazendo coro a umas vozes e criticando outras. No fim, a gente entende que conceituar direita e esquerda é mais difícil do que parece.

A quem interessar ler o livro, minha dica é que releve alguns exemplos que ele faz com política italiana contemporânea (na época ele não poderia imaginar que o livro atravessaria tantas fronteiras) e também que leia todos os rodapés, pois as notas deles são quase mais ricas que o próprio livro.

Apesar de Bobbio se posicionar no fim do livro, não é uma leitura partidária. Ele não critica ou favorece um dos lados com julgamentos, apenas oferece informações para que entendamos por que esses conceitos são essenciais para manutenção do universo político.

IG: @bookctor
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Samael 20/11/2020

O autor é sintético e lógico em alguns pontos, apesar da leitura ficar cansativa em alguns momentos. O ponto alto do livro é sua tentativa de diferenciar os conceitos de direita-esquerda, mostrando que são úteis até o dia de hoje, época de extrema despolitização. Em suma, ele alterna em análises próprias e análises de outrem.

Infelizmente, ele é muito superficial em diversos pontos. Principalmente na questão de extremos e moderados
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Kamila Thuane 22/11/2020

Acredito que é um grande erro fazer uma divisão simplista de esquerda e direita. Não existe essa de uma é boa e a outra é má, que um lado é distinto do outro, que se você escolhe um é automaticamente contra todos os valores do outro. Elas se misturam em alguns momentos. E uma coisa muito curiosa é que parece que a esquerda ou direita é má de acordo com o período histórico: a esquerda era má com Stalin, a direita era má com Mussolini e Hitler. Direita e esquerda tem tantos pontos convergentes que a extrema direita e a extrema esquerda são bem parecidas. Acredito também que se as pessoas tivessem mais interesse em ler sobre ambas, não teríamos tanta polarização e tanto julgamento sem fundamento.
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Jaime Filho 26/11/2020

Imprescindível
Escrito após a queda do muro de Berlim e em paralelo ao período eleitoral italiano, este livro nasceu como resposta àqueles que alegavam que os termos Direita e Esquerda já não faziam sentido. Bobbio tenta mostrar que a díade permanece viva e necessária para compreender os grupos que se colocam em conflito na esfera política. Ele consegue ser convincente, ainda mais sendo lido em nossa época, quando essa dicotomia está em forte evidência, quase como era nos tempos de guerra fria. A obra se faz imprescindível diante de tantas polarizações. Bobbio nos faz frear nossos instintos políticos ao apontar que somos mais emocionais que racionais, além de dar suporte teórico para coibir erros comuns atualmente como alegar que pautas liberais são comunistas ou fascistas (depende de onde vem a adjetivação) ou que o nazismo era de esquerda. Recomendo.
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Samira 12/01/2021

Excelente
O livro faz parte de muitas listas de cursos...e sim é fundamental principalmente para entender a discussão que é feita entre as correntes políticas.
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Helena 31/03/2021

Esclarecedor
"Na linguagem política os bons e, respectivamente, os maus podem ser encontrados tanto à direita quando à esquerda."

Um livro onde o autor exerce sua imparcialidade, trazendo fatos históricos que marcam a direita e a esquerda. Uma obra publicada em 1994, mas que pode ser tomada como base para a compreensão do cenário político em diversos países do mundo atualmente.
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Hugo.Lousada 09/06/2021

Ótimo livro
Trata-se de filosofia política básica, a diferenciação entre direita e esquerda tal como as vertentes principais de cada lado.

É realmente muito bom, com linguagem não muito difícil. O autor desvenda e retira as cortinas da esquerda e da direita de uma maneira muito interessante.

Apesar de ser um livro bem curto (as últimas 40 páginas são apêndices), é um tanto denso, com bastante conteúdo.

Não tenho grandes reclamações sobre esse livro, ele é maravilhoso. Indico pra quem gosta de História, Sociologia, Política, História da Política e assuntos próximos!
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