Resenhas - Mar Morto

GabissFreitas 15/11/2024

?Como é doce morrer no mar??
E assim encerro a rodada do Peregrino 2.0.
Não conhecia o livro, mas adorei viajar nas músicas de Dorival Caymmi, o qual me lembra muito o meu avô, pois a gente ouvia bastante aqui em casa.
Fiquei um pouco perdida nos personagens, confundia nomes, mas gostei do livro.
Se não fosse pelo peregrino, não conheceria essa leitura
Obrigada Amada!

Aquirone0 12/11/2024

Pois o mar é mistério que nem os velhos marinheiros entendem
Mais uma nota máxima para Jorge Amado. O livro nos prende para uma realidade que nunca imaginamos entrar, dessa vez estou em um saveiro, em direção a morte, ou melhor, para a Terra de Aoicá, para onde vão os valentes, os mais valentes do cais.

Raquel.Cola 09/11/2024

Herói com quedas
O que ficou na minha cabeça quando terminei o livro foi de que Guma é o herói da história, mas foi retratado como o herói que erra, que cai, que tem questões morais, como tantos outros são tratados na literatura. Ninguém é 100% bom nem 100% mau. Acho que é uma forma de humanizar e criar identificação com o leitor.
Não vou mentir que a primeira metade do livro não me atraiu tanto, demorei muito pra engatar na história. Mas, depois que Guma conhece Livia, fiquei mais interessada.
Achei o livro um pouco repetitivo sobre Livia ter medo que Guma morresse e querendo ir embora dessa vida de mar, mas entendo que é um aspecto importante de estar fixado na mente de quem lê.
Quando Guma começa a se atrair por Esmeralda e trai a esposa, grávida e doente, e o melhor amigo (companheiro de Esmeralda), fiquei muito revoltada. O texto, pra mim, deixou claro que o remorso dele em trair o amigo era maior do que o de trair a esposa. Esmeralda conta dessa traição à Rufino (o amigo) no momento de sua morte, ele então se mata logo após matá-la. Dessa forma, Livia nunca descobre o que Guma fez, o que me fez questionar o motivo disso ser acrescentado na história, já que não se desenvolveu numa vingança de Rufino ou numa descoberta de Livia. Porém, depois entendi que é pra mostrar o que falei no começo da resenha, que heróis fazem coisas ruins também. Isso se somou com a entrada dele pro contrabando, que antes mesmo de acontecer já se justificou pela falta de dinheiro do casal.
Por fim, achei inesperado o destino de Livia. Pensei que ela iria embora com o filho para o trabalho em terra firme, que não iria mais querer saber de mar depois da morte do marido. Mas não, ela escolhe também virar mestre de saveiro, e achei belíssimo o final sendo os caras no cais dizendo que estão vendo Iemanjá, Janaína, ali.
Gostei também de descobrir que o nome do livro, Mar Morto, é referente ao sentimento de Livia perante o mar com a perda de Guma. O mar antes era vivo, azul, com movimento, e depois se tornou chumbo, parado e morto.
Enfim, tô feliz que finalmente terminei esse livro, vamo pro próximo.

Andywholovebooks 04/11/2024

É doce morrer no mar
Jorge Amado sempre me lembra o quanto eu posso me apaixonar pela literatura, é tudo tão apaixonante que acho que demorei mais por que não queria que acabasse, Livia e Guma guardo vcs para sempre.

Pablo211 02/11/2024

Por que sempre termina assim?
Esse é o segundo livro do Jorge Amado que leio na minha vida. E a pergunta que fica é: porque sempre termina com uma tragédia?

Kaprãn 01/11/2024

Deleite
Que delícia de livro, me pegou do início ao fim com seus personagens bem característicos de Jorge Amado.

Geiza.Andrade 27/10/2024

"É doce morrer no mar"
A primeira vez que leio uma obra de Jorge Amado, não tem como não se apaixonar por essa história de amor que narra temas como:
Amor
Amizade
Traição e também uma crítica social ao narrar a história de Guma e o tio Seu Francisco, Jorge Amado denuncia a luta diária dos trabalhadores pela sobrevivência, a miséria e condição que esperam as mulheres viúvas dos pescadores, além de expor a divisão social entre prostitutas, vagabundos, meninos abandonados, marinheiros, canoeiros, pescadores e burgueses proprietários urbanos e rurais.

talzhatd 27/10/2024

Mar morto
?O mar é amigo, é doce amigo.? ?É doce morrer no mar.?

Mais uma obra espetacular e colossal de Jorge Amado, que emociona em uma história única e cheia de envolvimento. Aqui o mar é um personagem fundamental, e a leitura puxa e prende a gente com as palavras, assim como o mar com suas ondas. Nunca havia me conectado tão profundamente com uma história dessa forma. É uma obra-prima que a cada capítulo coloca o leitor em um local inimaginável e inigualável, desafiando toda a metafísica e trazendo a história pra fora da folha, e transformando-a em um verdeiro teatro ao vivo na nossa mente.

Conectar os personagens com a religião foi um dos feitos mais lindos da obra, que trouxe Iemanjá quase como um personagem criado pelo próprio autor para história ? mesmo sabendo que trata-se de uma figura religiosa existente fora da ficção. A sina trágica da vida no cais exposta desde o princípio, com uma beleza comovente e poética abrilhanta a história do início ao fim. Não atoa o livro se assemelha ao mar na sua perfeição, maestria e potência, pois existe uma magia única em ler cada trama, cada personagem, cada acontecimento do livro.

Podeira falar pra sempre do quanto tudo nessa história mudou minha vida e me impactou profundamente, e poderia ler e reler a trajetória dos personagens por toda a eternidade. Guma e Lívia estarão pra sempre no meu pensamento, idealizados como um dos casais mais fortes e aterradores que já li. Choro por dentro, como Lívia, pois o livro nos coloca nessa situação (tal qual a dela) de aceitação e impotência, de contemplação da tragédia, deixando as ondas carregarem o nosso corpo, em um mar quieto e morto.

Fernando 22/10/2024

É doce morrer no mar
Mais um patamar atingido no desenvolvimento desse ciclo do Jovem Jorge, que se aprimora em relação ao apresentado em Jubiaba no apuro estilistico, lírico, poético e narrativo, com maturidade e ousadia crescentes, criando um representante fundamentalmente baiano no cenário de romances do mar.

Apolo.Ribeiro 17/10/2024

É Doce Morrer no Mar
Eu nunca vi personagens tão humanos quanto os de Jorge Amado. Talvez porquê, ele conta, os personagens de seus livros não são criados, ele conheceu aquelas pessoas. E realmente, a história dessas pessoas sofridas dos portos da Bahia, ou dessas crianças abandonadas, em Capitães da Areia, são muito humanas.
Eu acho que nunca me conectei tanto com certos personagens como aqui com Guma, com Ana Lívia e os outros mais coadjuvantes, porém, magistralmente escritos e desenvolvidos.
Se Capitães Da Areia era uma história sobre a cidade, do trapiche, no areal, para dentro da cidade; Mar Morto é dos portos para o oceano, são livros literalmente opostos. Capitães da Areia é, também, muito mais sombrio. Mar Morto tem seus momentos tristes, mas, na maior parte, é um livro ensolarado. Faço estas comparações pois Capitães da Areia é um dos, se não o, meu livro favorito. E digo sem dúvida nenhuma que Mar Morto e tão bom quanto o já dito Capitães...
A ambientação do porto também é ótima, a maneira como Jorge Amado descreve os locais, a música tocando, a cor do sol e do mar é maravilhoso. Enquanto eu lia isso eu fui transportado para os portos da Bahia, eu vivi aquela história, eu vi e senti tudo. É algo que só Amado consegue fazer. O Brasil tem que muito agradecer de ter tamanho gênio na nossa literatura. Mar Morto é uma obra-prima, sem dúvidas. É um livro de muitas qualidades.

jiyuriana 05/10/2024

O que é o destino?
Será que nossas vidas já vêm traçadas em algum caderno da vida e suas letras vão surgindo junto às linhas página por página ao vivenciar os momentos?

lipesousas 02/10/2024

Um livro esplêndido!
a sensibilidade na descrição da ambiência, dos personagens, dos sentimentos dos personagens, me tocou muito.
Jorge Amado segue sendo um dos maiores escritores brasileiros!!!

marislx 01/10/2024

?Viu uma mulher forte que lutava. A luta era seu milagre.?
?Da janela da sua escola a professorinha olhava todos aqueles meninos rotos e sujos de lama que saíam sem livros e sem sapatos, meninos que dali iam para o trabalho, para a vadiagem dos botequins, para a cachaça, e não compreendia. Todos diziam que ela era boa e ela sabia disso. No entanto, só no começo, ela se sentiu digna do adjetivo. Isso quando dizia palavras de consolo e de esperança em Deus àquela gente desiludida. Mas há muitos anos que essa esperança terminara realmente, e, agora, era apenas fórmula, era tudo exterior, nada vinha mais dos corações tão chagados. Ela também cansou de esperar. E não teve mais palavras de conforto, nem ternas palavras de esperanças. Nada podia fazer por aquela gente que lhe mandava os filhos por seis meses. Não merecia que a classificassem de boa, que em nada ela os ajudava, não tinha uma palavra com sentido para lhes dizer. E se não viesse um milagre, de repente, assim como vêm as tempestades, então ela se finaria de tristeza, da tristeza de nada poder fazer pelos homens do mar.?

Larissa Tavares 01/10/2024

? O vapor é do mar e no mar ninguém manda, nem mesmo um cangaceiro corajoso como Lampião. O mar é senhor de vidas, o mar é terrível e é misterioso.
Tudo que vive no mar é cercado de mistério.?

©aremelo 30/09/2024

Obrigado Jorge Amado.
"Aos homens do mar", o livro já indica toda a sua história desde o início, ele é início, meio e fim de uma forma interligada tão linda. Após a leitura me conectei mais com as religiões de matriz africana, nunca fui de crer em algo, fora a ideia de um Deus, porém todo o conceito é conexão que tive com Iemanjá, deixaram me repensar diversos conceitos.
Acho que me permitir a explorar mais esse lado místico e sensível dos seres humanos. Li ele ao mesmo tempo que "Cacau", me fizeram ter uma visão mais forte sobre a sociologia das coisas e suas crenças. Extremamente necessário e me deixou com vontande de produzir um longa, quem sabe? Veremos...